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O brasileiro é um povo feliz?

Cientista político Rubens Figueiredo, que pesquisa o tema, fez palestra na reunião semanal da fundação do PSD

[caption id="attachment_37420" align="aligncenter" width="791"] Reunião semanal de colaboradores do Espaço Democrático[/caption]     Redação Scriptum   É possível medir o nível de felicidade do brasileiro? O cientista político Rubens Figueiredo mergulhou no tema a partir do ranking da mais recente edição do World Happiness Report (Relatório Mundial da Felicidade), publicado pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU (SDSN, na sigla em inglês) com base em dados coletados pelo Gallup World Poll, que busca medir o nível de felicidade das pessoas em dezenas de países. O Relatório Mundial da Felicidade de 2023 coloca o Brasil na 38ª posição em uma lista de 146 liderada por Finlândia, Dinamarca e Islândia. Na América Latina, o Brasil é o primeiro, seguido de Chile (na 44ª posição mundial), Argentina (na 57ª), Colômbia (66ª), Bolívia (71ª), Paraguai (73ª), Equador (76ª). Uma das conclusões da sua pesquisa, apresentada na reunião semanal do Espaço Democrático – a fundação para estudos e formação política do PSD – nesta terça-feira (31) é que o sentimento de felicidade pode não ser induzido pelas mesmas variáveis em todo o mundo: “Somos diferentes, temos uma visão mais leve e lúdica da existência, não temos vergonha de mostrar o que somos e a diversidade é muito interessante: temos de angolanos a alemães aqui dentro”, diz ele, apontando as muitas contradições do resultado: “A nossa desigualdade é monstruosa, com 46% dos brasileiros ganhando até R$ 1.320,00 por mês e 25% ganham até R$ 2.640,00 por mês”, enfatiza. “45% dos domicílios não têm esgoto e o País tem 71,74 milhões de inadimplentes”. Figueiredo sugere que um dos traços que contribuem para que o brasileiro esteja na primeira metade da lista dos povos mais felizes é o fato de não se levar muito a sério. Ele citou uma série de frases, bem humoradas para ilustrar a idéia. “Luis Fernando Veríssimo disse que, no Brasil, o fundo do poço é só uma etapa; Millôr Fernandes, que o Brasil tem um enorme passado pela frente; Roberto Campos, que, infelizmente, o Brasil nunca perde a oportunidade de perder oportunidades”, lembrou. O jeito – e talvez a vocação brasileira para a felicidade – pode ser exemplificado, segundo Figueiredo, por Olga, uma russa de 23 anos que viveu três no Brasil para aprender o português. Ela criou um canal de Youtube para falar sobre suas experiências. Assistindo aos vídeos da russa, o cientista político pinçou a percepção da família sobre ela depois dos anos brasileiros: “Dizem que é mais difícil brigar com ela, está mais diplomática, calma e tranquila com as opiniões diferentes; está mais cuidadosa com os outros e pegou o hábito de elogiar as pessoas, com frases como “oi, minha flor!”, ou “durma com os anjos”; no Brasil, aprendeu a valorizar a família, está mais curiosa e pergunta mais coisas sobre seus familiares; gosta de fazer “zoeira” com tudo e ficou mais bem-humorada; percebeu que os russos são tensos – o brasileiro está sempre “de bem com a vida”...; e passou a adorar uma gambiarra”. Política e economia A declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que o governo “dificilmente” cumprirá a meta de déficit fiscal zero em 2024 também foi tema da reunião. Lula disse em café com jornalistas no Palácio do Planalto, na semana passada, que um déficit de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) não seria “nada” para o próximo ano: “Eu sei da disposição do (Fernando) Haddad, sei da vontade do Haddad, sei da minha disposição, mas queria dizer para vocês que nós dificilmente chegaremos à meta, até porque eu não quero fazer corte em investimentos e obras. Se o Brasil tiver um déficit de 0,5%, o que é? De 0,25%, o que é? Nada. Absolutamente nada”, afirmou. O economista Roberto Macedo, que já foi secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, destacou que a fala do presidente “causou um dano enorme ao ministro e abriu a guarda para o Congresso”. Segundo ele, foi “um comando para que deputados e senadores alterem a meta”. Para Macedo, a fala de Lula revela desconhecimento. “Déficit de 0,5% do PIB é nada?”, perguntou. “São R$ 50 bilhões de um PIB estimado em R$ 10 trilhões em 2023”, disse. “É muito dinheiro”. Outro economista do grupo de colaboradores e consultores do Espaço Democrático, Luiz Alberto Machado apontou que “o ponto de vista do ministro Fernando Haddad é o de um técnico, enquanto o do presidente Lula é de um político”. O gestor público Januario Montone observou, porém, que a forma como Lula se manifestou foi ruim. “Uma coisa é dizer que vai perseguir a meta de déficit fiscal zero e lá na frente não conseguir; outra é já avisar que não vai cumprir”. Participaram da reunião semanal do Espaço Democrático os economistas Roberto Macedo e Luiz Alberto Machado, o cientista político Rogério Schmitt, o superintendente da fundação, João Francisco Aprá, o sociólogo Tulio Kahn, os jornalistas Eduardo Mattos e Sérgio Rondino, coordenador de comunicação da fundação do PSD, e on-line, o gestor público Januario Montone, o médico Antônio Roberto Batista e o coordenador de Relações Institucionais da fundação, Vilmar Rocha.

