Pesquisar

Taxonomy - Destaques da home

Mauricio de Sousa: lições do artista com 88 anos de vida e mais de 60 de carreira

Em novembro, o cartunista lançará sua biografia, “Crie de manhã e administre à tarde” e faz planos de continuar desenhando e apostar no cinema

[caption id="attachment_37409" align="aligncenter" width="560"] Maurício de Souza: Hoje, são vendidos cerca de 12 milhões de gibis por ano só no Brasil.[/caption]     Texto: Estação do Autor com EXAME Edição: Scriptum     Por sorte, Mauricio de Sousa seguiu o conselho de seu pai, que lhe disse que deveria viver do que mais amava, o desenho. Porém, teria que saber vender. Seguindo a recomendação, com 64 anos de carreira, dos quais 60 só da Turma da Mônica, um dos cartunistas mais famosos do Brasil continua fazendo seus traços para um público fiel e também para outro que não deixa de se renovar. Em entrevista exclusiva à repórter Layane Serrano, da EXAME, o artista e escritor comenta o que o motivou e os desafios e aprendizados durante a sua carreira de mais de seis décadas. Ao completar 88 anos Mauricio de Sousa ainda tem planos. Continuar desenhando e apostar no cinema são alguns deles. Em novembro será a vez do lançamento da biografia Crie de manhã e administre à tarde. Mauricio conta que vem de uma família de artistas. Seus pais eram poetas. Ele viveu em uma casa cheia de livros que foi o cenário determinante para o seu futuro. Sua primeira tentativa de ter um emprego de desenhista foi na redação da Folha, aos 18 anos. Ali também ouviu o primeiro não. Porém, seguiu a orientação de um jornalista mais experiente, que o convenceu a tentar outra estratégia. A de se aproximar do pessoal da redação. Assim, conseguiu o posto de repórter policial. Nessa função, além de escrever as matérias, ele desenhava o local dos fatos. Ao longo do tempo foi melhorando o traço e definindo seu estilo. Em 1970, Mauricio de Sousa lançou o primeiro gibi da Turma da Mônica pela Editora Abril. É mais de 1 bilhão de revistas já publicadas. Hoje, são vendidos cerca de 12 milhões de gibis por ano só no Brasil. “Isso mostra que o brasileiro, apesar de 60 anos, gosta de ler, sim, e vejo com muito orgulho que meu trabalho foi algo passado de geração em geração”, conta Mauricio. Um dos braços de sua empresa, a MSP, é o Instituto Mauricio de Sousa, uma proposta ligada à educação, com campanhas de alfabetização. O artista e empresário afirma sentir orgulho de ter “informalmente ensinado milhões de brasileirinhos a lerem”. “Nas minhas andanças por aí, conheci crianças que aprenderam a ler sozinhas com o gibi. Tivemos até o reconhecimento da Unesco pelo estímulo à alfabetização das crianças do Brasil’, comemora.

Card link Another link
Dez medidas para combater a violência nas escolas públicas

Para evitar novos ataques, são necessários o esforço da sociedade e um conjunto de políticas públicas, escreve Alexandre Schneider

