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Mulheres jovens bebem mais e consumo de tabaco cai: hábitos mudam em 15 anos

Relatório da OMS mostra o sucesso da política de combate ao fumo no Brasil; na contramão, o consumo de álcool cresceu entre as mulheres

[caption id="attachment_37952" align="aligncenter" width="560"] Fenômeno de mulheres jovens bebendo mais é uma tendência que vem sendo observada mundialmente[/caption]   Texto: Estação do Autor com g1 Edição: Scriptum   Políticas públicas eficazes deram ao Brasil um lugar de destaque no combate ao tabaco. Relatório recente da OMS registra queda significativa de fumantes no País. O mesmo não ocorreu com o consumo abusivo de bebidas alcóolicas, que se manteve estável, mas cresceu entre mulheres mais jovens. Esse é um recorte da mudança de alguns hábitos dos brasileiros nos últimos 15 anos, conforme pesquisa da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico). Em julho de 2019, o Brasil se tornou o segundo país a implementar integralmente todas as medidas sugeridas pela OMS para diminuir o consumo de tabaco, como monitorar, proteger, oferecer ajuda, alertar e aumentar impostos. Entretanto, esse mesmo resultado não foi replicado no consumo de álcool. Reportagem de Mariana Garcia para o g1 mostra ações que foram implementadas para a redução do tabagismo e os males causados à saúde pela dependência e consumo excessivo de álcool. Mariana Thibes, doutora em sociologia e coordenadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) explica que o fenômeno de mulheres jovens bebendo mais não é só no Brasil. É uma tendência que vem sendo observada mundialmente sob o impacto das mudanças sociais que ocorreram ao longo das décadas, entre elas a igualdade de comportamento entre homens e mulheres. O consumo de tabaco, que ainda mata mais de 8 milhões de pessoas no mundo, está diminuindo, segundo relatório divulgado pela OMS em janeiro de 2024. No documento, a entidade destacou a ação do Brasil, que conseguiu uma redução de 35% desde 2010. Ainda assim, o consumo e a exposição passiva são responsáveis por 156 mil mortes por ano no País. De acordo com a OMS, o uso nocivo do álcool é responsável por três milhões de mortes por ano. O consumo de bebida alcoólica é um fator que causa mais de 200 doenças e lesões. “O álcool no organismo pode levar a uma cirrose hepática, úlceras, câncer de garganta, neuropatias e dependência”, diz Marcia Oliveira, assessora técnica do Ministério da Saúde.

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Elites predatórias aumentam o risco de populismo

Sociólogo Tulio Kahn, colaborador do Espaço Democrático, analisa da mais recente versão do IPSOS Populism Survey

