Pesquisar

Taxonomy - Destaques da home

A história apagada para dar lugar a Belo Horizonte, que completa 126 anos

Desapropriados pelo ‘progresso’, povos originários e trabalhadores da construção civil foram obrigados a morar em favelas de Belo Horizonte

[caption id="attachment_37621" align="aligncenter" width="648"] Enquanto a cidade se erguia, eles foram empurrados para a periferia ao mesmo tempo em que as famílias ricas ocupavam o centro da cidade.[/caption]     Texto: Estação do Autor com g1/MG Edição: Scriptum     As pedras que ajudaram na fundação de Belo Horizonte, que completa 126 anos nesta quarta-feira (13), assim como a mão de obra, vieram da terra e da força de povos originários e operários que não tiveram seus nomes escritos na história. Enquanto a cidade se erguia, eles foram empurrados para a periferia ao mesmo tempo em que as famílias ricas ocupavam o centro da cidade. O antigo Arraial de Curral del-Rei, fundado em 1707, precisou ser destruído para que a capital mineira nascesse, em 1897. Reportagem de Jô Andrade para o g1 acompanha o trabalho de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que vasculharam arquivos e memórias para recontar essa história. Para registrar o processo de fundação da cidade, a arquiteta e professora UFMG, Priscila Musa, coautora da tese “Quem vê cara não vê ancestralidade: Arquivos fotográficos e memórias insurgentes de Belo Horizonte”, recorreu a fontes diversas para criar um acervo de imagens que registrassem outro ponto de vista, além do elitista. Priscila analisou mais de 500 filmes e mais de mil imagens com a ajuda das pesquisadoras Júlia Ferreira da Silva e Maria Beatriz Coelho. Para resgatar a história que foi quase apagada pela nova capital, as pesquisadoras acessaram um material valioso, o acervo de fotografias de Valéria Borges, artista criada na favela Pedreira Prado Lopes. O doutor em história e professor da UFMG, Tarcísio Botelho, explicou que durante a demolição do Curral del-Rei centenas de famílias foram desapropriadas. No local, viviam ex-escravizados, negros nascidos livres e brancos de classe média. Eles foram obrigados a dar lugar a avenidas largas, como a do Contorno, que "contorna" a cidade. Ali, famílias abastadas e brancas se acomodavam em casarões inspirados na belle époque francesa enquanto parte da população negra, que morava na região teve que sair de suas casas. Os reflexos dessa urbanização são sentidos ainda nos dias de hoje. De acordo com a última edição do Mapa das Desigualdades de Belo Horizonte (2021), os bairros da capital com maior proporção da população negra estão fora da Região Centro-Sul, delimitada pela avenida do Contorno. Segundo Musa, apenas 2% da população negra vive no centro da capital mineira. Relembrando os números do Censo do IBGE de 2010, a professora conclui que esse sistema de cidade reflete uma exclusão histórica.

Card link Another link
Declaração dos Direitos Humanos: 75 anos e pouco a comemorar

Para o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, a desigualdade, o autoritarismo, as mudanças climáticas e os conflitos armados são ameaças aos direitos e liberdades

[caption id="attachment_37616" align="aligncenter" width="560"] A ex-primeira dama dos EUA, Eleanor Roosevelt, ergue o documento de Declaração dos Direitos Humanos[/caption]     Texto: Estação do Autor com DW Edição: Scriptum   O mundo está perdendo o rumo. A afirmação é do secretário-geral das Nações Unidas durante a cerimônia que marcou os 75 anos da Declaração dos Direitos Humanos, no dia 10 de dezembro. Em seu discurso, António Guterres alertou para a crescente ameaça que a desigualdade, o autoritarismo, as mudanças climáticas e os conflitos armados representam para os direitos e as liberdades da população mundial. O documento foi assinado em 1948, três anos após a devastação provocada pela Segunda Guerra Mundial, e resume suas intenções no primeiro artigo: "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos". Reportagem publicada no site DW destaca os principais pontos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e mostra que ainda há um longo caminho até que o documento seja implementado para todos, em todo o mundo. A ONU estima que existam atualmente 110 milhões de refugiados em todo o mundo e 735 milhões de pessoas sem comida suficiente. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 50 milhões de pessoas estão em situação de escravidão. Diante desse quadro, Guterres cita a dificuldade dos meios de comunicação, da igualdade de gênero, e ressalta que os direitos reprodutivos das mulheres estão em retrocesso. Para o secretário-geral da ONU, todas estas crises ameaçam as diretrizes da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Volker Türk, alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, reconhece que a Declaração estabeleceu direitos universais e o mesmo valor para cada pessoa. No entanto, Türk pondera que "mesmo que os 30 artigos da Declaração tenham desencadeado uma transformação em todas as áreas das nossas vidas (...) as brasas do racismo, da misoginia, da desigualdade e do ódio continuam ameaçando o nosso mundo".

