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Impacto do juro na dívida pública é tema do Espaço Democrático

Economistas Luiz Alberto Machado e Roberto Macedo, consultores da fundação do PSD, falaram sobre o tema

[caption id="attachment_38228" align="aligncenter" width="799"] Reunião semanal de colaboradores do Espaço Democrático[/caption]     Redação Scriptum   A dívida pública brasileira superou R$ 8 trilhões no ano passado, o equivalente a 74,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, volume muito próximo do percentual registrado no pico da pandemia de Covid-19, em outubro de 2020, quando bateu em 87,7%, segundo o Banco Central. E a perspectiva de curto e médio prazos não é nada animadora. Esta foi uma das conclusões do debate realizado sobre o tema nesta terça-feira (21), durante a reunião semanal do Espaço Democrático. Os economistas Luiz Alberto Machado e Roberto Macedo, e também o consultor Januario Montone exploraram o assunto. O aumento preocupante da dívida é um reflexo direto da piora das contas públicas em 2023, mas também está relacionado ao fato de as despesas com os juros da dívida terem crescido ao valor de R$ 718,3 bilhões, o equivalente a 6,61% do PIB, volume 22,5% maior que o registrado no ano anterior e recorde na série histórica iniciada em 2002. Machado comentou o fato de alguns analistas terem criticado, nos últimos meses a alta taxa de juros brasileira – a Selic, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que começou 2023 fixada a 13,65% ao ano e terminou a 11,75%. “Acontece que a política monetária, a gestão dos juros, é o único instrumento que o Banco Central tem para controlar a inflação, que está sendo pressionada”, disse Machado. E é a Selic que corrige a dívida pública brasileira”. O economista destacou que o juro básico brasileiro é muito alto para os padrões internacionais. “Temos o sexto maior juro nominal do mundo hoje, 10,25%, à frente de Argentina, Turquia, Rússia, Colômbia e México, mas o juro real brasileiro é o segundo maior do mundo, atrás apenas da Rússia”, apontou. A redução da Selic daria importante contribuição para a queda dos juros pagos pelo governo, mas este movimento não pode, segundo ele, colocar em risco o controle da inflação e a meta que o Banco Central tem de perseguir. “Se o governo não controla seus gastos, toda a responsabilidade pelo controle da inflação fica com a política monetária, com o Banco Central, que só pode subir os juros”, disse. O gestor público Januario Montone lembrou que alguns economistas defendem que todo país que tem moeda própria pode fazer emissões para cobrir o seu déficit público, uma forma de deixar de pagar os juros da dívida. Machado disse que profissionais que concordam com esta tese já estiveram no governo e os resultados foram desastrosos. Para Roberto Macedo, que foi secretário de política econômica do Ministério da Fazenda na gestão de Marcílio Marques Moreira, a questão não é se o país é autônomo ou não. “O ponto é se a moeda é forte ou não; uma coisa é emitir dólar, outra é emitir real”, disse. “Se você for financiar o governo com real vai provocar grande inflação”. Além disso, segundo Macedo, há o risco de o mercado começar a rejeitar a dívida, ou seja, os títulos públicos não serem comprados. O ponto central, de acordo com Roberto Macedo, é político. “O governo deveria gastar menos”. Também participaram da reunião semanal do Espaço Democrático o superintendente da fundação, João Francisco Aprá, os cientistas políticos Rubens Figueiredo e Rogério Schmitt, o sociólogo Tulio Kahn e os jornalistas Eduardo Mattos e Sérgio Rondino, coordenador de comunicação do Espaço Democrático.

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O impacto da tragédia gaúcha na economia

Resultado do PIB do primeiro trimestre foi bom, mas o economista Roberto Macedo aponta que o segundo semestre deve ser muito desfavorável.

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Até quando?

José Paulo Cavalcanti Filho escreve que no Brasil de hoje, grupos poderosos ‒ de elites políticas e empresariais até milícias e o tráfico – mandam sem obedecer à lei

José Paulo Cavalcanti Filho, jurista e escritor, membro da Academia Brasileira de Letras

Edição Scriptum

 

Fernando Pessoa disse, um dia, “Tenho saudades de mim” (em Há quase um ano não escrevo). Se assim for, creio que posso também dizer quero tirar férias de mim. Porque nosso Brasil anda complicado. E chato. Faltam esperanças, desalentos sobram. Faltam caminhos, porteiras sobram. Faltam horizontes, sobram tristezas. Falta luz, sobra sombra. O otimismo, que teima em sobreviver nas entranhas dos brasileiros, vai sendo impiedosamente soterrado.

A Constituição, que nos países maduros é uma Lei Maior, referência e obrigação para todos, aqui vai virando enfeite. Corruptos passeiam alegremente, pelas praias ou em shows musicais (como o de Madonna), fazendo selfies. Preparando-se para brincar o Carnaval, onde vão acabar (talvez) destaques em alguma escola de samba controlada por bicheiros. Criticar deixa de ser o exercício da Liberdade de Expressão e passa a ser algo (muito) arriscado. Perigoso. O Paraná Pesquisas aponta que 61% dos brasileiros temejurista e escritor, membro da Academia Brasileira de Letrasm punição por falar o que pensam. A favor do governo, sem problema; contra, cuidado. Penas de quase 300 anos de cadeia são apagadas, multas milionárias perdoadas, confissões assinadas consideradas inexistentes e alguns ministros do Supremo agem como se tudo fosse muito natural. Com a consciência em paz. Trata-se de uma “defesa da Democracia”, assim justificam.