  Tulio Kahn, sociólogo e colaborador do Espaço Democrático Edição: Scriptum   Recentemente a empresa de pesquisas IPSOS Opinion divulgou a versão 2024 do seu IPSOS Populism Survey, realizada com 20.630 adultos de 28 países. Segundo a definição da pesquisa, populismo é uma estratégia política empregada por um empreendedor político e que depende tanto do apoio popular a ações antissistema quanto de oportunidades estruturais, como uma forte crise econômica ou mudanças demográficas. Para mensurar esta predisposição da população em apoiar o populismo, a empresa criou um Índice que denominou de “o sistema está quebrado” (“System is broken” index). O índice é composto pela porcentagem média de concordância com cinco afirmações: “a economia do país é manipulada para favorecer os ricos e poderosos”, “partidos tradicionais e políticos não se importam com pessoas como eu”, “para concertar o país, nós precisamos de um líder forte, disposto a quebrar as regras”, “o país precisa de um líder forte para tomar o país de volta dos ricos e poderosos” e, finalmente, “os especialistas neste país não entendem a vida de pessoas como eu”. Entre os principais achados nos resultados entre 2016 e 2023 está o de que o sentimento antissistema é elevado em muitos países, assim como a suspeita com relação às elites, sentimentos que podem favorecer as estratégias populistas nas eleições futuras. O cenário é piorado com a sensação majoritária (58%) de que o país está em declínio e a sociedade quebrada (57%). É possível que tanto o sentimento antissistema quanto a suspeita com relação às elites e o pessimismo com relação ao futuro do país tenham uma relação com o desempenho das elites nacionais. Para testar esta conjectura, há o Índice da Qualidade das Elites de 2022, criado pela Universidade de Saint Gallen e para o qual contribui na edição de 2021, analisando a conjuntura brasileira. O Índice de Qualidade das Elites é composto por 120 indicadores ponderados. Uma elite de elevada qualidade é entendida, muito simplificadamente, como aquela que gera para a sociedade mais valor do que ela toma, enquanto uma elite de baixa qualidade extrai valor da sociedade. O EQx, neste sentido, é um índice mede a “habilidade do modelo de negócios criado pela elite nacional, no agregado, para criar valor, mais do que extrair valor de uma economia”. (Casas & Cozzi, 2022) Ao contrário do índice da IPSOS, valores altos no EQx representam países com elites de alta qualidade e vice-versa. Assim, é esperado que o sinal da correlação entre os dois índices seja negativo. O EQx é calculado para 151 países, mas infelizmente a pesquisa da IPSOS só permite a comparação com 28 deles. Singapura, Suíça, Austrália e Israel encabeçam o EQx de 2022, enquanto o Brasil ocupa apenas a 81ª posição entre os 151 países. Como temos apenas 28 casos, não é possível extrair conclusões seguras. De todo modo, o gráfico de dispersão mostra uma correlação negativa e linear entre ambos os índices, sugerindo que, quanto melhor a qualidade da elite de um país, menor o sentimento antissistema e a propensão ao populismo e vice-versa. Suécia, Alemanha e Países Baixos são exemplos de países com elites de alta qualidade e baixa propensão ao populismo, enquanto Índia, Tailândia e África do Sul são exemplos do oposto. O Brasil faz parte deste último grupo, classificando-se como país onde a elite é de qualidade intermediária e o sentimento de que o sistema está fraturado é elevado. A relação não é perfeita e países como a Tailândia, França e Coreia do Sul se saem relativamente bem no desempenho das elites, embora a sensação antissistema seja elevada. O inverso parece ocorrer na Indonésia, onde a sensação de que a sociedade está quebrada não é particularmente elevada, não obstante o fraco desempenho da elite nacional. Particularidades históricas e sociais podem talvez explicar estas discrepâncias, que merecem ser mais bem investigadas. No geral, todavia, a correlação entre os indicadores parece clara. O coeficiente R de Pearson de correlação entre os índices é de -0.67, negativo como previsto e razoavelmente elevado. Vendo de outro modo, nos 14 países com piores classificações no índice da IPSOS, a qualidade média da elite gira em torno de 51, enquanto nos 14 países melhor classificados o EQX sobe para cerca de 61. Para o aprimoramento da pesquisa da Ipsos fica a sugestão de olhar, para além das percepções populares e das oportunidades, também o desempenho objetivamente mensurado das elites nacionais como variável relevante para entender o populismo como um de seus intervenientes. É possível que estas dimensões também se correlacionem a outras não investigadas, como a criminalidade. Elites “extrativas” como as do Brasil, África do Sul, Colômbia e México produzem sociedades desiguais, que contribuem para elevada criminalidade e por sua vez para o sentimento contra o establishment e discursos populistas no campo penal, como apoio à pena de morte, armamento, redução da maioridade penal, proibição das “saidinhas”, letalidade policial etc. Trata-se de uma hipótese de pesquisa interessante de ser testada empiricamente (embora exista um populismo político de esquerda que não comunga com o populismo penal). O mau desempenho das elites nacionais em criar um modelo econômico onde a riqueza cresce (e é distribuída), assim, parece contribuir para o acirramento do sentimento antissistema nas sociedades e de suspeição com relação às elites nacionais e deste modo aumentar o risco de que lideranças políticas populistas sejam bem sucedidas. Se a correlação entre os fenômenos for verdadeira, sugere-se que a superação da alternância entre líderes populistas de direita e esquerda no Brasil pode ser obtida com a melhoria da qualidade das elites nacionais. O problema é como induzir esta melhoria num país onde a elite empresarial, cultural e o alto funcionalismo parecem muito bem acomodados vivendo à custa da galinha de ovos de ouro.     Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

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Manejo de resíduos pode virar negócio; biometano brasileiro tem grande potencial

País produz também o biogás, obtido a partir da degradação de matéria orgânica na ausência de oxigênio

