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Taxonomy - Manchete secundária

Brasilidade e cultura negra são inspirações de novos murais de São Paulo

Obras auxiliam na revitalização do espaço público e democratizam o acesso à arte

[caption id="attachment_39200" align="aligncenter" width="560"] Arte do pernambucano Max Mota[/caption]   Texto Estação do Autor com UOL Edição Scriptum   São Paulo, a cidade que no dia 25 deste mês completa 471 anos, é marcada pela pluralidade de pessoas, origens e trajetórias. O registro dessa diversidade estará impresso em dois novos murais da cidade. As obras são assinadas por um artista da capital paulista e outro do Recife. Reportagem de Felipe Lavignatti para o UOL (assinantes) apresenta os artistas que presenteiam São Paulo em seu aniversário. O recifense Max Motta imprime as cores vibrantes e as belezas do Brasil no mural "Verde Louro". A obra retrata uma mulher negra e a representação da feminilidade, da beleza e da celebração da cultura brasileira. Motta é natural do Recife e sua arte se desenrola pelas paredes das cidades, transformando muros em telas que contam histórias. Inspirado por mestres como Caravaggio e Rembrandt, o artista absorve as nuances da arte clássica, aplicando-as na arte urbana. Em sua narrativa visual, busca celebrar a cultura negra. Suas obras estão espalhadas pelo Estado de Pernambuco, na capital, em Olinda, Cabrobó e Guararapes, entre outras cidades, além do Estado de Minas Gerais. Agora, "Verde Louro" chega em São Paulo, na Vila Mariana, nas proximidades do Cambuci e da Liberdade, bairros que historicamente têm bastante relação com a história negra e com a arte urbana. Alex Hornest, também conhecido como Onesto, é pintor, escultor e artista multimídia. Natural da zona leste de São Paulo, começou sua trajetória artística na década de 1990 nas ruas, fazendo graffiti. Reconhecido como um dos pioneiros dessa cena, Onesto ganhou o mundo desde então. Suas pinturas públicas e exposições já passaram por cidades como Nova York, São Francisco, Atlanta, Los Angeles, Miami, Quebec, Bogotá, Cidade do México, Viena e Lisboa. Inspirado em artistas de quadrinhos, Onesto apresenta uma estética única e marca registrada em seus trabalhos, que trazem personagens disformes e com características marcantes. Na capital paulista, o artista assina a nova obra "Pescador de Sonhos”. Para Vera Nunes, curadora de arte e fundadora da Gentilização, produtora destes murais, as duas obras incentivam o diálogo mais harmonioso com a cidade de São Paulo, auxiliando na revitalização do espaço público e democratizando o acesso à arte.

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“Precisamos de um plano de sobrevivência”, alerta cientista sobre emergência climática

Para Luciana Gatti, do INPE, se o ritmo de destruição ambiental continuar, o colapso será inevitável

[caption id="attachment_39187" align="aligncenter" width="560"] A cientista Luciana Gatti: pecuária e a expansão das plantações de soja são as principais causas da devastação das florestas brasileiras[/caption]       Texto Estação do Autor com Um Só Planeta Edição Scriptum   Em termos de meio ambiente, não há o que comemorar no ano que se inicia. O desmatamento impulsionado por atividades criminosas, como garimpo ilegal e conversão de floresta em pasto, aliado aos incêndios recordes de 2024, continua devastando a Amazônia. Apesar da redução de mais de 30% na retirada de vegetação nativa no último ano, os abusos históricos comprometeram o equilíbrio climático, com a floresta emitindo mais CO2 do que absorvendo, ameaçando sua capacidade de agir como sumidouro. Em entrevista concedida a Vanessa Oliveira para Um Só Planeta, a cientista climática e coordenadora do LaGEE (Laboratório de Gases de Efeito Estufa) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Luciana Gatti, faz um alerta urgente sobre a crise ambiental no Brasil, defendendo a implementação de um "plano de sobrevivência" para reverter as perdas provocadas pelo desmatamento e degradação dos ecossistemas naturais. Para ela, o país enfrenta uma crise sem precedentes e se o ritmo de destruição continuar, o colapso ambiental será inevitável. A pecuária e a expansão das plantações de soja são, na opinião da cientista, as principais causas da devastação das florestas brasileiras. A pecuária é responsável por cerca de 44% do rebanho bovino do Brasil localizado na Amazônia, gerando desmatamento para a abertura de pastos, com um impacto direto no aumento da emissão de gases de efeito estufa e na destruição da biodiversidade. O modelo de desenvolvimento baseado na exploração de recursos naturais não renováveis está condenando o Brasil e o planeta a um futuro incerto, afirma. Além disso, também chama a atenção para a falta de políticas públicas contínuas em prol da floresta e da maior conscientização da sociedade sobre os impactos da destruição ambiental. Uma das principais contribuições de Luciana Gatti para a ciência ambiental nos últimos anos foi sua pesquisa demonstrando que a Amazônia, que antes funcionava como um grande sumidouro de carbono, agora se transformou em uma fonte de emissão de gases de efeito estufa. Estudos feitos por Gatti e sua equipe mostraram que o desmatamento e a degradação das florestas estão liberando grandes quantidades de carbono na atmosfera, contribuindo significativamente para o aquecimento global. Apesar dos desafios, a cientista do INPE acredita que ainda há tempo para reverter a situação, desde que o Brasil e o mundo adotem ações vigorosas e coordenadas. Com o desmatamento avançando a um ritmo alarmante, o chamado da cientista é claro: a sociedade, as autoridades e os setores econômicos precisam unir forças para garantir que a Amazônia e outros biomas essenciais para a vida na Terra sejam preservados.

