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O tarifaço e o PIB

Plano Brasil Soberano é boa ideia, mas de difícil execução, escreve o economista Roberto Macedo

Roberto Macedo, economista e colaborador do Espaço Democrático Edição Scriptum   Em artigo na edição de 16 de agosto da Folha de S.Paulo, o  economista Samuel Pessoa se dispôs a fazer uma análise quantitativa do impacto, sobre o PIB, do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Não é uma tarefa fácil, exceto na previsão de que esse impacto será negativo. A previsão dele é que o tarifaço deverá reduzir as exportações brasileiras para aquele país em aproximadamente R$ 5 bilhões em 2025 e R$ 10 bilhões em 2026. Admitindo que as nossas exportações têm um conteúdo de 16% de insumos importados, Pessoa conclui que isso deve gerar uma perda de 0,15% do PIB em 2025 e de uns 0,3% do PIB em 2026. Ele não citou, mas creio que a grande diferença entre esses dois números será porque o tarifaço em 2025 só passou a produzir efeitos a partir do segundo semestre e em 2026 terá efeitos durante todo o ano. Ele também supôs que parte da queda das exportações seria absorvida pelo mercado doméstico. Pessoa também descreveu as medidas que o governo federal está adotando para aliviar essas perdas para empresários e trabalhadores, assentadas em três pilares principais de um plano chamado de Brasil Soberano. Em primeiro lugar, haverá recursos de R$ 30 bilhões a serem emprestados pelo BNDES a empresários para superar suas dificuldades, além de R$ 3,5 bilhões de fundos também geridos pelo BNDES e de R$ 1 bilhão de um fundo gerido pelo Banco do Brasil. O terceiro pilar será a extensão de um programa conhecido como Reintegra, um subsídio para as empresas que exportam e que no caso do tarifaço será maior para as pequenas empresas (6%) do que para as médias e grandes (3%). Achei o Plano Brasil Soberano bom em face das circunstâncias, mas sua execução será difícil. Tome-se, por exemplo, o caso de uma empresa que tenha perdido 50% de suas exportações com o tarifaço. Certamente ela tomará o crédito para manter os respectivos trabalhadores ociosos por um período superior a dois meses, com o que haverá desemprego. O governo não impôs que esse desemprego fosse sustentado com crédito, mas continua acenando com a necessidade de evitá-lo.   Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

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A absurda adultização de hoje em dia

Rubens Figueiredo mostra os contrastes de uma sociedade que há pouco menos de 40 anos normalizava a exposição da sensualidade

Rubens Figueiredo, cientista político e colaborador do Espaço Democrático Edição Scriptum   De 1986 a 1992, o Xou da Xuxa, da Rede Globo, era a atração preferida das crianças, dos irmãos e primos mais velhos das crianças, papais, titios e, em muitos casos, vovôs. Em 1989, chegou a 35% de audiência na Grande São Paulo. Um fenômeno. A sensualidade imperava. Foi o único programa infantil da história da humanidade que deveria ser proibido para menores de 18 anos. A apresentadora que fazia a cabeça das criancinhas a partir dos oito anos aparecia em trajes, digamos, de acentuado caráter tropical, e havia posado nua nas revistas masculinas Playboy e Status, entre 1979 e 1982. As fotos foram consideradas ousadas para o padrão vigente. Também havia protagonizado um filme no qual teve relação sexual com um pré-adolescente, em cenas que seriam classificadas como muito próximas de explícitas nos dias de hoje. E havia as paquitas, ajudantes de palco que usavam uniformes insinuantes – micro shorts, barriguinha de fora, tops que desafiavam a lei da gravidade e botas de cano alto. As vedetes do Moulin Rouge se sentiriam alunas do Sacre Coeur vendo aquilo. Meninas nos seus quinze anos rebolavam antecipando tendências do funk e procuravam o close da câmera para demonstrar excitação com os toques nos quadris que a apresentadora lhes aplicava. A coisa não parava por aí. Em um dos vídeos atualmente no YouTube, Xuxa faz publicidade do pirulito “Chupa chups”. Contracenando com a paquita Andrezza Cruz, a apresentadora diz: “eu sinto uma falta quando não é você que está segurando o pirulitão...você sabe por que, né? Essa boquinha que Deus te deu...deixa eu ver você chupando de verdade? Abre aí e chupa...” Que saudades da Minie... Menores quando se apresentavam na TV, as paquitas também se mostravam despidas nas páginas da Playboy ao atingir a maioridade. Casos de Andrea Sorvetão, Letícia Spiller, Juliana Baroni, Ana Paula Almeida (a Pituxita), Bárbara Borges e Priscilla Couto. As tiragens eram altíssimas. Na capa, sempre a qualificação de ex-paquitas, aquelas que faziam a alegria matinal brincando com a inocência das filhas e a imaginação dos papais que compravam a revista. Ainda bem que hoje temos o influenciador digital Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, para denunciar os abusos da adultização na internet e proteger nossas crianças.     Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

