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Criatividade, psicologia e economia comportamental são temas de publicação
Caderno de autoria do economista Luiz Alberto Machado já está disponível para leitura ou download no site do Espaço Democrático
Redação Scriptum Neurociência, criatividade, psicologia e economia comportamental: conexões, a mais recente publicação do Espaço Democrático – a fundação para estudos e formação política do PSD – já está disponível para download ou leitura on-line. O ensaio é de autoria do economista Luiz Alberto Machado, mestre em Criatividade e Inovação, consultor do Espaço Democrático e conselheiro da Fundação Educacional Inaciana. Machado que se tornou um dos grandes especialistas no campo da economia criativa trata, nesta publicação, de neurociência e criatividade, da evolução dos estudos e pesquisas sobre a criatividade, sobre a psicologia econômica e a economia comportamental. Ele conta como foi arrebatado pelo tema a partir da participação do maior evento anual para a solução criativa de problemas, em Buffalo, no estado de Nova York, há exatos 30 anos. “Aquele evento me abriu os olhos para uma realidade que eu desconhecia e que me permitiu uma evolução pessoal e profissional jamais imaginada”, conta. “A partir dali tive a oportunidade de me enveredar por um novo campo de conhecimento, a criatividade, que se mostrou um excelente complemento à minha formação original de economista”.
Card link Another linkReformas colocaram o Brasil no caminho certo
Economista Igor Barenboim fez palestra no Espaço Democrático e traçou cenário otimista para o País
[caption id="attachment_36873" align="aligncenter" width="300"] Igor Barenboim[/caption] Redação: Scriptum Os desafios são enormes, mas o Brasil fez grandes avanços nos últimos anos e está no caminho certo. A avaliação não é de quem está propondo uma política econômica para o País, e sim de um operador do mercado financeiro, o economista Igor Barenboim, Ph.D pela Universidade de Harvard, que fez uma análise da macroeconomia brasileira na reunião semanal do Espaço Democrático, a fundação para estudos e formação política do PSD. Barenboim, que entre outros cargos exercidos foi secretário-adjunto de Política Econômica no Ministério da Fazenda, superintendente da Tesouraria do Itaú-Unibanco e subsecretário de administração do município do Rio de Janeiro, apontou que uma série de iniciativas e eventos que ocorreram nos últimos anos permitiu a melhora do cenário macroeconômico e que agora o governo Lula poderá se beneficiar disso sem que tenha sido o vetor destas condições. “São reformas que entre 2016 e 2022 transformaram o Brasil”, disse. O economista, que é sócio da gestora de recursos Reach Capital, citou como exemplos dessas iniciativas que mudaram a conjuntura a Lei das Estatais, o fim da obrigatoriedade de participação da Petrobras no pré-sal, as reformas trabalhista e da previdência, a nova lei das falências, a independência do Banco Central do Brasil, as privatizações – como da Eletrobrás, a digitalização de serviços públicos e os marcos regulatórios do saneamento, das ferrovias, do gás e dos portos. Tão importante quanto as reformas são segundo ele, os sinais de estabilidade que o Congresso vem dando. “Lula já disse que quer reverter a privatização da Eletrobrás e o Marco Regulatório do Saneamento, mas o Congresso já sinalizou que não vai mexer nisso”, lembrou. “Para o investidor externo, isso é um excelente sinal”. Para Barenboim, o desafio ainda é grande, principalmente o fiscal, mas o cenário de crise foi afastado e as perspectivas de alguns setores são excelentes. “A vulnerabilidade externa do Brasil é coisa do passado e a guerra da Rússia na Ucrânia provou isso: o petróleo subiu e o Brasil ficou mais rico com este movimento pela primeira vez na história”, disse. Ele fez algumas comparações para justificar o seu otimismo. No ano 2000 o Brasil produzia 1 milhão de barris de petróleo, hoje produz 3 milhões; a nossa produção de minério de ferro, no mesmo período, saltou de 150 milhões de toneladas para 350 milhões; e o agronegócio cresce a cada ano. Segundo ele, a mudança que o Conselho Monetário Nacional (CMN) poderá fazer na meta de inflação, trocando o modelo de ano-calendário pelo contínuo, em um prazo de 18 ou 24 meses, poderá ajudar no processo de redução mais rápida dos juros, hoje tema de embate entre o Governo Federal e o Banco Central. “E com o juro em queda a perspectiva fica muito melhor”, lembrou. Após a palestra Barenboim respondeu questões formuladas pelos consultores que participaram do encontro: os economistas Roberto Macedo e Luiz Alberto Machado, os cientistas políticos Rogério Schmitt e Rubens Figueiredo, o advogado e empresário Helio Michelini, o sociólogo Tulio Kahn, o consultor na área de saúde Januario Montone, o superintendente da fundação, João Francisco Aprá, o advogado e empresário Helio Michelini, e os jornalistas Eduardo Mattos e Sérgio Rondino, coordenador de comunicação da Fundação Espaço Democrático.
