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COP 29: ‘Vitória de gigantesco esforço diplomático’

Em reunião semanal de consultores do Espaço Democrático, Eduardo Jorge fala sobre resultados da conferência sobre mudanças climáticas

  Redação Scriptum   Embora seus resultados finais tenham sido criticados por ambientalistas e pelo próprio secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, a 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP29), encerrada no dia 24 de novembro em Baku, no Azerbaijão, registrou avanços importantes e sua realização deve ser comemorada. A opinião é do ambientalista Eduardo Jorge, ex-secretário municipal do Meio Ambiente de São Paulo, nas gestões de José Serra e Gilberto Kassab, e foi expressa em reunião semanal dos consultores do Espaço Democrático – a fundação do PSD para estudos e formação política – realizada na terça-feira (3). Eduardo Jorge, ex-deputado federal e candidato à Presidência da República em 2014, que é um dos consultores da fundação, destacou em palestra sobre a conferência que o principal resultado do encontro foi o acordo de US$ 300 bilhões por ano que as nações ricas deverão doar a países em desenvolvimento, até 2035, para combate e mitigação da crise do clima. O novo acordo substituirá os US$ 100 bilhões anuais previstos para o período 2020-2025. O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que "esperava um resultado mais ambicioso", pediu que o acordo seja “honrado integralmente e dentro do prazo” e que os compromissos “se traduzam rapidamente em recursos financeiros”. Contudo, para Eduardo Jorge, apesar das frustrações de quem esperava mais recursos para enfrentar a questão climática, é preciso considerar a importância do grande esforço diplomático que vem sendo realizado para dar sequência ao debate e aos avanços no sentido de manter viva a proposta de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C. “A questão climática tem opiniões apaixonadas e apocalípticas, mas mesmo assim a ONU tem conseguido manter 196 países e mais a União Europeia envolvidos nessa discussão por mais de 30 anos, desde que a Eco 92, realizada no Rio em 1992, estabeleceu as tarefas para enfrentar o processo de aquecimento global”, explicou, lembrando que isso mostra também a importância do tema, capaz de gerar envolvimento e consensos tão grandes.   [caption id="attachment_39083" align="aligncenter" width="560"] Reunião semanal de colaboradores do Espaço Democrático[/caption]   Contribuição Outro avanço relevante da COP 29, segundo Eduardo Jorge, foi a inclusão, no acordo, da possibilidade de países em desenvolvimento contribuírem, de forma voluntária, para o fundo de financiamento do combate à crise climática. Até então, sempre foram os países mais desenvolvidos que financiaram o enfrentamento, pelo fato de serem os maiores responsáveis pelas emissões que causam o aquecimento global. “Mas sempre achei incorreto que países como a China, um dos grandes poluidores da atualidade, e o próprio Brasil não contribuíssem com nada”, disse. Eduardo Jorge comentou ainda que os países também concordaram, na COP 29, com as regras para um mercado global de carbono apoiado pela ONU. Esse mecanismo facilitará o comércio de créditos de carbono, incentivando os países a reduzir as emissões e investir em projetos ecologicamente sustentáveis. Ele lembrou que ações nesse sentido foram adotadas durante a gestão de Gilberto Kassab como prefeito de São Paulo, no final da década de 2010. Na época, dois grandes aterros sanitários da cidade emitiam grande volume de metano, gás produzido pela decomposição de material orgânico, 80 vezes mais potente do que o dióxido de carbono (CO2) no aquecimento global. “Para enfrentar o problema, foram instaladas nos aterros usinas que queimavam o metano e produziam energia. Os créditos de carbono gerados pela ação foram negociados na Bolsa de Valores e os recursos resultantes foram aplicados na área ambiental do município”, contou. Participaram da reunião dos consultores, além de Eduardo Jorge, o superintendente da fundação, João Francisco Aprá, os cientistas políticos Rubens Figueiredo e Rogério Schmitt, os economistas Roberto Macedo e Luiz Alberto Machado, o sociólogo Túlio Kahn, o advogado Roberto Ordine, o consultor e gestor de saúde pública Januário Montone, e os jornalistas Marcos Garcia de Oliveira e Sérgio Rondino, coordenador de Comunicação do ED.

