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Quais as chances de você ser atingido por lixo espacial?
Risco existe, mas segundo especialistas a probabilidade de alguém morrer em um acidente doméstico é 1,5 milhão de vezes maior
[caption id="attachment_37979" align="aligncenter" width="560"] Detritos entram na atmosfera do nosso planeta quase todas as semanas em trajetórias descontroladas[/caption]
Texto: Estação do Autor com Climatempo
Edição: Scriptum
Estamos poluindo o espaço sideral e isso ocorre há décadas. Ainda que seja altamente improvável que atinjam uma pessoa, o Departamento Federal de Proteção Civil e Assistência a Desastres (BBK), da Alemanha, enviou um aviso aos residentes do país: nos dias 8 e 9 de março, pedaços de detritos espaciais poderiam sobrevoar ou até mesmo cair sobre o país. Reportagem de Josélia Pegorim para o site Climatempo aborda o assunto e mostra quais os tipos e consequências dos resíduos espaciais que chegam à Terra.
Não foi surpresa que o pallet de baterias descartado da Estação Espacial Internacional (ISS) em 2021 tenha queimado ao reentrar na atmosfera, sobretudo acima da América Central. Pedaços menores de destroços teriam caído no Oceano Atlântico, em um corredor entre a Guatemala e a Flórida, nos Estados Unidos. Antes, o lixo espacial sobrevoou a Alemanha a uma altitude de 139 quilômetros, com a "trilha brilhante" no céu sendo observada por algumas pessoas. O objeto, do tamanho de um automóvel SUV, pesava cerca de 2,6 toneladas.
Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA), os detritos entram na atmosfera do nosso planeta quase todas as semanas em trajetórias descontroladas. Ou seja, não guiados por computadores ou humanos na Terra. O número tem aumentado desde a década de 1960. Em média, de 1960 a 2000, cerca de 500 pedaços de entulho espacial caíram por ano na Terra.
Alice Gorman, arqueóloga e especialista em detritos espaciais, em entrevista ao site DW, em 2021, afirmou que alguns combustíveis de espaçonaves são tóxicos, como a hidrazina, por exemplo. Existem metais como o berílio e o magnésio que geralmente estão na forma de ligas, sendo que o berílio é bastante prejudicial. Com relação aos riscos que detritos espaciais causam, especialistas estimam que uma pessoa tem 65 mil vezes mais probabilidade de ser atingida por um raio do que por um pedaço de lixo espacial. E a probabilidade de alguém morrer em um acidente doméstico é 1,5 milhão de vezes maior do que de ter um detrito espacial atingindo a sua cabeça.
Cartagena, a joia do Caribe colombiano, está afundando devido ao aquecimento global
O nível do mar sobe ano a ano e, recentemente, trouxe à tona ossadas de um cemitério de uma das cidades mais visitadas do caribe colombiano
[caption id="attachment_37972" align="aligncenter" width="560"] Atualmente, as autoridades locais estão estendendo 4,5 quilômetros de quebra-mar para amortecer o impacto das ondas.[/caption]
Texto: Estação do Autor com AFP/Folha de S.Paulo
Edição: Scriptum
Aos poucos, a baía de Cartagena, na Colômbia, está sendo engolida pelo oceano. Com o aquecimento global, o nível do mar sobe ano a ano e, recentemente, trouxe à tona ossadas de um cemitério. Reportagem de David Salazar para a AFP, publicada na Folha de S.Paulo (assinantes), relata como a mudança climática afetou a paisagem e o cotidiano das pessoas em Cartagena, uma das cidades mais visitadas por turistas no caribe colombiano.
A líder comunitária Mirla Aaron ficou chocada ao ver na beira da praia os ossos dos antigos habitantes de Tierra Bomba, uma ilha localizada em frente à luxuosa zona hoteleira de Cartagena. Além disso, o mar destruiu 250 casas da comunidade, o posto de saúde e comprometeu instalações elétricas. Soma-se aos efeitos climáticos o fato de que o principal porto comercial da Colômbia foi construído em um terreno com cavidades subterrâneas que colapsam, provocando seu afundamento.
O cientista ambiental canadense Marko Tosic explica que o aumento no nível do mar na área costeira se deve à vulnerabilidade da cidade, ao aquecimento global e ao afundamento do solo que ocorre por fatores tectônicos e pela presença de vulcões submarinos. O cientista alerta que a situação do Caribe é gradual, mas se tornará letal. É uma mudança "muito pequena, estamos falando de milímetros ao longo dos anos, mas a inundação será sentida".