Card link Another linkUm caso escabroso
Se precisamos ter uma entidade para “defender” o direito de defesa é porque algo não anda bem no nosso sistema judiciário, escreve Rubens Figueiredo
Rubens Figueiredo, cientista político e colaborador do Espaço Democrático
Edição: Scriptum
Não sei o que é pior: a notícia em si ou a absoluta falta de repercussão da notícia, publicada pela Folha de S.Paulo em sua edição de 28 de maio. Sim, porque a história chega a ser escabrosa. O protagonista é Paulo Alberto da Silva Costa, um porteiro que trabalhava em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, e completava sua renda com um lava-jato no local. Em março de 2020 foi preso por ter sido reconhecido por foto em 62 ocorrências – isso mesmo, 62! – e ter acumulado dezenas de mandados de prisão contra si. Detalhe: Paulo não foi ouvido em nenhum dos inquéritos que motivaram sua prisão.
Parece brincadeira. Existiam acusações de que Paulo teria participado de dois crimes que ocorreram no mesmo horário, em locais que distavam quatro quilômetros, uma situação a ser explicada pelos entendidos em “ciências” sobrenaturais. A apuração de vários crimes era realizada exclusivamente por meio do reconhecimento fotográfico feito pelas vítimas. Ou seja, a simples acusação já garantia a penalização. O caso foi parar no Superior Tribunal de Justiça, que revogou todos os mandados de prisão preventiva e suspendeu todas as execuções de pena.
O ministro Ricardo Schietti fez uma análise indignada e preocupante sobre o caso. “A impressão que se tem é que todos os roubos não apurados pela polícia de Belford Roxo foram atribuídos a este indivíduo. Estamos diante de um caso que me envergonha de integrar um sistema de Justiça de moer gente. Uma roda viva de crueldades”, afirmou. E completou: “Estou convencido de que estamos diante de um caso gravíssimo, com consequências duradouras no tempo”.
O nome da instituição que ajudou a apontar a completa negligência das autoridades policiais nas investigações preliminares é sugestivo: Instituto de Defesa do Direito de Defesa, o IDDD. Ora, se precisamos ter uma entidade para “defender” o direito de defesa é porque, definitivamente, algo não anda bem no nosso sistema judiciário. Errar 62 vezes com a mesma pessoa parece um pouco exagerado. O pior é que, segundo outro ministro do STJ, Sebastião Reis, “não se trata de um caso isolado. Todos os dias estamos nos deparando com casos semelhantes”. Diante disso, só nos resta rezar para que ninguém nos reconheça...
Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
Card link Another linkMutirão incluiu quase 16 milhões de brasileiros no censo
Operação de última hora abrangeu terra Yanomami, favelas e condomínios de luxo
Redação: Agência Brasil Edição: Scriptum Previsto para ser lançado nesta quarta-feira (28), o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) esteve a um passo de ser comprometido. A falta de apoio para acesso dos recenseadores a áreas remotas ou carentes e a resistência de alguns cidadãos abastecidos por notícias falsas por pouco fizeram o equivalente a quase um Estado do Rio de Janeiro deixar de ser contado. Ao longo dos últimos três meses, sucessivos mutirões do IBGE e do Ministério do Planejamento conseguiram reverter a situação. Uma série de forças-tarefas incluiu, de última hora, 15,9 milhões de brasileiros no censo. Ao todo, foram três operações especiais. A primeira buscou alcançar brasileiros na Terra Indígena Yanomami que nunca tinham sido recenseados. As outras procuraram reduzir a taxa de não resposta em dois ambientes opostos, mas com resistência a recenseadores: favelas e condomínios de luxo. “Nesta semana, vamos deixar para trás informações de 13 anos atrás, do Censo de 2010. Para formular políticas públicas, conhecer as demandas da população e atuar em emergências, precisamos de informações atualizadas. O recenseamento é essencial para conhecer quem somos, quantos somos e como somos hoje. Não como éramos”, diz o assessor especial do Ministério do Planejamento João Villaverde. Indígenas Realizado em março, o recenseamento na Terra Indígena Yanomami incluiu 26.854 indígenas no censo, dos quais 16.560 em Roraima e 10.294 no Amazonas. O mutirão foi essencial para atualizar a população indígena no Brasil, estimada em 1,65 milhão de pessoas segundo balanço parcial apresentado em abril. O número completo só será divulgado em julho, quando o IBGE apresentará um balanço específico do Censo 2022 para a população indígena. A operação na Terra Yanomami foi complexa, mas conseguiu, pela primeira vez na história, recensear 100% da etnia no território. Por envolver dificuldades de acesso a aldeias onde só se chega de helicóptero, o mutirão foi coordenado por cinco ministérios e reuniu 110 servidores federais dos seguintes órgãos: Polícia Rodoviária Federal, que forneceu os helicópteros; Ministério da Defesa, que forneceu o combustível; guias do Ministério dos Povos Indígenas; servidores da Secretaria de Saúde Indígena da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai); além dos próprios recenseadores do IBGE. Realizado de 7 a 30 de março, o mutirão foi necessário porque o recenseamento tradicional não conseguia chegar a todas as aldeias yanomami. Por causa das operações para retirar os garimpeiros e do remanejamento de helicópteros para as ações de resgate humanitário, o censo teve de reduzir o ritmo em fevereiro, quando cerca de apenas 50% da população do território havia sido contabilizada. Favelas Nas favelas, o censo esbarrava em outras dificuldades. Além da falta de segurança em alguns locais, muitos moradores não queriam abrir a porta para o recenseador porque tinham recebido falsas notícias de que teriam benefícios sociais cancelados. Outro problema, principalmente em áreas mais densas, era a falta de endereços nas comunidades. Muitas vezes, os recenseadores não tinham informação sobre novas moradias surgidas nos últimos anos, como puxadinhos e lajes num mesmo terreno. “O que impedia a entrada dos recenseadores na favela era a falta de conexão dos recenseadores e do Poder Público com as pessoas que moram lá. Além disso, havia a falta de conscientização das pessoas por falta de uma explicação que alcançasse os moradores das favelas da importância do censo e de respostas sinceras e objetivas”, analisa Marcus Vinicius Athayde, diretor do Data Favela e da Central Única das Favelas (Cufa), que auxiliou o IBGE no mutirão. O mutirão começou no fim de março, com o lançamento de uma campanha na Favela de Heliópolis, em São Paulo, da qual participou a ministra do Planejamento, Simone Tebet. A operação ocorreu em 20 