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Os perigos da ignorância fabricada

O jornalista e professor da USP Eugênio Bucci fala sobre as consequências da desinformação digital, que estão criando fanatismos virtuais

   

  Produção e edição Scriptum Quando desprezamos a política, mergulhamos no radicalismo. Esse foi um dos alertas feitos pelo jornalista e professor da USP Eugênio Bucci, em entrevista ao programa “Diálogos Democráticos”, produzido pela fundação para estudos e formação política do PSD. Ele falou sobre “Os perigos da ignorância fabricada”, que, segundo ele, é o resultado da ação de grandes “usinas” especializadas em produzir e distribuir desinformação, que por meio de atrações como memes, mistificações e crenças sem fundamento, que distorcem o modo de pensar de uma grande parcela da população, gerando consequências políticas e sociais. Bucci destaca que, quando as pessoas perdem a relação com os fatos, começam a tomar decisões com base em crenças fabricadas, como já se observa em muitos países pelo mundo afora. “É rigorosamente impossível antever a evolução desse quadro”, afirma, lembrando que, no caso das pandemias, por exemplo, há ferramentas para calcular a evolução do quadro. “No caso dessa ignorância artificial, torço para que isso seja resolvido no âmbito democrático, mas há o risco de se adotar medidas autoritárias, o que só deve agravar o problema. Nesse caso, haverá distorção do ambiente democrático, sacrifício de direitos e outras consequências que não podemos prever”, afirma. O professor da USP concorda que a situação atual exige algum tipo de regulamentação, mas insiste: “os nexos da revolução digital com a subjetividade das pessoas só podem ser limitados no ambiente democrático”.

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Dependentes tem apoio para se livrar do jogo patológico

Caderno Democrático traz a íntegra da entrevista dada por um integrante da organização Jogadores Anônimos na fundação

Redação Scriptum   Os brasileiros, em especial aqueles das classes socioeconômicas mais baixas, mergulharam na jogatina promovida pelas empresas de apostas on-line, as chamadas bets, em 2024. O Banco Central estima que ao longo deste ano até R$ 21 bilhões podem estar sendo carreados mensalmente para as empresas de apostas – parte deste dinheiro de beneficiários do Bolsa Família, que veem nas apostas virtuais uma chance de melhorar de vida. Esta oportunidade não existe, conforme mostra a publicação Jogadores anônimos: como eles trabalham para salvar pessoas do jogo compulsivo, disponível para download ou leitura on-line. O caderno traz a íntegra da entrevista coletiva, que também pode ser acessada em podcast, feita por consultores e colaboradores do Espaço Democrático – a fundação para estudos e formação política do PSD – com um integrante da organização Jogadores Anônimos, que apoia dependentes do jogo. Identificado apenas com o pseudônimo de João, ele descreveu o trabalho desenvolvido pela comunidade e detalhou a faceta mais perversa das apostas on-line: as histórias muitas vezes trágicas enfrentadas por centenas de famílias, desarranjadas social e financeiramente por jogadores compulsivos, vítimas do distúrbio psiquiátrico conhecido como jogo patológico – o vício em jogar. “Nós não fazemos estatísticas, mas percebemos que depois da pandemia o crescimento do número de pessoas que querem ajuda para deixar o jogo foi exponencial”, contou. E a faixa etária dos compulsivos que buscam a JA vem caindo: “Hoje são jovens entre 20 e 30 anos, mas já temos até mesmo adolescentes que procuram ajuda, levados por seus responsáveis”. O aumento da demanda, “espantoso”, segundo ele, não se limita às cidades mais urbanizadas do Brasil. “Recebemos mensagens dos lugares mais distantes do País, de pequenas cidades”, diz. “Ao contrário de como acontecia no passado, quando o jogo era analógico e a pessoa tinha que ir a determinado lugar para jogar, hoje o jogo está na palma da mão, no celular”. A entrevista pode ser ouvida no podcast Participaram da entrevista coletiva com João o sociólogo Tulio Kahn, os economistas Roberto Macedo e Luiz Alberto Machado, os cientistas políticos Rubens Figueiredo e Rogério Schmitt, o gestor público Januario Montone, o advogado e empresário Helio Michelini, a secretária do PSD Mulher Nacional, Ivani Boscolo, o superintendente da fundação, João Francisco Aprá, e os jornalistas Eduardo Mattos e Sérgio Rondino, coordenador de comunicação da fundação.

