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‘Não há como evitar que pane volte a acontecer’, diz membro do comitê gestor da internet

Demi Getschko, membro do comitê gestor da internet, diz que os “bugs” mas poderiam ser minimizados com testes em ambientes controlados

[caption id="attachment_38516" align="aligncenter" width="560"] Cientista Demi Getschko entende que, aparentemente, foi consequência de uma atualização mal planejada.[/caption]

 

Texto Edição do Autor com O Globo

Edição Scriptum

 

Na última sexta-feira (19), uma falha no sistema operacional Windows, da Microsoft, afetou computadores do mundo inteiro. A pane interrompeu atividades em bancos, aeroportos, estações de trem e até mesmo em hospitais. Foi o que já está sendo considerado o maior apagão cibernético registrado até hoje.

Em entrevista para Juliana Causin, do jornal O GloboDemi Getschko, diretor-presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e representante de notório saber em Internet do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), acredita que mais cedo ou mais tarde uma pane cibernética como essa deve voltar a ocorrer. Para ele, os "bugs", a expressão para falhas ou erros em softwares, acontecem "de tempos em tempos", mas poderiam ser minimizados com testes em ambientes controlados.

Ao analisar as proporções do apagão, o cientista entende que, aparentemente, foi consequência de uma atualização mal planejada. “Mas o fato é que a falha mora na parte central do sistema, portanto é mais complicada de ser corrigida. Do que sabemos até aqui, foi um erro operacional, de desenvolvimento. Obviamente, eliminá-lo pode ser trabalhoso. E o defeito que ele apresenta é um bloqueio geral, o que é bastante ruim. Se fosse somente uma não funcionalidade do antivírus, seria mais simples. O grave, nesse caso, é que deixou de funcionar o sistema hospedeiro (o Windows)”, complementa o diretor presidente do NIC.br.

Demi Getschko usa o recente apagão como alerta e reafirma que, “em um mundo baseado em tecnologias complexas e cada vez mais longe do nosso entendimento, há que se ter um uso racional delas e saber do risco que corremos. Nós dependemos delas e nós temos pouquíssimo controle sobre elas. Então, o máximo que podemos tentar fazer é não cair cegamente em qualquer alteração imediata e se possível testá-la antes em um ambiente restrito. Mas é preciso saber que isso pode acontecer. Por artifícios maliciosos de hackers ou por erros humanos, que é o que parece ter acontecido nesse caso”.

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Saudades do futuro

Para José Paulo Cavalcanti Filho a Inteligência Artificial atrai, sobretudo, pelas incertezas; já o tema dos clones, pelo que tem de mistério

José Paulo Cavalcanti Filho, escritor, jurista e colaborador do Espaço Democrático

Redação Scriptum

 

A citação do título vem do passado e tem mais de 100 anos, dita (em 1921) pelo escritor e filósofo português Teixeira de (Amarante) Pascoaes, um representante do saudosismo, em seu Cantos indecisos:

Tenho, às vezes, saudades do futuro

Como se ele já fora decorrido

Um sentimento escuro

De quem, antes da vida, houvesse já vivido.

Um futuro que vemos se formar com outros rostos e em bases distantes daquelas com que sonhamos ainda criança. Não só no campo da Inteligência Artificial (IA) vejo também mudanças perturbadoras em um outro mundo, paralelo, o da genética.

E já começo lembrando que, em 1993, aumentou-se o prazo de vida de uma mosca, como resultado da inativação de redes genéticas específicas. Assim são os animais, entre eles o homem. Então se viu que o organismo humano tem células programadas para viver; e, outras, para morrer. A morte, tudo parece sugerir, é geneticamente programada. A essa conclusão chegou o médico Marco Aurélio Dias da Silva (Quem ama não adoece), pernambucano, filho do psicólogo Dias da Silva e irmão de Marluce (que, na Globo, substituiu Boni), partindo de duas constatações empíricas:

  1. A de que louco não adoece (em verdade, não precisa adoecer), nem morre de câncer ou coração, mas de, por exemplo, pneumonia, por dormir num chão molhado. Ou causas parecidas.
  2. E a de que as pessoas têm usualmente apenas uma doença fatal. Quem tem câncer, não tem enfarte; e, quem tem enfarte, está livre do câncer. Só que 1/3 da população mundial tem câncer e 1/3, problemas do coração. O que deveria fazer com que 1/3 dos cancerosos tivessem também problemas no coração e 1/3 dos cardíacos, câncer. Mas se não é assim que se dá, por quê?, eis a questão que aquele médico se colocou.

