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Taxonomy - Manchete secundária
Como o comportamento digital do Brasil mudou nos últimos 20 anos
A mudança drástica de comportamento dentro e fora da internet mostrou que é impossível desvincular a “vida real” da vida digital atualmente
[caption id="attachment_38900" align="aligncenter" width="560"] A possibilidade de interação, compartilhamento e presença virtual na vida de alguém fez surgir comportamentos que não existiam [/caption]
Texto Estação do Autor com estadão/Link
Edição Scriptum
Há 20 anos, quando o primeiro Iphone sequer havia sido lançado no Brasil e a internet banda larga dava seus primeiros passos, o termo cultura digital parecia um conceito vindo do futuro. Conversar com estranhos era uma prática a ser evitada. Ainda assim, com o passar do tempo, salas de bate-papo e aplicativos de namoro se multiplicaram. Se tornaram uma das formas mais comuns de conhecer novas pessoas. Se no início desses serviços muita gente tinha preocupação em não se mostrar demais, hoje exibir a vida em rede social pode até ser uma profissão.
Reportagem de Bruna Arimathea para o caderno Link do Estadão (assinantes) analisa o impacto da internet e das redes sociais moldando o comportamento de diferentes gerações num caminho sem volta.
Não foi apenas nas mensagens via computador que canais de comunicação mudaram a forma como as pessoas falam umas com as outras. Posteriormente, os mensageiros, como o WhatsApp, se tornaram uma das principais formas de comunicação no Brasil, substituindo o SMS e as ligações, que eram basicamente o único jeito de conversar rapidamente com quem não estava por perto.
Mas, talvez, o principal vetor de mudanças em nossas vidas digitais seja as redes sociais. A possibilidade de interação, compartilhamento e presença virtual na vida de alguém fez surgir comportamentos que não existiam e trouxe para a vida real aspectos que pareciam exclusivos do digital. Para Bia Granja, especialista em economia de criadores na web, as redes sociais se tornaram pós-sociais, priorizando conteúdos criados para engajamento. Um exemplo é o TikTok, que promove vídeos curtos e virais.
A amplitude das redes revelou também um outro aspecto da cultura digital: a validação de influência nas plataformas. Instaurou-se o desejo de ser reconhecido seja com likes, compartilhamentos ou mesmo comentários que possam gerar reações na web.
À medida que grande parte do cotidiano acontece on-line, a desinformação também ganhou impulso nas plataformas. Parte disso ocorre devido a necessidade de atenção das pessoas, que passaram a postar apenas em busca de curtidas, mesmo que o conteúdo seja falso.
A mudança drástica de comportamento dentro e fora da internet nos últimos 20 anos mostrou que é impossível desvincular a “vida real” da vida digital atualmente. Seja nas redes sociais ou mesmo apenas em plataformas básicas de comunicação, nosso comportamento segue sendo moldado pelo quão on-line nós estamos.
Cientistas descobrem que cães estão entrando em uma nova fase da evolução
Pesquisadores da Universidade de Linköping, na Suécia, defendem que o novo estágio de domesticação está ligado à ocitocina, responsável pelo vínculo social em cachorros
[caption id="attachment_38884" align="aligncenter" width="560"] Hormônio oxitocina está levando os cachorros a terem um contato cada vez mais próximo com seus donos.[/caption]
Texto Estação do Autor com O Globo e agências internacionais
Edição Scriptum
O melhor amigo do homem pode estar passando por outra onda de domesticação. Segundo pesquisadores da Universidade de Linköping, na Suécia, a nova fase de evolução dos cães está ligada à ocitocina, conhecida como o 'hormônio do amor', responsável pelo vínculo social em cachorros, especialmente em cães de serviço.
Reportagem produzida por agências internacionais e publicada em O Globo mostra resultados do estudo da universidade sueca que desvendam como essa substância age, levando os cachorros a terem um contato cada vez mais próximo com seus donos.
Apenas algumas décadas atrás, os cães eram vistos como animais de trabalho, encarregados de caçar pragas, pastorear o gado e proteger as casas. Mas, atualmente, sua companhia é a maior prioridade para os donos desses bichos de estimação.
Segundo o jornal britânico Daily Mail, os cientistas apontam que à medida em que os humanos domesticaram os lobos, os transformando nos animais de estimação afetuosos que conhecemos hoje em dia, a sensibilidade dos caninos à ocitocina aumentou.
Estudos anteriores à pesquisa realizada em 2017 apontam que variações no material genético, localizado próximo ao gene que codifica os receptores de ocitocina, influenciam a capacidade de comunicação dos cães. Isto é, as habilidades sociais de um cachorro estão parcialmente entranhadas em sua genética, em especial nos genes que controlam a sensibilidade à ocitocina.
Para Brian Hare, professor de antropologia evolucionária na Duke University, na Carolina do Norte (EUA) e diretor do Duke Canine Cognition Center, e Vanessa Woods, do programa Puppy Kindergarten, que treina filhotes para se tornarem cães de serviço, as novas pressões sociais têm impulsionando uma terceira onda de domesticação canina, com cães de serviço representando os membros mais evoluídos da matilha.