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Consumo abusivo de álcool entre mulheres dobrou no Brasil em 17 anos, diz estudo

Fenômeno pode estar relacionado ao crescimento da participação feminina no mercado de trabalho, ao marketing direcionado e à pandemia

[caption id="attachment_40226" align="aligncenter" width="560"] Fenômeno pode estar relacionado ao crescimento da participação feminina no mercado de trabalho, ao marketing direcionado e à pandemia, segundo a pesquisa[/caption]     Edição Scriptum com Estação do Autor e Folha de S.Paulo   Os números preocupam. O consumo abusivo de bebidas alcoólicas entre mulheres brasileiras praticamente dobrou entre 2006 e 2023, passando de 7,7% para 15,2%. É o que aponta um estudo realizado por pesquisadores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) publicado na Revista Brasileira de Epidemiologia. Reportagem de Vitor Hugo Batista para a Folha de S.Paulo (assinantes) revela que a diferença entre os gêneros sugere mudanças significativas no padrão de consumo de álcool entre mulheres nos últimos anos. O que pode estar relacionado ao crescimento da participação feminina no mercado de trabalho, ao marketing direcionado e à pandemia, segundo a pesquisa. O estudo usou dados do Vigitel (Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças), um inquérito telefônico anual do Ministério da Saúde com adultos a partir de 18 anos que moram nas capitais brasileiras. Foi considerado consumo abusivo de bebida alcoólica a ingestão de cinco ou mais doses de álcool para homens, e de quatro ou mais doses para mulheres, pelo menos uma vez nos últimos 30 dias. Deborah Malta, professora do Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública da Escola de Enfermagem da UFMG, envolvida no estudo, afirma que o aumento do consumo abusivo de álcool entre mulheres é semelhante ao que ocorreu historicamente com o tabagismo. A professora explica que, na década de 1960, as mulheres também começaram a fumar como parte de um processo de empoderamento. À medida que elas passaram a participar ativamente do mercado de trabalho e a conquistar seu espaço, fumar acabou se tornando um símbolo de igualdade em relação aos homens, diz Malta. Em sua opinião, um movimento parecido ocorre agora. As mulheres estão presentes em todos os setores, com maior poder aquisitivo e em posições de liderança. Buscar igualdade com os homens também significa assumir práticas e comportamentos semelhantes, incluindo o consumo de álcool. A pesquisadora também destaca o papel do marketing fortemente direcionado para ampliar o mercado entre as mulheres. Diante dos resultados e para tentar frear essa tendência, Malta sugere uma série de medidas regulatórias e educativas, entre elas campanhas de informação eficazes sobre os malefícios do álcool na saúde. Além disso, a professora alerta que, sem essas medidas, as metas nacionais de redução do consumo de álcool, que preveem redução de 10% nos próximos anos, dificilmente serão alcançadas.

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Marco regulatório do EaD deixa a educação brasileira com o olho no retrovisor

Caderno do Espaço Democrático traz íntegra da entrevista com Wilson Rodrigues, da Faculdade de Comércio de São Paulo

  [caption id="attachment_40211" align="aligncenter" width="560"] Wilson Rodrigues: situação da docência no século 21 sofreu profunda transformação e está na origem desta resistência corporativista[/caption]   Redação Scriptum   O marco regulatório da Educação à Distância (EaD) no Brasil, instituído pelo Decreto nº 12.456/2025, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, despreza tecnologias do século 21 e olha para o passado com o único propósito de atender sindicatos e órgãos de classe de professores, corporações mais preocupadas com o próprio status quo que com os benefícios para os alunos. Assim o diretor-geral da Faculdade do Comércio de São Paulo (FAC-SP), Wilson Rodrigues, define o aumento da exigência de carga horária presencial no EaD na mais recente publicação do Espaço Democrático, o caderno Novas regras do ensino à distância são retrocesso, já disponível para leitura on-line ou download no site da fundação do PSD. A publicação traz a íntegra da palestra de Rodrigues no Espaço Democrático, quando fez uma profunda análise do marco regulatório do EaD. Segundo ele, o decreto deveria tratar de Inteligência Artificial e todas as outras ferramentas digitais que possam estimular nos jovens habilidades de criatividade e inovação, essenciais profissionalmente hoje, mas em vez disso atende ao corporativismo sindical: “É público que houve diálogo entre sindicatos de professores e o MEC, no início do ano passado, antes de a Portaria 528 ter suspendido a criação de novos cursos, polos e faculdades de EaD”, disse. No caderno, o diretor da FAC-SP destaca que a situação da docência no século 21 sofreu profunda transformação e está na origem desta resistência corporativista. “O professor que não se atualiza e não se adapta às novas tecnologias é um professor ultrapassado e muitos que não se adaptaram ou não quiseram se adaptar perceberam que estavam ficando para trás”

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