Sua conclusão foi que o organismo humano, sabendo já estar condenado, não sentisse necessidade de fabricar outra doença mortal. Certo que com o avanço da ciência, em operações para extirpar cânceres ou colocar stents no coração, essa regrinha está mudando aos poucos. Acontece. A história começou há 4 bilhões de anos, quando foram formadas as primeiras moléculas de ácidos nucléicos; e apenas agora, depois de tanto tempo, o homem consegue interferir no processo da vida, para quase brincar de ser Deus.

As possibilidades que se abrem são amplíssimas. Infinitas, quase. Estão em curso estudos para produzir tomates com apodrecimento retardado, plantas resistentes a insetos e herbicidas, fibras de algodão naturalmente coloridas. Em pouco tempo, quem perder um braço poderá fazer outro, igual ao anterior. O mesmo com dentes. E estaremos produzindo clones de córneas (da cor que quisermos) ou rins que evitarão a procissão de desvalidos nos corredores das hemodiálises. E tudo sem riscos de rejeição, que os clones serão feitos a partir de material genético dos próprios interessados.

Curioso é que cientistas são sempre exagerados. O próprio dr. Ian Wilmunt, no Instituto Roslin (de Edimburg, Escócia), tinha um exótico zoológico particular, composto, entre outros, por Megan e Morag, duas ovelhas iguais entre si; Tracex, uma ovelha geneticamente alterada para produzir proteínas necessárias ao tratamento da fibrose cística; Rosie, uma vaca que produzia leite humano; sem contar a superastro ovelha Dolly, filha de 3 mães – a primeira que deu a célula, a segunda que deu o óvulo e uma terceira que deu o útero.

O tema da Inteligência Artificial atrai, sobretudo, pelas incertezas. Enquanto o dos clones pelo que tem de mistério. Mesmo quando interfira em apenas um, entre os cem mil genes de que somos feitos os homens. A partir de vários desafios. Entre eles me fascina, sobretudo, a possibilidade de construir duas pessoas iguais. Idênticas. E não penso em nenhuma conhecida, já digo, penso apenas em gente comum. Anônimos, quase. Embora não fosse mal ter muitos BachShakespeare, Van Gogh, Ella Fitzgerald, Leonard Cohen. Já sabendo que, quase certamente, isso nunca acontecerá, já que os clones hipotéticos viverão suas próprias trajetórias. A mente, a emoção, a dúvida, a alegria, o pensamento, o espanto e a solidão são próprias e únicas. Até lá, melhor ficarmos com Pessoa (Caeiro, O guardador ...) em seu desejo de

Sentir a vida correr por mim

Como um rio por seu leito

E lá fora um grande silêncio

Como um deus que dorme.

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Unesco envia missão para recuperar patrimônio cultural afetado pelas enchentes no RS

As inundações comprometeram 50 museus e os danos a equipamentos e coleções são considerados graves

[caption id="attachment_38506" align="aligncenter" width="560"] Cerca de 2,3 milhões de pessoas foram afetadas pelas enchentes, com 182 mortes e mais de 735 mil desabrigados.[/caption]     Texto Estação do Autor com ONU News Edição Scriptum   As enchentes no Rio Grande do Sul deixaram para trás um Estado devastado. No início de julho, inundações sem precedentes e condições climáticas extremas afetaram 478 municípios. Muitas cidades ficaram totalmente encobertas pelas águas. Cerca de 2,3 milhões de pessoas foram afetadas, com 182 mortes e mais de 735 mil desabrigados. O setor cultural também sofreu com as fortes chuvas. De acordo com as autoridades do governo estadual, as inundações comprometeram 50 museus e os danos a equipamentos e coleções são considerados graves. Diante desse quadro, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, anunciou uma missão internacional de emergência para avaliar os prejuízos causados aos bens culturais e arquivos do Rio Grande do Sul. Reportagem publicada no site ONU News mostra a atuação de especialistas da agência que devem avaliar os estragos e propor ações de resgate para proteger e recuperar tesouros culturais fundamentais para a identidade e a história da região. Segundo a diretora nacional da Unesco, Marlova Noleto, a entidade está comprometida em fornecer “assistência rápida e eficaz para garantir que o patrimônio do Rio Grande do Sul seja preservado para as gerações futuras”. Patrocinada pelo Fundo Emergencial do Patrimônio da Unesco, a missão técnica terá profissionais internacionais e nacionais encarregados de realizar uma avaliação detalhada do patrimônio cultural afetado. Além disso, a missão prevê a troca de ideias e compartilhamento de experiências entre a comunidade local e especialistas que já atuaram em emergências culturais em todo o mundo. O Ministério da Cultura brasileiro estabeleceu uma Rede de Mapeamento e Recuperação do Patrimônio Material, Museus, Acervos Arqueológicos e Arquivos do Rio Grande do Sul. Esta rede multissetorial de emergência inclui o Ministério, o Instituto Brasileiro de Museus, Ibram, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Iphan, o Arquivo Nacional, universidades públicas do estado, o Governo do Rio Grande do Sul, o Icomos Brasil e a Unesco.