No Recife, nesta segunda, um dos carros da vice-governadora, a querida Priscila Krause, foi vítima de assalto. Fotos mostram o vidro da frente furado por balas. O bandido, alvíssaras, acabou preso. Continua? Que nada, meus senhores, era só o que faltava! Um juiz plantonista já emitiu, para ele, o correspondente “Alvará de Soltura”. Talvez por ser pardo e (aparentemente) pobre. Fosse pouco, determinou (é inacreditável) que os policiais militares, responsáveis por essa prisão, fossem encaminhados à “Central de Inquérito do MP”. O receio é que possam acabar atrás das grades. Por terem tido a ousadia de prender um bandido.

Em Brasília, terça, o Supremo declarou constitucional lei que proíbe políticos de ocupar cargos públicos. Nem podia ser diferente, era o que faltava. Ocorre que, sem qualquer fundamento jurídico decente, manteve nos cargos todos os nomes escolhidos pelo governo para funções que deveriam ser ocupadas por pessoas qualificadas para isso. É dando que se recebe. Talvez não por acaso a Petrobras, até esta semana em mãos de um desses políticos amigos do Poder, que era presidente do PT no Rio Grande do Norte, acaba de ter queda de 38% nos lucros, comparados aos do ano passado. Protegidos, todos, por decisão monocrática do então ministro do Supremo Ricardo Lewandowski. Que, coincidência ou não, é hoje ministro da Justiça desse mesmo governo que nomeou seus protegidos. E todos a rir. De nós, provavelmente.

Esse é o retrato do Brasil, meus senhores. Aqui, hoje, grupos poderosos sabem que mandam ‒ elites políticas, grandes empresários, milícias, até o pessoal do tráfico e adjacências. Sem obedecer à lei, ora a lei?, nem a ninguém. Reproduzindo a máxima do Coronel Chico Heráclio, de Limoeiro (PE), “quando a lei é fraca, a gente passa por cima (e quando é forte, por baixo)”. É (quase) inacreditável. E, tudo, com a complacência do Poder Judiciário. Que deveria ser um exemplo, contribuindo para pacificar o País; enquanto, ao contrário, prefere tocar fogo nele. Até quando?

    Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

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Guerra comercial entre EUA e China se intensifica

A indústria da China evoluiu e passou a cuidar também da qualidade, mas sempre vendendo barato devido à alta escala de produção, escreve Roberto Macedo

Roberto Macedo, economista e colaborador do Espaço Democrático Edição Scriptum   Este artigo teve como fonte uma reportagem do Financial Times, publicada em quase meia página pela Folha de S.Paulo do dia 15 de maio, além de percepções minhas quanto ao assunto. A guerra entre os Estados Unidos e a China começou a se manifestar ainda no mandato do governo de Donald Trump, que impôs um pacote tarifário sobre US$ 300 bilhões de mercadorias chinesas. A matéria diz que o presidente Joe Biden acabou de anunciar um “aumento drástico” nas tarifas de importações da China, “incluindo carros elétricos, baterias e semicondutores, sob a justificativa de manter empregos...”. E prossegue: “A Casa Branca disse que a ação foi cuidadosamente pensada para setores estratégicos”, que também incluem alumínio e aço, minérios, células solares, guindastes portuários e produtos médicos. E prossegue a reportagem: “Os EUA quadruplicarão a taxação sobre veículos elétricos chineses para 100% neste ano e praticamente triplicarão a taxa sobre importações de aço e alumínio. As tarifas sobre semicondutores chineses serão dobradas a partir de 2025. A taxa sobre células solares também será dobrada este ano, para 50%. ... Os EUA triplicarão tarifas sobre baterias de íon de lítio chinesas usadas em veículos elétricos para 25% este ano. Ação semelhante será tomada para baterias de íon de lítio usadas em veículos não elétricos a partir de 2026.” E mais: “Autoridades americanas disseram que o governo Biden decidiu manter em vigor boa parte das outras tarifas impostas pelo seu antecessor”, o presidente Trump. ”Uma conselheira econômica do presidente Biden afirmou que a ação ... garantirá que investimentos históricos em empregos, estimulados pelas ações do presidente Biden, não sejam prejudicados por uma inundação de exportações injustamente subsidiadas da China.” Eu acompanhei o forte desenvolvimento da economia chinesa nas últimas décadas e observei que ela adotou a estratégia de elaborar produtos triviais como roupas, sapatos e aparelhos diversos a um custo muito baixo e em grande escala, com o que acelerou muito seu crescimento econômico. Seu último avanço foi na produção de automóveis, inclusive os elétricos. No início havia alguns produtos de baixa qualidade. Há uns 15 anos atrás, lembro-me de ter comprado uma roçadeira chinesa que estragou logo no seu primeiro uso. Fui reclamar com o vendedor e ouvi. “É isso aí! Se é chinês, dura um mês”. Mas a indústria da China evoluiu e passou a cuidar também da qualidade, mas sempre vendendo barato devido à alta escala de produção e aos baixos custos de mão de obra no país. Com isso, também atraiu empresas estrangeiras para produzir lá, mas recentemente soube que empresas americanas estão deixando o país porque os trabalhadores de lá chegaram à classe média e já não estão dispostos a continuar trabalhando muito para ganhar tão pouco. Ademais, empresas americanas estão montando empresas novas com alta tecnologia, inclusive recorrendo à Inteligência Artificial, com redução de seus custos. E temem também uma possível invasão da China em Taiwan, com o que o comércio com países da região seria interrompido.   Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

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