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Fundação analisa redução na escala de trabalho

Consultores do Espaço Democrático debatem PEC que acaba com a escala 6×1 e defendem proposta com mais equilíbrio

[caption id="attachment_39018" align="aligncenter" width="560"] Ricardo Patah, c0ordenador do PSD Movimentos, considera urgente a adaptação da escala ao novo cenário do mercado de trabalho[/caption]   Redação Scriptum   A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a redução da escala 6×1, ou seja, de 44 para 36 horas semanais de trabalho, cria a oportunidade para se discutir um tema importante para a sociedade e pode servir de base para um projeto mais realista, que leve a um entendimento entre empresas e trabalhadores e permita avançar nessa questão, sem impactos negativos sobre a economia ou sobre a própria situação dos empregados. Esse foi o consenso entre os participantes da reunião semanal dos consultores do Espaço Democrático, fundação do PSD para estudos e formação política, realizada na terça-feira (19). A reunião teve palestras do presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, também coordenador nacional de movimentos sociais do PSD, e do presidente da Associação Comercial de São Paulo, o advogado Roberto Ordine, que é consultor do Espaço Democrático. Ambos defenderam os pontos de vista dos setores que representam. Depois das palestras, o tema foi analisado também pelos consultores participantes da reunião: o médico sanitarista e ambientalista Eduardo Jorge, os cientistas políticos Rogério Schmitt e Rubens Figueiredo, o superintendente da fundação, João Francisco Aprá, os economistas Luiz Alberto Machado e Roberto Macedo, a secretária nacional da fundação Espaço Democrático e do PSD Mulher, Ivani Boscolo, o sociólogo Túlio Kahn, o consultor e gestor de saúde pública Januário Montone e os jornalistas Marcos Garcia de Oliveira e Sérgio Rondino, este coordenador de comunicação do Espaço Democrático. Veja, em vídeo, como foi o encontro:

Debate Ricardo Patah disse ser favorável ao avanço da discussão sobre o tema no Congresso, pois considera urgente a adaptação da escala ao novo cenário do mercado de trabalho, profundamente modificado nos últimos anos pelas novas tecnologias e pelas mudanças de hábitos dos consumidores. Roberto Ordine, por sua vez, destacou que a proposta de PEC, na forma em que foi apresentada, seria “um tiro no pé dos empregadores e dos trabalhadores”. Para ele, na “forma radical” em que está, a iniciativa provocaria inflação, demissões e queda dos padrões de serviço, com a substituição dos empregados atuais por outros, menos qualificados e mais inexperientes, com salários menores. Ricardo Patah argumentou que, além da redução de vagas de emprego provocada pelas novas tecnologias e hábitos de consumo, existe também o aspecto humanitário. Lembrou que a atual jornada de 44 horas de trabalho semanal afeta basicamente os trabalhadores de renda mais baixa, os quais enfrentam também longas horas de deslocamento entre suas casas e o local de trabalho e outras demandas da vida atual que deixam pouquíssimo tempo para o convívio com a família. “Que sociedade nós queremos? Uma com trabalhadores vivendo em situação análoga à escravidão?”, perguntou. Patah se disse favorável a uma proposta que estabelecesse a carga horária semanal em 40 horas e que trabalha para que se chegue a um consenso nesse sentido com a classe empresarial. “Não queremos quebrar as empresas”, afirmou, lembrando, porém, que ainda há muita resistência a essa redução da carga horária. “O empresário resiste, alegando elevação de custos, e tem ainda uma visão da década de 1980, quando foi feita a atual Constituição. Mas o mundo mudou muito desde então”.   [caption id="attachment_39019" align="aligncenter" width="560"] Roberto Ordine: proposta de PEC, na forma em que foi apresentada, seria “um tiro no pé dos empregadores e dos trabalhadores”[/caption]   Roberto Ordine disse que não discorda da posição de Patah em relação ao aspecto humanitário da questão, mas alertou que a mudança da escala de trabalho não é suficiente para corrigir a situação. Em sua opinião, a mudança na forma proposta pela PEC em discussão, poderia agravar o problema. “Os cálculos iniciais mostram que a elevação de custos de produção, a partir da aprovação da proposta na forma como está, poderia variar entre 18% e 25%. Isso num curto espaço de tempo, provocando a quebra de empresas e aumento da inflação, com o custo social que se conhece. Muitos trabalhadores, por exemplo, teriam que recorrer a ‘bicos’ para complementar a renda, ocupando assim o tempo que deveriam dedicar à família”, lembrou. Portanto, na visão de Ordine, é preciso buscar equilíbrio: “A virtude está no meio, precisamos estabelecer formas razoáveis para se implantar essa solução”, afirmou. Patah concordou que a proposta atual precisa de mudanças, mas lembrou que o processo legislativo tem exatamente essa função. “Uma vez colocada em discussão pelos parlamentares, a ideia vai avançar em direção a um consenso. Acredito que é possível construir um projeto que traga equilíbrio e beneficie toda a sociedade”, disse.

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