[caption id="attachment_37947" align="aligncenter" width="739"] Atualmente, 38,9% de todos os resíduos produzidos no País, quase 28 milhões de toneladas, tem disposição final inadequada[/caption]       Texto: Estação do Autor com Revista Exame Edição: Scriptum   O que fazer com as toneladas de lixo depositadas no planeta? Segundo alerta feito pela ONU, durante Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, em Nairóbi, o volume de resíduos no mundo, que atingiu 2,3 bilhões de toneladas em 2023, continuará crescendo exponencialmente até atingir 3,8 bilhões de toneladas em 2050. Os países onde os métodos de tratamento ainda são poluentes, como aterros sanitários e incineração sem recuperação, enfrentarão crises ainda mais graves nos próximos anos. O Brasil ainda tem dificuldade para lidar com a destinação dos materiais a serem descartados. Atualmente, 38,9% de todos os resíduos produzidos no País, quase 28 milhões de toneladas, tem disposição final inadequada, informa a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema). Reportagem de Paula Pacheco para Revista Exame (assinantes) mostra estudos sobre os resíduos e técnicas de manejo que podem, inclusive, transformar o problema em negócio rentável. O controle adequado dos resíduos, por exemplo, por meio de melhores métodos de tratamento, limitaria o seu custo líquido anual a US$ 270 bilhões (R$ 1,3 trilhão na cotação atual) até 2050. Mas é possível ir mais longe, avançando para uma verdadeira economia circular, melhores práticas industriais e uma gestão abrangente de resíduos, o que poderia gerar inclusive um lucro líquido de mais de U$ 100 bilhões por ano (R$ 495 bilhões na cotação atual), observa o relatório Transformar resíduos em recursos, do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUMA). O documento ‘Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil’, de 2023, da Abrema, calcula que 61,1% dos resíduos sólidos urbanos gerados no País são lixo doméstico ou produzidos por pequenos estabelecimentos. Aproximadamente 27,9 milhões de toneladas foram enviadas para os lixões e 5,3 milhões nem sequer foram coletados. Por outro lado, o Brasil produz tanto o biogás, obtido a partir da degradação de matéria orgânica na ausência de oxigênio, quanto o biometano. Esse gás pode ser gerado a partir de aterros, esgoto sanitário, resíduos animais e vegetais. É possível usá-lo como combustível para veículos, indústria, comércio, residências, na função termelétrica, ao ser injetado em gasodutos de distribuição de gás natural.

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IA gasta meio litro de água a cada 20 a 50 respostas

Uso global de água nos data centers do Google, Microsoft e Meta em 2022 foi equivalente ao total de dois países do tamanho da Dinamarca

[caption id="attachment_37943" align="aligncenter" width="560"] Estimativas indicam que a cada 20 a 50 interações com o ChatGPT consomem até meio litro de água.[/caption]     Texto: Estação do Autor com Poder 360 Edição: Scriptum   Quando, em fevereiro de 2020, o Google teve aprovado o projeto para a construção de um centro de processamento de dados em Santiago, Chile, não contava com um obstáculo: a oposição firme dos moradores locais. Com o argumento de que o data center poderia piorar a seca no país, já que usaria água dos residentes para resfriar seus servidores, eles conseguiram reverter a decisão. Reportagem publicada no Poder360 mostra os motivos que levaram um tribunal chileno a anular a aprovação prévia concedida ao projeto Cerrillos pelo SEA (Serviço de Avaliação Ambiental do Chile) e determinar que o Google revise sua proposta, considerando os possíveis impactos que sua operação poderia ter no país, especialmente em relação aos recursos hídricos. Nos últimos anos, o consumo de água pelas big techs aumentou significativamente devido à expansão da inteligência artificial. Segundo estudo da Universidade da Califórnia, o uso intensivo de energia pelas ferramentas de IA requer maior refrigeração dos servidores, o que demanda mais água. Estimativas indicam que a cada 20 a 50 interações com o ChatGPT consomem até meio litro de água. Isso ocorre porque a maioria dos chatbots opera na computação em nuvem, que depende de servidores localizados em data centers. Pesquisadores afirmam que o treinamento do GPT-3 nos data centers da Microsoft, nos EUA, podem consumir 700 mil litros de água limpa. Eles também indicam que a demanda global por inteligência artificial poderá resultar no uso de 4,2 a 6,6 bilhões de metros cúbicos de água em 2027. Dados recentes mostram que os centros de processamento próprios do Google retiraram diretamente 25 bilhões de litros e consumiram quase 20 bilhões de litros de água para resfriamento em 2022. A retirada global combinada de água nos data centers do Google, Microsoft e Meta foi estimada em 2,2 bilhões de metros cúbicos em 2022, o equivalente ao total anual de retirada de água de dois países como a Dinamarca. Nos EUA, essa remoção representou aproximadamente 0,33% do total anual de retirada de água do país, chegando a 1,5 bilhão de metros cúbicos.

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