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Taxonomy - Manchete secundária
Viagem ao espaço em busca da cura para autismo e Alzheimer
O cientista brasileiro Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia, participará de missão espacial para pesquisa de doenças neurológicas
[caption id="attachment_39001" align="aligncenter" width="640"] Ao estudar os impactos da microgravidade no cérebro humano, Alysson Muotri e mais quatro cientistas serão os primeiros pesquisadores brasileiros a viajar para o espaço.[/caption]
Texto: Estação do Autor com CNN Brasil
Edição: Scriptum
As respostas para cura e tratamentos do autismo e Alzheimer podem estar no espaço. O professor Alysson Muotri, chefe do laboratório de pesquisa Muotri Lab, na Universidade da Califórnia, em San Diego, nos Estados Unidos, deverá participar de uma missão espacial com a Nasa entre o fim de 2025 e o começo de 2026. O objetivo é analisar a progressão de doenças neurológicas e buscar tratamentos ou até a cura para os níveis mais severos do transtorno do espectro autista e do Alzheimer.
Ao estudar os impactos da microgravidade no cérebro humano, ele e mais quatro cientistas serão os primeiros pesquisadores brasileiros a viajar para o espaço. Ainda não há definição de outros nomes que devem participar da expedição. Em entrevista à Gabriela Piva na CNN Brasil, Muotri explica como e por que é preciso avaliar o impacto da microgravidade no cérebro humano.
O grupo embarcará no foguete Falcon 9, da SpaceX, para a Estação Espacial Internacional (ISS), levando organoides cerebrais na bagagem. Conhecidos como “minicérebros”, são pequenas estruturas com neurônios, criadas a partir de células-tronco de diferentes indivíduos vivos, que “imitam” aspectos do funcionamento do órgão. Os cientistas levarão organoides derivados de pacientes que tiveram Doença de Alzheimer e, outros, do espectro autista, principalmente de quem necessita de acompanhamento constante e corre risco de vida.
Não é a primeira vez que o laboratório envia organóides ao espaço. Desde 2019, realiza missões espaciais, mas sem a presença de cientistas. Após essa experiência, descobriram que os organoides envelhecem no espaço: 30 dias em missão espacial equivalem a 10 anos na Terra para os “minicérebros”. Por causa disso, conseguem acelerar os processos para prever como o cérebro humano se comportará em diferentes estágios da doença ou do transtorno.
A principal diferença entre a missão anterior e a atual é que, pela primeira vez, ela contará com interferência humana.
Os cientistas testarão fármacos ou bioativos derivados da floresta amazônica, que serão manualmente inseridos nos “minicérebros” durante a viagem, para testá-los como agentes de proteção contra o Alzheimer.
Maus hábitos alimentares custam muito caro, diz FAO
Agência da ONU para alimentação e agricultura estima o custo sanitário em US$ 8,1 trilhões anuais
[caption id="attachment_38994" align="aligncenter" width="560"] Uma dieta pobre em cereais integrais, em frutas e ricas em sal são responsáveis por metade desse custo sanitário.[/caption]
Texto: Estação do Autor com AFP / O Globo
Edição: Scriptum
As más práticas alimentares, como o consumo excessivo de sal, alimentos processados e a baixa ingestão de frutas, geram um custo sanitário oculto superior a 8 trilhões de dólares anuais. Além disso, esses hábitos contribuem para a perda de produtividade, aumentando a ocorrência de doenças como diabetes e câncer. A FAO, agência da ONU para a Alimentação e Agricultura, alerta para a necessidade de "ação urgente" na transformação dos sistemas agroalimentares no sentido de minimizar esses impactos.
Reportagem da AFP publicada no jornal O Globo mostra que, segundo o relatório anual da FAO, esses 8,1 trilhões estão vinculados às perdas de produtividade causadas por doenças derivadas da alimentação, entre elas diabetes, câncer e doenças cardiovasculares. Esse valor, em grande parte invisível, soma-se aos custos de saúde já conhecidos, como os gastos médicos, duplicando o custo sanitário real de nossa alimentação. Globalmente, o impacto na saúde representa 70% de todos os custos ocultos da produção de alimentos, que também possui custos ambientais e sociais.
Uma dieta pobre em cereais integrais, em frutas e ricas em sal são responsáveis por metade desse custo sanitário. A alimentação rica em carnes processadas como salsichas e embutidos, em carne vermelha e pobre em verduras e hortaliças também contribuem para esse prejuízo. De acordo com os países, essa carga oculta representa até 10% do PIB, especialmente em alguns Estados emergentes, segundo o relatório, que abrange 153 países e 99% da população mundial.
O cálculo não inclui fenômenos de desnutrição, que também têm um alto custo. A FAO recomenda “a necessidade de compromissos nacionais mais ambiciosos" em todos os níveis, desde produtores até consumidores.