  Alexandre Schneider, pesquisador da FGV/DGPE, pesquisador do Transformative Learning Technologies Lab da Universidade Columbia, em Nova York, pesquisador do Centro de Economia e Política do Setor Público da FGV/SP e ex-secretário municipal de Educação de São Paulo Edição: Scriptum   Aconteceu mais uma vez. No último dia 23, uma segunda-feira, pouco depois das 7h, um estudante entrou armado em seu colégio e matou friamente uma colega e feriu outras três em uma escola estadual de São Paulo. É o segundo caso no Estado e o 16º no País este ano, o dobro do número de casos do ano passado. A violência nas escolas não é um fato novo no Brasil. O assassinato de estudantes por seus colegas, sim. Combatê-la exige um esforço da sociedade para apoiar escolas, educadores e estudantes e um conjunto de políticas públicas no campo da educação, segurança pública e da proteção social. A primeira medida que deveria ser adotada seria uma pesquisa sobre a qualidade das dimensões do clima escolar: a infraestrutura da escola, as relações sociais, as regras, sua relação com a família e a comunidade, as relações de trabalho e sentimento de valorização dos profissionais, a existência ou não de instrumentos de gestão participativa. Os resultados dessa pesquisa deveriam ser de conhecimento da comunidade e ser o ponto de partida para intervenções no nível da escola e das redes. A cada ano uma nova avaliação de clima deveria ser realizada e os resultados das medidas, avaliados. As demais políticas deveriam tratar das relações na escola. Professores e estudantes precisam se sentir seguros, e isso passa necessariamente pelo sentido de pertencimento a uma comunidade que acolhe e cuida dos seus. Em geral, os estudantes não se sentem confortáveis em falar sobre seus problemas com adultos, sejam eles seus pais ou educadores. Identificar as lideranças entre os estudantes e construir programas em que estes promovam o acolhimento dos colegas que não se sentem seguros em dividir alguns de seus anseios com a equipe escolar é um caminho. O terceiro ponto se refere aos educadores. Parte da violência simbólica também ocorre na relação professor-aluno. Garantir as condições de trabalho adequadas e formar professores para que consigam dar atenção a todos e identificar mudanças no comportamento de seus estudantes que possam indicar algum desconforto: faltas, silêncio, isolamento, comportamento agressivo e outros. De nada adianta o professor identificar alguns sinais de que algo ocorre com seus estudantes se não contar com uma rede de apoio. Mais do que um psicólogo, a figura de um orientador pedagógico em cada escola é central. Este profissional pode ser o elo entre a escola, a família, os diversos professores e seus estudantes, e entre estes e uma rede de proteção que se articule em torno da escola, para que os casos mais graves sejam atendidos e acompanhados. Um adolescente dificilmente terá o tirocínio de buscar um atendimento psicológico, mas um profissional que o conheça e receba os relatos dos adultos que interagem com ele na escola poderá sugerir a ele e seus responsáveis o atendimento e acompanhá-lo. A criação de uma rede de proteção social que una os conselhos tutelares, os centros de atendimento da assistência social, de saúde e as equipes de saúde mental é a quinta, e talvez uma das mais importantes medidas. Muitas vezes a escola identifica problemas relacionados aos estudantes e suas famílias, mas não consegue endereçá-los ou ter certeza de que os responsáveis pelos estudantes o fizeram. As escolas podem ser a referência dessa rede e assim ser mais um elo de proteção dos estudantes. A escola, como qualquer espaço de convívio, precisa de regras. Todas as escolas têm seu regimento, mas ele não pode ser um instrumento burocrático, do qual "os adultos" lançam mão após um evento de indisciplina. Seria importante que estas normas de convivência fossem enxutas, discutidas com os estudantes e não só apresentadas a eles. E que a cada início de ano letivo os estudantes e seus pais se comprometessem com estas formalmente. Crianças e adolescentes têm claro o sentido de justiça. Mas não aceitam conhecer as regras após as terem violado, ou que estas sejam unidirecionais e não partilhadas. A sétima sugestão está voltada ao ensino das regras de convivência em redes digitais. A escola precisa tratar disso com os estudantes, promovendo rodas de conversa e ensinando os mesmos a "ler" as informações a que são expostos na rede. Informar os pais sobre como acompanhar o uso das redes por seus filhos, que filtros podem ser utilizados nos dispositivos e o tempo adequado de consumo é fundamental. Assim como sugerir a eles como podem acompanhar o que seus filhos consomem e disseminam nas redes. Sinais de isolamento social, apreço por teorias conspiratórias, preconceito e culto à violência são gatilhos importantes. Deve-se informar ainda como conversar com seus filhos quando identificam esses sinais e onde procurar ajuda profissional. É preciso um trabalho de inteligência policial em relação às redes de ódio que habitam a internet e capturam muitos daqueles que não encontram na escola ou em casa um sentido de pertencimento. Para além de grupos de trabalho —em geral anunciados em época de crise— é fundamental que a Polícia Federal coordene junto às polícias civis estaduais iniciativas estruturadas de troca de informações e de investigação para prevenir ataques futuros, a captura de adolescentes e a disseminação do ódio. A décima e última proposta serve aos gestores públicos, governadores e prefeitos: ouçam as escolas. É na escola que os problemas que geram a violência a que estamos assistindo se materializam. São elas que podem nos ajudar a compreender melhor o que acontece e quais medidas devem ser tomadas. E é a comunidade escolar que pode nos dizer com precisão o apoio que precisa para que vençamos o jogo.

Artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo em 23 de outubro de 2023.

    Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

Card link Another link
Entenda o que é o sionismo, movimento que deu origem ao Estado de Israel

Origem da defesa de um estado para os judeus está nas idéias de Theodor Herzl, autor do livro “O estado judeu”, publicado em 1896

[caption id="attachment_37399" align="aligncenter" width="560"] A professora Rashmi Singh: local eleito foi a Palestina por estabelecer uma ligação histórica e bíblica.[/caption]   Texto: Estação do Autor com Agência Brasil Edição: Scriptum   A origem do conflito no Oriente Médio tem entre seus principais elementos a busca histórica de Israel por consolidar-se como um Estado. A base política-ideológica que deu origem à construção desse Estado é chamada de sionismo. O movimento surgiu no século 19, na comunidade judia na Europa, época em que o antissemitismo estava em crescimento no continente. O termo sionismo faz referência ao Monte Sião, nome de uma das colinas de Jerusalém e usado como sinônimo de terra prometida, ou terra de Israel. A definição do conceito sionismo gera divergências entre estudiosos e militantes de grupos favoráveis e contrários à criação de um estado judeu. Algumas correntes de pensamento apontam para o caráter laico do sionismo, outros acreditam que o movimento é necessariamente baseado na religião judaica. O repórter Lucas Pordeus León, da Agência Brasil, conversou com dois especialistas que abordam o movimento e seus desdobramentos sociais e políticos.   [caption id="attachment_37400" align="aligncenter" width="560"] O historiador Michel Gherman cita o Império Turco-Otomano, que garantia a autonomia cultural mediante o pagamento de impostos.[/caption]   A professora de pós-graduação em Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Rashmi Singh afirma que o sionismo é um movimento fundado na religião para objetivos políticos e modernos. Essa conexão entre religião e política é uma religião-política. A especialista esclarece que a diferença está entre o judaísmo ser uma religião e o sionismo uma combinação de fé e pensamento religioso com objetivos políticos. O sionismo moderno surgiu em 1896, com o livro O estado judeu, escrito por Theodor Herzl. Ele defendia o direito de os judeus terem um estado próprio para viver em paz com sua identidade. Ainda segundo Rashmi, o local eleito foi a Palestina por estabelecer uma ligação histórica e bíblica. Questionado sobre ter havido uma época em que cristãos, judeus e mulçumanos viveram em paz na região da Palestina, o historiador e professor do Departamento de Sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro Michel Gherman entende que há uma narrativa ideológica sobre o tema. Existem correntes que defendem que a criação da inimizade entre judeus e palestinos foi o sionismo. Entretanto, o historiador cita o Império Turco-Otomano, que garantia a autonomia cultural mediante o pagamento de impostos. Foi nesse período que surgiram os primeiros tensionamentos entre judeus e árabes na Palestina. Leia a reportagem na íntegra em Agência Brasil

Card link Another link
Aumento da frota de veículos elétricos exigirá mão de obra altamente qualificada

Para garantir que a nova geração de veículos elétricos seja confiável, segura e eficiente, a formação e atualização permanente do corpo técnico são fundamentais

    [caption id="attachment_37393" align="aligncenter" width="876"] Por conta da presença de sistemas de alta tensão em corrente contínua, a segurança é uma preocupação crítica.[/caption]     Texto: Estação do Autor com site Tecmundo Edição: Scriptum     Os carros elétricos vieram para ficar. É cada vez maior a presença deles nas médias e grandes cidades no mundo. No setor automobilístico, os VEs estão sendo considerados uma solução para um futuro mais sustentável e ecológico. Mas como toda inovação, a transição energética tem desafios a vencer. A indústria cresce e precisa de profissionais qualificados para manutenção e reparos nos sistemas dos veículos elétricos. Artigo de Junior Miranda para o site Tecmundo traça o perfil da mão de obra adequada para lidar com os veículos movidos a eletricidade e a formação necessária para profissionais atuarem no setor. As diferenças entre os motores a combustão e elétricos vão desde o instrumental de trabalho, equipamentos de proteção coletivos e individuais até a oficina que possui características próprias para a manutenção e o reparo de VEs. Por conta da presença de sistemas de alta tensão em corrente contínua, a segurança é uma preocupação crítica. Para garantir que a nova geração de veículos elétricos seja confiável, segura e eficiente, a formação e atualização permanente do corpo técnico são fundamentais. Nesse sentido, a indústria automobilística se mobiliza e já oferece formação qualificada. A padronização de procedimentos, regulamentos de segurança e a conscientização sobre a importância de técnicos qualificados são passos cruciais para atender à crescente demanda por especialistas em veículos elétricos.

Card link Another link

ˇ

Atenção!

Esta versão de navegador foi descontinuada e por isso não oferece suporte a todas as funcionalidades deste site.

Nós recomendamos a utilização dos navegadores Google Chrome, Mozilla Firefox ou Microsoft Edge.

Agradecemos a sua compreensão!