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Cultura brasileira perde Danilo Miranda, diretor do Sesc São Paulo

Sociólogo e gestor cultural ajudou o Sesc a se tornar uma das instituições culturais mais importantes do Brasil

[caption id="attachment_57637" align="aligncenter" width="560"] Danilo Miranda dedicou 55 anos de sua vida ao Sesc-SP, uma das instituições culturais mais importantes do Brasil.[/caption]     Redação Scriptum com G1   A cultura brasileira perdeu neste domingo (29) um de seus icônicos personagens: o sociólogo, filósofo e gestor cultural Danilo Santos Miranda, diretor do Serviço Social do Comércio (Sesc) de São Paulo, morreu aos 80 anos. Ele foi também coordenador do Conselho Temático de Cultura do Espaço Democrático – a fundação para estudos e formação política do PSD, por meio do qual editou o ensaio intitulado Formação e futuro da cultura brasileira, em 2015. Miranda estava internado desde o início de outubro no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Natural de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, ele dedicou 55 anos de sua vida ao Sesc-SP, uma das instituições culturais mais importantes do Brasil. Entrou para a organização em 1968 e comandou a Diretoria Regional da instituição a partir de 1984. Durante este período abriu diversas unidades em todo o Estado, a última delas inaugurada na semana passada, na Casa Verde, Zona Norte da capital. É considerado um dos grandes nomes da cultura contemporânea do País por seu trabalho na ampliação de atividades culturais, esportivas e educacionais e por sua defesa do acesso a partir de políticas públicas. Em entrevista ao Programa do Bial, na TV Globo, em junho de 2021, Miranda defendeu a diversidade e a inclusão das pessoas nas artes e nos esportes como os principais legados do Sesc em sua gestão. “A cultura é transversal, está presente em todas as manifestações públicas do poder, inclusive nas questões ligadas à própria economia, à administração dos processos”, disse. “A educação, nem se fala, não se faz sem ter a presença da cultura como elemento vital, central, fundamental; cultura e educação são irmãs siamesas, como uma moeda com duas faces”. Em entrevista ao G1, Camila Miranda, filha do gestor cultural, destacou que "além de ser um missionário da cultura, ele era uma pessoa generosa ao extremo. Tudo que fez sempre foi pensando em todo mundo, em uma cidade melhor, um mundo melhor, uma vida melhor em todos os sentidos. Então, isso o era que ele fazia em casa e o que ele fazia no Sesc. O legado é cultura para todos, arte para todos". Repercussão O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, lamentou a morte do gestor cultural em suas redes sociais. “Danilo Santos de Miranda, alicerce da nossa cultura, como descreve a Folha, nos deixou neste domingo. Sempre teve um papel diferenciado na promoção da cultura, com enorme diversidade, à frente dos inúmeros projetos, em décadas no SESC. Quando prefeito de São Paulo e ao longo de minha vida, tive a oportunidade de ser parceiro e de acompanhar inúmeros projetos e iniciativas desenvolvidas com o SESC, como na Virada Cultural e na construção de novas unidades do Serviço. Pude reconhecer a relevância da sua ação na entrega de algo tão significativo para a população, que é o acesso à cultura. É uma enorme perda para o Brasil, e para São Paulo em especial. Quero expressar minhas condolências e manifestar meu pesar a seus familiares e inúmeros amigos”. "Grande perda. Meus sentimentos aos familiares, amigos e todos que admiravam e foram beneficiados pelo seu trabalho", escreveu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em suas redes sociais. O vice-presidente Geraldo Alckmin destacou que “a vida de Danilo Miranda se confunde com a trajetória da instituição e da própria cena cultural no Estado”. Alckmin apontou que Miranda foi “um dos mais importantes atores culturais do País, dizia esperar um futuro menos desigual através da democratização dos espaços de reflexão e engrandecimento cultural”. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), decretou luto oficial de três dias na cidade pelo falecimento do sociólogo. O Sesc São Paulo emitiu nota de pesar pelo falecimento: “Neste momento de grande consternação para todos nós, em nome da presidência, do conselho regional e do corpo de funcionários do Sesc-SP, prestamos nossa solidariedade e sinceros sentimentos à família e aos amigos de Danilo, e nossa homenagem ao querido diretor e companheiro”.