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A história do passaporte

Hoje considerado essencial, documento introduzido há cerca de cem anos é sinônimo de privilégios para uns e de privações para outros

Texto Estação do Autor com DW

Edição Scriptum

 

Hoje indispensável, o passaporte, um simples pedaço de papel, pode influenciar fortemente a vida de seu portador. Com fotos biométricas, códigos de barras, hologramas, microchips, o passaporte moderno é quase um gadget tecnológico. Para alguns, ele abre as portas para o mundo. Para outros, é sinônimo de restrições e grandes dificuldades. Com informações de Rayna Breuer, reportagem da revista alemã DW conta a história desse documento de viagem que remete ao século 14.

Naquela época, a Europa era assombrada pela peste negra, também conhecida como peste bubônica, e cidades como Veneza buscavam soluções para conter a doença transmitida por pulgas e ratos. Nascia aí a "carta da peste", um atestado obrigatório para viajantes. Quem vinha de uma região com casos da doença era barrado na entrada de Veneza. O documento não era associado à nacionalidade, e sim ao local de residência, considerando que a criação de Estados-nação só aconteceria alguns séculos mais tarde. A associação entre passaporte e nacionalidade só veio no século 20.

Com o fim da Primeira Guerra Mundial surgiu a ideia de criar um padrão internacional para passaportes e a tarefa coube à Liga das Nações, precursora da ONU. Hermine Diebolt, funcionária da ONU em Genebra, afirma que o documento existe há cerca de 100 anos. Antes disso, durante a guerra, países como Alemanha, França, Reino Unido e Itália já exigiam documentos oficiais de estrangeiros.

Nem todos aprovaram o passaporte. Críticos argumentaram que o documento servia mais para controlar viajantes do que para oferecer liberdade. Alguns líderes defendiam a continuidade da livre circulação sem documentos. Também na esfera pública e na imprensa houve rejeição. Entretanto, já era tarde. Os membros da Liga das Nações não conseguiram chegar a um acordo sobre um mundo sem controle de fronteiras e passaportes.

Passaportes são hoje documentos cobiçados tanto no mercado legal quanto no ilegal. Países como Chipre e Portugal criaram programas que concediam passaportes ou vistos em troca de investimentos. Chipre encerrou seu programa após denúncias de corrupção, enquanto Portugal reformulou suas regras devido a críticas relacionadas à especulação imobiliária.

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‘Alucinações’ da inteligência artificial podem ajudar a ciência em grandes descobertas

Máquinas inteligentes são capazes de “sonhar” com irrealidades que permitem rastrear o câncer, projetar medicamentos e criar dispositivos médicos

  [caption id="attachment_39170" align="aligncenter" width="560"] 'Alucinações' dão aos cientistas novas ideias, oferecendo a chance de explorar possibilidades que talvez nunca tivessem considerado.[/caption]     Texto Estação do Autor com The New York Times/Folha de S.Paulo Edição Scriptum   A Inteligência Artificial (IA) é frequentemente criticada por criar informações que parecem factuais, mas são falsas, fenômeno conhecido como "alucinação". Alguns erros já provocaram confusão em sessões de chatbots, processos judiciais e em registros médicos. Já no campo da ciência, os inovadores estão descobrindo que tais alucinações podem ser extremamente úteis. As máquinas inteligentes são capazes de “sonhar" com irrealidades que permitem rastrear o câncer, projetar medicamentos, criar dispositivos médicos, descobrir eventos climáticos e até alcançar o Prêmio Nobel. Em reportagem do The New York Times publicada pela Folha de S.Paulo (assinantes), a diretora do instituto de IA e professora de meteorologia e ciência da computação na Universidade de Oklahoma Amy McGovern comenta que ao contrário do que muitos pensam, nem tudo é ruim nessa tecnologia. Na verdade, ela dá aos cientistas novas ideias, oferecendo a chance de explorar possibilidades que talvez nunca tivessem considerado. As alucinações da IA surgem quando cientistas ensinam modelos computacionais generativos sobre determinado assunto e deixam as máquinas reorganizarem essas informações. Os resultados podem variar entre erros sutis e ideias surreais e às vezes levam a grandes descobertas. Hoje, as alucinações da IA estão revitalizando o lado criativo da ciência, acelerando o desenvolvimento e teste de ideias, permitindo que ciclos antes demorados sejam realizados em dias, horas ou minutos. Em outubro, David Baker, da Universidade de Washington, recebeu o Prêmio Nobel de Química por sua pesquisa pioneira sobre proteínas, moléculas fundamentais para a vida. O comitê do Nobel destacou sua capacidade de criar rapidamente proteínas completamente novas, inexistentes na natureza, chamando o feito de "quase impossível". Antes do anúncio do prêmio, Baker declarou que os surtos de imaginação da IA foram essenciais para "fazer proteínas do zero". A nova tecnologia, diz ele, ajudou seu laboratório a obter cerca de cem patentes, muitas voltadas para o cuidado médico. Uma delas é para um novo tratamento contra o câncer; outra, para combater infecções virais globalmente. Especialistas reconhecem que as criações da IA científica têm vantagens significativas em relação às alucinações de chatbots. Essencialmente, os impulsos criativos da IA estão fundamentados nos fatos sólidos da natureza e da ciência, diferentemente das ambiguidades da linguagem humana ou das falhas da internet, com seus vieses e inverdades.

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