Card link Another link
Jogos são bom ambiente para Inteligência Artificial operar com segurança e mostrar capacidade

Matemático Marcus du Sautoy mostra jogos como “Pedra, papel, tesoura” ou Banco Imobiliário e sua relação com os números

[caption id="attachment_37610" align="aligncenter" width="560"] O escritor Marcus du Sautoy: jogos são essenciais para a psicologia e a cultura humanas.[/caption]   Texto: Estação do Autor com El País/O Globo Edição: Scriptum   O matemático Marcus du Sautoy é capaz de fazer uma conferência na qual os alunos se divertem ao mesmo tempo em que aprendem. Professor de Compreensão Pública da Ciência da Universidade de Oxford, no Reino Unido, ele lança mão de todo um repertório de jogos, músicas, teatro e truques de mágica para convidar o público ao “emocionante mundo da matemática”. Em entrevista concedida a Verónica M. Garrido para o El País, publicada no jornal O Globo, o britânico justifica como os jogos são “locais muito bons para permitir que a inteligência artificial (IA) opere com segurança e mostre as suas capacidades”. Ele fala ainda sobre os desafios da tecnologia, embora se considere “um tecno-otimista”. No último livro, dos dez que já publicou, Marcus du Sautoy trata justamente sobre os segredos de alguns dos melhores jogos da história, como “Pedra, papel, tesoura” ou Banco Imobiliário, e sua relação com os números. Em “A volta ao mundo em 80 jogos” (sem edição brasileira) ele sustenta que esses hobbies proporcionaram as primeiras oportunidades para uma compreensão profunda do mundo, e como a matemática e os jogos são essenciais para a psicologia e a cultura humanas. Ao falar sobre Inteligência Artificial, o matemático explica que temos uma enorme quantidade de informação que dificulta a navegação pela internet. Já a IA, em sua opinião, pode fazê-lo de maneira mais satisfatória. Du Sautoy acredita que, “à medida que progredimos, há uma chance de que ela se torne consciente. Nesse momento poderíamos falar de uma nova espécie”. Questionado sobre se a matemática é uma profissão no futuro, o professor de Oxford defende que “IA é basicamente algoritmos, então é basicamente matemática. Somos contadores de histórias, e o ChatGPT pode gerar parágrafos, mas ainda não consegue escrever uma história realmente boa”. Segundo du Sautoy, é importante que sejam oferecidos cursos não apenas técnicos aos novos estudantes de ciências e matemática, mas deve-se considerar o lado moral e humanístico das implicações da ciência.

Card link Another link
O quê fazer com o 13º?

Economista Roberto Macedo, colaborador do Espaço Democrático, dá dicas de bom uso do 13º salário, que será pago a mais de 87 milhões de brasileiros

  Roberto Macedo, economista e colaborador do Espaço Democrático Edição Scriptum     O 13º salário fez 60 anos em 2022, pois veio com uma lei de 1962. Seu aniversário não é celebrado, mas isso acontece com a chegada anual dele a milhões de brasileiros. Em 2023, o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) estimou que 87,7 milhões de brasileiros receberiam o 13º nesse ano, recebendo um total perto de R$ 291 bilhões – benefício médio de R$ 3.057,00. O DIEESE faz essa estimativa anualmente e é publicada no seu site, onde mais detalhes são apresentados. O que fazer com ele deve ser objeto de planejamento prévio para evitar decisões mal pensadas e executadas. Com isto em mente, apresento algumas dicas sobre sua utilização. Deve ser tratado diferentemente dos salários que recebemos mensalmente e já estão comprometidos com gastos usuais, como os de habitação, alimentação e cuidados pessoais, entre outros, mais o que também mensalmente deve seguir para poupança e investimentos. As despesas usuais devem ser cobertas pelos 12 demais salários e assim ele pode ser usado com maior flexibilidade. Reduzir ou eliminar dívidas deve ser o objetivo prioritário, começando pelas mais caras, como as abomináveis dos cartões de crédito, cheques especiais e crédito ao consumidor oferecido por lojas. Depois vem o crédito pessoal. De custo mais baixo, são as de crédito consignado e de financiamentos imobiliários. Uma regra geral é a de escolher para liquidação total ou parcial as dívidas com juros e outros encargos superiores a rendimentos que poderiam ser obtidos com aplicações financeiras do 13º. E veja se você pode negociar o valor das dívidas, pois com o dinheiro em mãos isso tem maior chance de sucesso. Outra regra é pagar dívidas cuja duração já supere a do que foi adquirido com elas. Também recomendo investimentos indispensáveis à saúde pessoal.  É uma boa oportunidade para fazer um check up, ver o que não está bem e buscar o tratamento adequado. Vale também lembrar que o início do ano seguinte àquele em que foi recebido o 13º é marcado por despesas típicas dessa época. Por exemplo, logo chega o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores), e vale examinar as letras e números miúdos dos carnês recebidos.  Pondere se vale a pena pagar à vista, com desconto, ou em prestações. No caso do IPVA, sempre paguei à vista, pois vi vantajoso o desconto. E mais fácil de calcular a vantagem, pois são apenas três prestações. Gastos também maiores no início do ano ocorrem com a compra e livros e materiais escolares, da educação dos filhos e/ou da nossa própria. E uma parte do 13º, a maior possível, deve ser reservada à poupança e aos investimentos a que pode levar, o que pode contribuir para um feliz ano novo e também outros anos felizes à frente como resultado desses investimentos.   Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

Card link Another link

ˇ

Atenção!

Esta versão de navegador foi descontinuada e por isso não oferece suporte a todas as funcionalidades deste site.

Nós recomendamos a utilização dos navegadores Google Chrome, Mozilla Firefox ou Microsoft Edge.

Agradecemos a sua compreensão!