Atualmente, as autoridades locais estão estendendo 4,5 quilômetros de quebra-mar para amortecer o impacto das ondas. Sem essa construção, a prefeitura projeta que 80% dos bairros estariam sob risco de inundação. Para Mauricio Giraldo, líder local e representante de pescadores, o escudo de pedras protege as atrações turísticas e os hotéis de luxo, porém altera a corrente marítima e afeta as áreas onde vivem os mais vulneráveis. Mirla Aaron cita Tierra Bomba como exemplo. Lá vivem "comunidades negras que foram escravizadas" e "que hoje resistem para não perder sua identidade".
Ainda bem
Escritor e jurista José Paulo Cavalcanti Filho comenta a notícia intrigante que recebeu: a morte de um homônimo
José Paulo Cavalcanti Filho, jurista e escritor, membro da Academia Brasileira de Letras Edição: Scriptum Volto a escrever depois de férias. E já digo qual a notícia que mais me preocupou, durante esse tempo em que andei longe das folhas ‒ a da minha morte. Foi assim. O ilustre Francisco Queiroz Cavalcanti, ex-presidente do TRF da 5ª Região, me mandou mensagem (transcrevo como foi postada) que recebeu pelo zap: “ZÉ PAULO CAVALCANTI ou ZÉ PAULINHO, como conhecido: Pesar pelo passamento de Zé Paulinho, contemporâneo de trajetória democrática, acima de tudo. Sempre com opiniões firmes, mesmo que eu pudesse dele discordar nos últimos tempos (trata-se de mais um que considera seja, essa corrupção de Petrobras e agregados, só uma “conspiração inventada por Ministério Público do Brasil e governo dos Estados Unidos”), mas ele argumentava com muita propriedade (se é “com muita propriedade”, por que discorda?). Valorizava o estudo, a cultura. Inesquecível será, pois era e é um expert em Fernando Pessoa. Perde a cultura; vai-se um imortal. Zé Paulinho estava no patamar de quem se cuidou intelectualmente: um leitor, um analista da cena nacional política e cultural. Claro que isso faz uma falta danada. Não era um ser raso. Muito ao contrário. Acompanhava-o pelos seus artigos, nos jornais. Pelos seus debates da CBN, com as suas agudas análises. Um independente no pensar!!! Repito: um independente no pensar!!! Meus duplos respeitos ao ser humano e ao homem da cultura. Condolências aos colegas do MP-PE (como?, se não sou de lá), Allana (mínima ideia de quem seja) e Zé Paulo (quem?) em especial. A.S.F. 20/01/2024”. O que fazer numa situação dessas?, eis a questão. Mal não estava, pelo contrário, que no momento da ligação jogava tênis. Ainda vivo, claro, e pode lá um morto jogar tênis? Como se responde a uma notícia dessas, caro leitor, que se alastra como fogo subindo morro ou água descendo? Para minha sorte, o amigo Luiz Andrade logo esclareceu o ocorrido em mensagem no zap da APLJ: “Boa tarde, confrade José Paulo Cavalcanti Filho. Faleceu hoje um xará seu, pai de um companheiro homônimo do MPPE e alguém confundiu com sua pessoa. Apressei-me em esclarecer o terrível equívoco”. Ainda bem. Tratava-se de José Paulo Cavalcante Xavier (que Deus o tenha), pai de outro José Paulo, Cavalcante Xavier Filho. Reverências ao morto, solidariedade aos familiares e obrigado Luiz Andrade, fico devendo mais essa. Pior é que nem deu para ficar com raiva, que o autor da nota foi até simpático. E enganos assim podem ocorrer. Seja como for, já digo a quem quiser escrever sobre isso, algum dia (lá pelos anos 2070 ou mais, espero), guarde esse papel que, quando chegar minha hora, já estará tudo pronto. Basta só copiar. Para ficar no tema, lembro quando estávamos um dia no cemitério de Santo Amaro, em frente ao túmulo do governador Agamenon Magalhães ‒ avô de Maria Lectícia, bom lembrar. Creio ser o maior de lá. E está quase vazio, dentro apenas o próprio, dona Antoniêta e mais uns poucos. Então, do nada, ela olhou para mim e disse: ‒ José Paulo, quando o primeiro de nós dois morrer EU vou enterrar VOCÊ aqui. Tudo bem, que com certeza prefiro ir antes. Machado de Assis disse o mesmo à sua mulher, Carolina. Mas uma coisa me preocupou, onde? exatamente. É que no lado direito do túmulo, gravado no mármore a inscrição “História”, de tarde o sol é de rachar. Não há quem aguente. Enquanto no esquerdo, com a inscrição “Virtus”, há sombra de uma pequena mangueira. Então, perguntei: ‒ De que lado? ‒ Você escolhe. Preferi o da sombra, claro, as tardes ali vão ser bem mais agradáveis. O que me torna um privilegiado, não é todo mundo que pode escolher o lado do túmulo em que vai ser enterrado. Desde já grato, dona Lectícia. Aproveito e lembro dois pedidos que lhe