Usina experimental da USP vai gerar energia com resíduos
A partir de 2025, unidade produzirá energia elétrica e térmica, biocombustível e biofertilizantes em uma única planta industrial
[caption id="attachment_38985" align="aligncenter" width="560"] Aterros sanitários não aproveitam o potencial fertilizante da decomposição dos resíduos orgânicos e têm desperdício de biogás.[/caption]
Texto: Estação do Autor com Folha de S.Paulo
Edição: Scriptum
A Universidade de São Paulo (USP) inaugura em janeiro de 2025 uma usina que gera energia, fertilizantes e gás a partir da decomposição de resíduos orgânicos dos restaurantes da Cidade Universitária, na capital paulista. Os planos de expansão e replicação comercial da iniciativa ainda dependem da gestão integrada dos setores energético, agrícola e de saneamento, o que implica mudanças em marcos regulatórios federais, estaduais e municipais.
O projeto é desenvolvido desde 2018 no IEE (Instituto de Energia e Ambiente) e conta com uma equipe de 12 estudantes, docentes e técnicos da universidade. A um custo total de R$ 7,2 milhões, a usina começou a operar em 2021. Reportagem de Caio Reis para a Folha de S.Paulo (assinantes) traz detalhes do funcionamento da Usina de Produção de Bioenergia e Biofertilizantes com Resíduos Orgânicos, da USP.
Propondo uma sinergia entre os setores energético, agrícola e de saneamento, a usina produz energia elétrica e térmica, biocombustível e biofertilizantes em uma única planta industrial. O objetivo é demonstrar a viabilidade técnica, ambiental e econômica do aproveitamento integral da fração orgânica dos resíduos sólidos urbanos (RSU), como materiais de origem animal ou vegetal descartados.
Segundo Ildo Sauer, coordenador do projeto e vice-diretor do IEE, os aterros sanitários não aproveitam o potencial fertilizante da decomposição dos resíduos orgânicos e têm desperdício de biogás. A compostagem aproveita os fertilizantes, mas não a energia. No caso da usina o aproveitamento é total e mais eficiente, afirma.
Em pleno funcionamento, a usina pode processar 43,5 toneladas de resíduos orgânicos diariamente. Além de biogás, a decomposição produz digestato, um líquido escuro com propriedades fertilizantes.
Priscila Camiloti, docente do Instituto e integrante do projeto, explica que a usina emite 99,8% menos gases do efeito estufa que um aterro. Cada tonelada de resíduos orgânicos em um aterro libera 621,4 kg de CO2 equivalente, ante 1,47 kg na usina da USP.
De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, cada brasileiro gerou em média 1,04 kg de RSU por dia, somando 77 milhões de toneladas em 2022.
O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares) prevê que 13,5% dos resíduos orgânicos sejam recuperados até 2040, com aproveitamento de 60% do biogás gerado em aterros e em usinas de digestão anaeróbia.
Austrália quer proibir redes sociais para menores de 16 anos
Medida prevê que plataformas como Facebook, Instagram, X e TikTok sejam responsáveis por bloquear o acesso de menores, sob pena de pesadas multas
Texto Estação do Autor com DW Edição Scriptum No momento em que governos de todo o mundo buscam formas de supervisionar o uso que os jovens fazem de tecnologias como smartphones e mídias sociais, a Austrália vai propor a criação de uma lei que proíbe o acesso às redes sociais por crianças e adolescentes com menos de 16 anos. O governo australiano alega que as redes sociais são prejudiciais às crianças e quer impor um limite. A medida prevê que plataformas como Facebook, Instagram, X e TikTok sejam responsáveis por bloquear o acesso de menores sob pena de pesadas multas. Reportagem publicada no site DW mostra que o país está na vanguarda da regulação de redes sociais, e o limite de idade proposto estaria entre as medidas mais rigorosas do mundo destinadas à proteção de crianças desse tipo de influência digital. Segundo o primeiro-ministro australiano Anthony Albanese, a lei não visa penalizar adolescentes, crianças ou seus pais. "O ônus recairá sobre as plataformas de mídia social, para demonstrar que estão tomando medidas razoáveis para impedir o acesso”, explica. A nova legislação, se aprovada, deverá entrar em vigor 12 meses depois, prevê o governo. As plataformas teriam esse tempo para se adaptar e implementar as exigências. O principal partido de oposição deu, a princípio, apoio à proposta. A DIGI, órgão que representa plataformas de redes sociais, se manifestou dizendo que isso poderia incentivar os jovens a explorar partes mais obscuras e não regulamentadas da internet, ao mesmo tempo em que reduziria seu acesso a redes de suporte. Segundo a entidade, a medida é uma "resposta do século 20 a desafios do século 21". "Em vez de bloquear o acesso por meio de proibições, precisamos adotar uma abordagem equilibrada para criar espaços adequados à idade, desenvolver a alfabetização digital e proteger os jovens de danos online", disse a diretora-gerente da DIGI, Sunita Bose, em comunicado.
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