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O que são as ‘fazendas de likes’ e para que elas servem

Baseadas na Ásia e disfarçadas de usuários reais, prometem aumentar acessos em sites ou redes sociais a partir de tráfego falso

[caption id="attachment_38494" align="aligncenter" width="560"] As tais ‘fazendas’ são montadas geralmente em ambientes precários, com inúmeros celulares antigos lado a lado, todos conectados para se manter com bateria.[/caption]   Texto Estação do Autor com Tecmundo Edição Scriptum   ‘Fazendas de likes’, de cliques ou click farms são serviços que prometem aumentar números em sites ou redes sociais a partir de tráfego falso, disfarçados de usuários reais. Elas são usadas para ações como curtir publicações, escrever resenhas positivas, fazer comentários elogiosos ou críticos em uma postagem, clicar em anúncios e se cadastrar em plataformas. A tática é utilizada por influenciadores digitais, contas corporativas e até por políticos que desejam aumentar o número de seguidores, comentários, curtidas ou compartilhamento. As tais ‘fazendas’ são montadas geralmente em ambientes precários, com inúmeros celulares antigos lado a lado, todos conectados para se manter com bateria. Na frente deles, pessoas repetem a mesma tarefa sem parar, tocando na tela para gerar curtidas ou comentários. Reportagem de Nilton Kleina para o site Tecmundo mostra o funcionamento dessas ‘fazendas virtuais’ e o posicionamento das plataformas em relação a uma prática arriscada e ilegal que serve para inflar números nas redes sociais. Elas são estabelecidas de duas maneiras. Podem ser bots, robôs programados para repetir uma tarefa digitalmente a partir de contas falsas ou roubadas, por exemplo. A versão mais conhecida envolve várias pessoas em computadores ou smartphones, todos conectados a contas diferentes em uma rede social. Os funcionários normalmente estão sob péssimas condições de trabalho e são mal remunerados. No livro Beggar’s Honey, do fotógrafo Jack Latham, publicado em 2023, há registros de várias fazendas de likes em locais como Tailândia, Vietnã e Hong Kong. Apesar da estrutura precária, o conhecimento desses profissionais em redes costuma ser alto. Responsáveis por ‘fazendas’ sofisticadas sabem que é preciso cuidado em ações artificiais, pois o comportamento massivo levanta suspeitas da plataforma. Até por isso, a tarefa não é automatizada para um robô e envolve múltiplos aparelhos e pessoas. Há quem use softwares para mascarar o IP ou até os endereços MAC, além de trocar contas com frequência para evitar o rastreio. A prática traz também questões éticas, já que esse engajamento artificial pode inflar publicações fraudulentas ou mentirosas. Em nota, a Meta, dona do Facebook, WhatsApp, Instagram e Threads, informou que é importante que as interações "sejam genuínas". A empresa declara que trabalha para "manter a comunidade livre de comportamentos inautênticos" e reforça que esses serviços violam os Termos de Uso. Já o TikTok encaminhou para Tecmundo links para as diretrizes da comunidade e um relatório de aplicação dessas regras em 2023. "Permanecemos firmes em nosso compromisso de identificar e remover prontamente todas as contas, conteúdos ou atividades que buscam impulsionar artificialmente a popularidade na nossa plataforma", afirma o documento.  

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