fiz, na hora. Primeiro é ser enterrado com charuto e caixa de fósforos junto, pelo sim pelo não... Segundo, e com óculos. Até porque nasci usando. E não tiro para nada, sequer para mergulhar no mar. A ideia nasceu quando, no Morada da Paz, vi a queridíssima Ana Coutinho no caixão com os tais óculos. Dona Lectícia perguntou se não seria mais elegante por no bolso do paletó. Recusei, explicando: ‒ Não acredito em céu, mas vai ver que exista. Também não acredito que mereça ir pra lá, mas quem sabe vá. O risco é chegar e, na entrada, um cidadão vir falar ‒ Tudo bem?, amigo Zé Paulo. E eu, sem ver nada caso não esteja com os tais óculos, ‒ Perdão, mas quem é Vossa Senhoria? ‒ Não tás me reconhecendo?, rapaz, sou J. Cristo. Já pensou a vergonha? Embora creio que, generoso como (dizem que) é, haveria de compreender. Seja como for, pelo sim pelo não, e para evitar maiores constrangimentos, insisto nos tais óculos. Outro problema é que recebi, do governo, a ordem do Cruzeiro do Sul. Mais importante condecoração do Brasil, tanto que só pode ser entregue pelo presidente da República. Ligou para mim um diplomata do Itamarati para definir os detalhes da cerimônia. Agradeci e pedi que mandassem pelos Correios, já passei da idade em que me encanto com essas honrarias. Ele respondeu: “Será a primeira vez, que todos chegam aqui com fotógrafos para por nos jornais de suas cidades”. Insisti. E correu tudo bem. Chegou numa bela caixa de madeira. Enorme, a medalha é quase do tamanho de minha barriga (que já não é pequena). Problema é que ninguém sabe que recebi. O que não é muito bom. Então, desejando que todos tivessem conhecimento, perguntei a dona Lectícia: – Pelo menos vai pôr no caixão durante meu velório? ‒ Não! ‒ E por quê? ‒ Porque é muito brega!!! Em resumo, serei um dia enterrado sem medalhas. Tudo bem, não vou insistir. Mas, pelo menos, com charutos e de óculos. Assim espero. Por tudo, então, encerro essas primeiras linhas do ano dizendo ser um prazer estar de volta. E vivo, graças. Adeus. Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
Card link Another linkFaltam psicólogos e seguranças na rede pública de ensino do Brasil
Estudo do Inep mostra que avanço na contratação de profissionais das duas áreas é lento
[caption id="attachment_37955" align="aligncenter" width="560"] Entre 2002 e 2023, o Brasil sofreu 164 ataques em escolas.[/caption]
Texto: Estação do Autor com O Globo
Edição: Scriptum
A volta às aulas pós-pandemia e os ataques escolares provaram a necessidade de trazer para as instituições de ensino do País profissionais das áreas de psicologia e segurança. No entanto, os avanços para a solução dessas questões são considerados insuficientes. Segundo dados recentes do Censo Escolar e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o aumento de escolas com a presença de psicólogos e seguranças foi de apenas três pontos percentuais na rede pública. Os psicólogos passaram a ser encontrados em 12% das escolas. Os profissionais de segurança, em 22%. O assunto é tema de reportagem de Bruno Alfano para O Globo (assinantes).
No caso da violência em ambientes educacionais, especialistas defendem que não há uma única solução que resolva a questão. Ano passado, um grupo de trabalho criado pelo Ministério da Educação apresentou relatório tendo como um dos eixos de combate “proteção, assistência, e ações psicossociais”. Nele, os especialistas recomendam, entre outros tópicos, implementar a lei de 2019 que prevê a Entre 2002 e 2023, o Brasil sofreu 164 ataques em escolas.atuação de psicólogos na escola para “a melhoria da qualidade do processo de ensino-aprendizagem, atuando na mediação das relações sociais”. A necessidade surgiu a partir da crise sanitária causada pela Covid-19, que fechou escolas durante um longo período.
Para especialistas, a atuação de seguranças e guardas nas escolas não é medida crucial para evitar ataques. No entanto, esses profissionais podem ser importantes em alguns contextos, como, por exemplo, proteger o patrimônio. Em 2023, cresceu um movimento de defesa de segurança armada que não teve respaldo de profissionais especializados em violência escolar.
De acordo com o Censo Escolar, estados do Centro-Oeste lideram a proporção de colégios com guardas e seguranças patrimoniais. No Distrito Federal, estão presentes em 79% das unidades. O ranking segue com Tocantins (62%), o único representante de outra região no top 5, que ainda tem Mato Grosso do Sul (55%), Mato Grosso (54%) e Goiás (48%).