Pesquisar

Taxonomy - Destacão

Bill Gates e a política brasileira de saúde

Economista Roberto Macedo escreve sobre os elogios do criador da Microsoft às políticas que promoveram a redução da mortalidade materna e infantil no País

  Roberto Macedo, economista e colaborador do Espaço Democrático Edição Scriptum   De vez em quando recebo mensagens que Bill Gates espalha pela internet e que chamam a atenção dos seus destinatários. Afinal, ele foi o criador da famosa empresa Microsoft, de softwares e outros serviços, e é uma das pessoas mais ricas do mundo. A última vez que eu vi estava na quarta posição. Mas também é pródigo em ações em prol do bem comum, como no caso da saúde. Por exemplo, conforme explicou numa mensagem, enviada em 12 de dezembro último, durante a pandemia da Covid, em 2020, tomou a iniciativa de criar o programa Exemplares em Saúde Global (Global Health Exemplars, em inglês), procurando identificar países que se destacavam nessa área dando passos gigantes para controlar o vírus e o que faziam para alcançar esse sucesso, particularmente quanto a essa pandemia, podendo assim servir de exemplos. Também percebeu que pandemias estão entre muitos outros problemas no contexto em que as políticas públicas de saúde precisam atuar. E nas suas palavras, “...nós sempre precisamos de mais histórias de sucesso – especialmente sobre assuntos que não alcançam as manchetes –, que outros países possam olhar e aprender com elas.” Segundo ele, um desses casos é o Brasil. E esclarece: “Em poucas décadas, o país cortou a mortalidade maternal em mais da metade e a mortalidade infantil em três quartos – de longe ultrapassando tendências globais – e aumentou a expectativa de vida em uma década. No caminho, quase um quinto do país deixou a condição de pobreza.” O que fez o Brasil? Responde ele: “A resposta curta é que aumentou os gastos em cuidados com a saúde, expandiu o tamanho e abrangência de um programa comunitário para a saúde do trabalhador (creio que o SUS, acrescento), e ligou serviços sociais, como dinheiro para famílias pobres, com serviços como vacinas e cuidados pré-natais. A reposta longa ... está no meu blog. Você pode ler sobre a estrutura brasileira para a saúde e por que... é um caso Exemplar de Saúde Global.” Eu concordo que algo como a Covid toma muito espaço no noticiário e que a política de saúde brasileira tem seus aspectos positivos que precisam ser enaltecidos. Mas há ainda muitos problemas por resolver. Por exemplo, conheci uma senhora pobre que prestava serviços de faxina no prédio em que resido e que vivia sempre reclamando da dificuldade de marcar consultas e de ser atendida no SUS e, mais difícil ainda, a marcação de exames sem atrasos.   Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

Card link Another link
Dois momentos e um profundo contraste

Economista Luiz Alberto Machado usa o filme ‘O sequestro do voo 3751’ como pano de fundo para comentar dois períodos desiguais da economia brasileira

Card link Another link
As oscilações na popularidade de Lula em 2023

As taxas de aprovação e de reprovação do presidente parecem continuar refletindo a polarização herdada da campanha eleitoral de 2022, escreve Rogério Schmitt

Rogério Schmitt, cientista político e colaborador do Espaço Democrático 

Edição Scriptum

O ano de 2023 ainda não acabou, pelo menos formalmente. Mas como já estamos na temporada dos balanços e retrospectivas, também me permito fazer a minha.

Apresentarei a seguir o desempenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao longo do ano, nas pesquisas de opinião pública sobre a popularidade da sua gestão. Mais especificamente, olharei para a clássica pergunta na qual os entrevistados são estimulados a dizer, de forma binária, se aprovam ou se reprovam o desempenho do chefe de governo.

Coletei os dados de 31 pesquisas nacionais (presenciais, telefônicas ou on-line) de popularidade do governo, realizadas por nove institutos diferentes, entre o início de janeiro e meados de dezembro. E calculei médias aritméticas simples mensais para os índices de aprovação e de reprovação ao presidente.

O número de pesquisas realizadas em cada mês variou entre duas e quatro, com uma única exceção. Precisei agrupar os meses de julho e agosto, pois encontrei somente uma pesquisa disponível em cada um deles.

Os resultados consolidados aparecem no gráfico abaixo. Quais são as principais conclusões encontradas?

A primeira e mais clara evidência é que a aprovação ao presidente (a linha azul) se manteve sistematicamente superior à desaprovação (a linha laranja) ao longo de todo o ano de 2023. A taxa de aprovação a Lula oscilou entre um mínimo de 49,4% e um máximo de 58%, enquanto que a taxa de reprovação oscilou entre um mínimo de 32,5% e um máximo de 44%.

A segunda conclusão, bastante visível, é que o período de “lua de mel” do novo presidente com o eleitorado durou somente o primeiro trimestre do governo. Em fevereiro, por exemplo, a taxa de aprovação a Lula superou a taxa de reprovação em cerca de 25 pontos percentuais. De abril em diante, no entanto, as distâncias entre as duas linhas vão diminuindo. Na linguagem popular, a boca do jacaré foi se fechando. Em novembro, por exemplo, o saldo de popularidade do presidente foi de apenas pouco mais de cinco pontos percentuais.

Finalmente, uma terceira e última evidência para a qual gostaria de chamar a atenção nesta retrospectiva é a aparente autonomia dos números de popularidade de Lula em relação às conjunturas política ou econômica mais amplas. As taxas de aprovação e de reprovação do presidente parecem continuar refletindo a polarização herdada da campanha eleitoral de 2022 e não as boas e más notícias vindas da política ou da economia ao longo do ano.

A grande expectativa para 2024 é se os números de (im)popularidade do presidente Lula continuarão sendo reféns daquela polarização ou se irão se descolar dela, passando a refletir, como costuma ser o caso, os avanços e retrocessos em variáveis como inflação, crescimento e emprego. Quem viver, verá.

Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

Card link Another link
Lula x Bolsonaro: deu empate!

Rubens Figueiredo analisa pesquisa DataFolha que mostra presidente e ex-presidente com os mesmos percentuais de aprovação do ano passado

Card link Another link

ˇ

Atenção!

Esta versão de navegador foi descontinuada e por isso não oferece suporte a todas as funcionalidades deste site.

Nós recomendamos a utilização dos navegadores Google Chrome, Mozilla Firefox ou Microsoft Edge.

Agradecemos a sua compreensão!