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Israelenses x palestinos: a história de um conflito que parece não ter fim

Karina Calandrin, que estuda a disputa há dez anos, explicou na fundação do PSD como a disputa territorial se tornou cada vez mais violenta

    Redação Scriptum     O conflito entre israelenses e palestinos foi tema da mais recente edição do programa Diálogos no Espaço Democrático, produzido pela fundação de estudos e pesquisas do PSD. A doutora em relações internacionais Karina Calandrin fez um detalhado relato da disputa territorial que tem a religião como pano de fundo. O mais recente capítulo desta história ocorreu no início do mês de outubro, quando o grupo terrorista palestino Hamas empreendeu uma série de atentados em solo de Israel. “São dois povos que buscam autodeterminação legítima; um conseguiu se consolidar como um Estado, outro não”, enfatizou ela. Profunda conhecedora do tema, Karina estuda o choque entre israelenses e palestinos há dez anos. Doutora e mestre em Relações Internacionais pelo Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (UNESP, UNICAMP, PUC-SP), ela foi pesquisadora visitante do departamento de Peace and Conflict Management da Universidade de Haifa, em Israel, e do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (IRI-USP). Atualmente faz pesquisa de pós-doutorado no IRI-USP e é também professora do curso de Relações Internacionais na Universidade de Sorocaba (UNISO). Ela foi até a segunda metade do século 19 para explicar a origem do sionismo, movimento que defende o direito à autodeterminação do povo judeu e à existência de um estado nacional judaico independente e soberano no território onde historicamente existiu o antigo Reino de Israel. O sionismo surgiu como uma reação ao antisemitismo europeu e teve no jornalista e escritor austríaco Theodor Herzl, autor do livro Der Judenstaat (O Estado Judeu), seu grande catalisador. Karina destacou que até a Primeira Guerra Mundial, a região disputada por israelenses e palestinos estava sob domínio do Império Turco-Otomano, que se desintegrou após o conflito. Então, foi criada pela Liga das Nações a figura jurídica do Mandato Britânico da Palestina, que passou a administrar o lugar, já com grandes populações judaica e árabe. Segundo a especialista, o conflito entre palestinos e israelenses se tornou sistêmico a partir de 1947, quando os britânicos decidiram deixar a região e entregaram à Organização das Nações Unidas (ONU) a decisão sobre o seu futuro. Foi constituído o Comitê Especial das Nações Unidas para estudar a região. A assembleia da ONU aprovou a proposta deste comitê, de partilhar o território em um Estado judeu e um árabe-palestino. Estima-se que nesta época havia cerca de 650 mil judeus e mais de 1,3 milhão de palestinos ali. A disputa ganhou contornos cada vez mais violentos a partir do dia 14 de maio de 1948. Poucas horas antes do encerramento do Mandato Britânico, Israel declarou a sua independência. No dia seguinte uma coalizão de exércitos da Arábia Saudita, Egito, Iraque, Jordânia, Líbano e Síria atacaram Israel, que venceu a guerra e estendeu seus domínios para territórios ocupados por palestinos. Desde então uma sucessão de guerras e ataques de maior ou menor intensidade construíram a história da região, um conflito que parece longe de terminar de forma pacífica. Depois de sua exposição Karina trocou impressões sobre o conflito com o sociólogo Tulio Kahn, o economista Luiz Alberto Machado e o jornalista Eduardo Mattos.

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Prevenção do Alzheimer está ao alcance de qualquer um

Caderno Democrático traz a íntegra da entrevista do neurologista Fabiano Moulin de Moraes sobre a doença que acomete dois milhões de brasileiros

Redação Scriptum   O tratamento do Alzheimer, doença neurodegenerativa que afeta progressivamente a memória e compromete a tomada de decisões básicas de vida, está à mão das pessoas e custa muito menos que as drogas de última geração, caríssimas e de resultado atual próximo do inexpressivo. “Chama-se prevenção e pode ser feita com atividade física e alimentação adequada”, aponta o neurologista e doutor em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Fabiano Moulin de Moraes no mais recente Caderno Democrático produzido pela fundação para estudos e formação política do PSD, Alzheimer - Como entender e enfrentar melhor a doença dos idosos. O fascículo está disponível para download no site do Espaço Democrático. A edição traz a íntegra da entrevista dada por Moulin de Moraes ao programa Diálogos no Espaço Democrático em agosto último, disponível no canal de Youtube da fundação. O especialista destacou na entrevista a estimativa de que o Brasil tem, hoje, uma população de quase dois milhões de pessoas com Alzheimer. Com o rápido envelhecimento da população, identificado por meio dos primeiros números do Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – as pessoas com mais de 60 anos já são 31,2 milhões – a tendência é que, em poucos anos, entre quatro e cinco milhões serão afetados pela doença. “E o grande problema do Brasil é que o brasileiro envelhece muito mal”, afirmou. Segundo ele, a atividade física é boa para o Alzheimer e para uma série de outras doenças, as chamadas silenciosas. “Colesterol alto, hipertensão, diabetes... são doenças que tornam mais difícil a velhice e preveni-las, com atividade física e alimentação, previne também o Alzheimer”. Participaram da entrevista com Moulin de Moraes, conduzida pelo jornalista Sérgio Rondino, o gestor público e consultor na área de saúde Januario Montone, e os cientistas políticos Rogério Schmitt e Rubens Figueiredo.

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