"Cães de serviço podem se parecer com um labrador retriever comum, mas comparados com cães de trabalho militar ou mesmo com um labrador de família comum, eles são quase uma raça diferente. As diferenças entre cães de companhia e cães de estimação também demonstram o quão diferente uma população de cães pode se tornar em menos de 50 anos", finalizaram.
Estudo sugere que Cristóvão Colombo era judeu e espanhol
Pesquisa baseada em mais de duas décadas de análises de DNA concluiu que o navegador escondeu origem para escapar à perseguição católica
[caption id="attachment_38877" align="aligncenter" width="455"] Pesquisa sugere que Colombo se converteu ao catolicismo para evitar a expulsão ou conversão forçada na Espanha católica.[/caption]
Texto Estação do Autor com O Globo e agências internacionais
Edição Scriptum
Como toda ciência, a História não traz verdades absolutas e vem sendo reescrita a cada nova descoberta. Reportagem publicada em O Globo (assinantes) aborda recente estudo genético conduzido por cientistas espanhóis sugerindo que Cristóvão Colombo, o célebre explorador que mudou o curso da história em 1492 pode ter sido espanhol e judeu.
Durante séculos, a origem de Colombo gerou controvérsias entre historiadores e países. A teoria mais aceita é de que ele teria nascido em Gênova, na Itália. No entanto, novas evidências indicam que ele provavelmente era de Valência, Espanha; e, segundo a BBC, pode ter escondido suas raízes judaicas para escapar da perseguição religiosa católica na Espanha.
A pesquisa, baseada em mais de duas décadas de análise de DNA, sugere que Colombo se converteu ao catolicismo para evitar o destino de milhares de judeus que, na época, enfrentavam a expulsão ou conversão forçada na Espanha católica. A conversão supostamente ocorreu no mesmo ano em que o navegador iniciou sua expedição às Américas, em 1492, financiada pela Coroa espanhola.
Liderado pelo professor José Antonio Lorente, da Universidade de Granada, e pelo historiador Marcial Castro, o estudo fez comparações genéticas com figuras históricas e parentes de Colombo, como seu filho Hernando e seu irmão Diego.
Os pesquisadores acreditam que Colombo teria vivido em um período de intensa perseguição aos judeus na Espanha, quando 300 mil judeus foram obrigados a se converter ao catolicismo ou abandonar o país. Em meio a esse cenário, negar suas raízes judaicas poderia ter sido essencial para garantir sua segurança e posição social.
O dilema existencial de Barcelona por causa do turismo excessivo
Pesquisa mostrou que um terço dos espanhóis acredita que há turistas demais no país, com essa percepção atingindo 48% na Catalunha
[caption id="attachment_38870" align="aligncenter" width="560"] Turismo excessivo teve impacto no custo de vida local, puxado principalmente pela elevação do preço da moradia[/caption]
Texto Estação do Autor com BBC News Brasil
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Na Europa, o verão de 2024 está sendo considerado atípico não apenas pelas ondas de calor, mas também pelos protestos contra o excesso de turismo. Manifestações antiturismo aconteceram em Portugal, Itália e Grécia, e medidas tiveram que ser anunciadas para conter a invasão de visitantes. Na Espanha, segundo destino turístico mais procurado no mundo, e especialmente em Barcelona, a insatisfação dos residentes pela ocupação do espaço público por estrangeiros parece ter atingido o seu limite. Confira na reportagem de Aline Scarso para a BBC o que leva a cidade catalã a ter uma situação considerada particularmente grave por conta do turismo desenfreado.
A superlotação de áreas turísticas, como o Passeio Joan Borbó, a Rambla Catalunha e as imediações da Sagrada Família, levou os moradores a evitarem essas regiões por conta de congestionamentos. Uma pesquisa online da YouGov, divulgada em setembro, mostrou que um terço dos espanhóis acredita que há turistas demais no país, com essa percepção atingindo 48% na Catalunha. Além disso, 28% dos espanhóis têm uma visão negativa dos visitantes estrangeiros, um número muito superior ao de outros países europeus como França (16%) e Alemanha (14%).
A capital catalã vem batendo seus próprios recordes. Em 2023, recebeu 15,6 milhões de turistas, quase 10 vezes mais pessoas do que o tamanho da sua população. Segundo um relatório recente da prefeitura, o município recebeu, de janeiro a julho de 2024, cerca de 7 milhões de visitantes, 6% mais que em 2023. Este turismo massivo tem agravado os problemas urbanos. O custo de vida, puxado principalmente pela elevação do preço da moradia, é uma queixa recorrente. Os aluguéis subiram 68% nos últimos dez anos, obrigando moradores a deixarem suas casas. Em resposta, a prefeitura anunciou medidas como o controle de aluguéis e o plano de suspender até 2028 as 10.101 licenças de imóveis turísticos para aumentar a oferta de habitação para os locais.
Em uma pesquisa divulgada pelo Escritório Municipal de Dados em fevereiro, 56% das pessoas afirmaram que o turismo é a atividade que mais traz valor econômico à cidade. Em contrapartida, 61% considera que a cidade já atingiu o seu limite para receber visitantes. Gerenciar e medir o sucesso de um destino para não morrer de êxito tem sido o lema do governo estadual, que afirma pretender descentralizar o turismo para outras regiões da Catalunha.