Estados e registrou aglomerados subnormais (nomenclatura oficial do IBGE para favelas) em 666 municípios. O número de habitantes só será conhecido em agosto, quando o IBGE divulgará um recorte do Censo 2022 para as favelas. Segundo Athayde, a Cufa ajudou primeiramente por meio de uma campanha chamada Favela no Mapa, que usou as lideranças estaduais da entidade para conscientizar os moradores de favelas da importância de responder ao censo. Em seguida a Cufa recrutou moradores de favelas e lideranças locais para atuarem como recenseadores e colherem os dados das comunidades onde moram. Também houve mutirões de respostas em eventos comunitários. “Responder ao censo traz benefícios de volta para o morador da favela, para seus vizinhos, para sua família, na medida em que o governo e as políticas públicas atuarão de forma mais adequada para essa população”, destaca Athayde. Condomínios Por fim, o último flanco de resistência a recenseadores concentrava-se em condomínios de luxo, principalmente em três capitais: São Paulo, Rio de Janeiro e Cuiabá. “Historicamente, a taxa de não resposta, que é o morador que não atende ao recenseador, fica em torno de 5%. Isso em todos os países que fazem censo. Nessas três cidades, a taxa estava em 20% em condomínios de alto padrão”, conta Villaverde, do Ministério do Planejamento. No Censo 2022, a média nacional de não respostas estava em 2,6% segundo balanço parcial divulgado em janeiro. No Estado de São Paulo, alcançava 4,8%, principalmente por causa da recusa de moradores de condomínios de renda elevada. Para contornar os problemas, o Ministério do Planejamento e o IBGE promoveram uma campanha maciça em redes sociais. Parte das inserções foi direcionada a sensibilizar porteiros, que obedecem a regras restritas para entrada de estranhos. Outra parte esclareceu que síndicos não têm o poder de proibir o morador de receber o IBGE. “Muitas pessoas queriam atender ao censo, mas não sabiam que o recenseador não tinha vindo porque o síndico vetava”, recordou Villaverde. Também houve reportagens de quase 10 minutos em televisões locais sobre o tema. Segundo o assessor especial do Planejamento, a mobilização foi um sucesso. “Em uma dessas três capitais, conseguimos reduzir a taxa de não resposta para menos de 5% em condomínios de alta renda”, diz. A operação para os condomínios começou em 14 de abril e estendeu-se até 28 de maio, último dia de coleta de dados para o Censo 2022. Entraves A realização do Censo 2022 enfrentou diversos entraves. Inicialmente previsto para 2020, o recenseamento foi adiado por causa da pandemia de covid-19. Em 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) obrigou o governo anterior a realizar o censo em 2022. Na época, o Ministério da Economia autorizou R$ 2,3 bilhões para o censo, mesmo orçamento de 2019, que desconsiderava a inflação acumulada em dois anos. Com a coleta de dados iniciada em 1º de agosto, o Censo 2022 inicialmente estava previsto para encerrar-se em outubro do ano passado. Com dificuldades para a contratação, o pagamento e a manutenção de recenseadores, o fim do censo foi primeiramente adiado para fevereiro deste ano. Com falta de verba e alta proporção de não recenseados, o governo atual decidiu fazer uma suplementação orçamentária de R$ 259 milhões ao IBGE. O Ministério do Planejamento também decidiu seguir a recomendação do Conselho Consultivo do IBGE, formado por ex-presidentes do órgão, demógrafos e acadêmicos, e estender a coleta de dados até o fim de maio. Em abril, uma série de remanejamentos internos no órgão evitou um novo pedido de verbas pelo IBGE. Desde 29 de maio, o IBGE está rodando os dados, para a divulgação nesta quarta-feira (28). “No início do ano, o ministério tomou a difícil decisão de seguir 100% das recomendações do Conselho Consultivo porque os dados colhidos até então não garantiam a qualidade do censo. Agora, com as operações especiais e o tempo extra de coleta, temos a certeza de que o recenseamento está robusto e em linha com os parâmetros internacionais de qualidade”, diz Villaverde.
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