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Ano pré-eleitoral pode empurrar a inflação para cima

Para o economista Roberto Macedo, a conjuntura econômica aponta para o risco de reajustes de preços ainda maiores este ano

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Os avanços na agenda do desenvolvimento sustentável

Rogério Schmitt fala sobre os seis importantes projetos da pauta verde aprovados no ano passado

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Proposta para a COP30: um mercado comum de crédito de carbono

Brasil e União Europeia poderiam dar o pontapé inicial, sugere Candido Bracher em entrevista no Espaço Democrático

   

  Redação Scriptum   A COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025), que o Brasil sediará em novembro próximo, em Belém, pode ser uma oportunidade única para tornar o País protagonista mundial no enfrentamento ao aquecimento global. “Ali podemos começar a costurar um mercado comum de crédito de carbono, que hoje não existe”, acredita o ex-CEO do Itaú-Unibanco, Candido Bracher, que deixou o sistema financeiro em 2021 e hoje é um estudioso da causa da emergência climática. Ele e sua esposa, a ambientalista Teresa Bracher, atuam há 20 anos na preservação do Pantanal – são proprietários de fazendas que fazem parte da Rede de Proteção da Serra do Amolar e também da Aliança 5P, grupo que tenta garantir a conservação do bioma Pantanal, adquirindo propriedades na região para formar grandes corredores ecológicos e manter o bioma como o mais preservado do País. Em entrevista ao programa Diálogos no Espaço Democrático, produzido pela TV da fundação de estudos e formação política do PSD e disponível em seu canal de YouTube, Bracher apontou que a criação do mercado de carbono é o melhor instrumento para combater aquele que será o maior problema da Humanidade nas próximas décadas. “Precisamos enfrentar o desafio de reduzir as emissões de carbono a zero para que a temperatura média não aumente, tornando a vida ao menos tolerável, especialmente em regiões tropicais como a nossa”, disse. “A solução é fácil, colocar um preço para as emissões de carbono”. A emergência é justificável. O Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S) – agência europeia do clima – acaba de anunciar que 2024 foi o ano mais quente da história. O aumento da temperatura média do planeta superou a marca de 2023 e ultrapassou o limite de aquecimento de longo prazo de 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais (anteriores à Revolução Industrial), estabelecido pelo Acordo de Paris, de 2015. O impacto disso pôde ser notado nas várias tragédias registradas ao longo do ano em todo o mundo. No Brasil, a Amazônia e o Pantanal registraram grandes períodos sem chuva; na África, o deserto do Saara inundou; na Europa, cidades da Espanha ficaram embaixo das águas das chuvas; na América do Norte, incêndios florestais dizimaram florestas no Canadá, por exemplo, e agora chegam a áreas urbanas dos Estados Unidos – em Los Angeles, na Califórnia, mais de duas mil casas foram incendiadas. Entrevistado pelo ambientalista Eduardo Jorge e pelos jornalistas Eduardo Mattos e Sérgio Rondino – âncora do programa de entrevistas –, Bracher define o aquecimento global como um dos poucos temas sobre os quais há consenso. “Todos concordam com a existência, as causas e a solução”, aponta. “Apesar disto, o progresso na direção da solução é lento, quase inexistente, tanto que as emissões continuam aumentando”. Para ele, é uma questão que se insere no conceito conhecido como a tragédia dos bens comuns. “Quando há acesso ilimitado a um recurso limitado, e este acesso não é regulamentado, controlado por regras ou preços, este bem é sobre-utilizado e degenerado”, diz. “É o que ocorre com a atmosfera: qualquer um sempre pôde emitir esses gases sem restrição, sem pagar nada por isto”. Bracher defende que uma ferramenta já utilizada pelos países da União Europeia possa ser utilizada para o primeiro passo da criação de um mercado comum de carbono: o CBAM (Carbon Border Adjustment Mechanism, ou Mecanismo de Ajuste de Fronteira de Carbono, em tradução livre), taxação aduaneira de carbono para produtos importados pela UE. “Uma empresa que produz aço na Bélgica, por exemplo, paga um imposto pelas emissões de carbono, mas uma siderúrgica chinesa exporta para a Europa sem pagar isso, uma concorrência desleal”, diz. “A Europa inventou um imposto que é cobrado na fronteira, de todos os produtos importados para o continente, que é pelo carbono contido na produção, como se esses produtos tivessem sido produzidos na Europa, sujeitos a regras europeias”. Ele defende que este modelo seja usado por Brasil, União Europeia, Austrália e Japão para constituir este mercado de carbono. “Vamos adotar regras, construir isto diplomaticamente e em torno deste novo grupo criar a barreira e cobrar pelos produtos de fora; quando exportarem para este mercado comum de carbono, Índia e Estados Unidos terão de pagar esta taxa”. Bracher entende que como as consequências do aquecimento vão se agravar, haverá mecanismos de compensação que vão estimular a adesão de outros países a este mercado. “A minha ideia é que em Belém possamos constituir o núcleo duro deste grupo, que possamos começar a definir um preço global para o carbono e induzir outros países a aderirem, apesar de Estados Unidos e China empacarem o processo”.

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A caderneta de Poupança de 2019 a 2024

Saldo da aplicação brasileira mais popular chegou a R$ 1 trilhão e vem se mantendo; Roberto Macedo comenta

Roberto Macedo, economista e colaborador do Espaço Democrático

 

A caderneta, conhecida simplesmente também como Poupança, é o investimento preferido dos brasileiros e é importante acompanhá-lo, pois além de poupança é também o principal recurso que financia os investimentos imobiliários.

O Banco Central (BC) foi o primeiro a publicar dados econômico-financeiros do ano passado, pois os tem nas suas próprias contas, reportados diariamente pelas instituições financeiras. Fez isso e a Folha de S.Paulo, em sua edição de 9 de janeiro, veio com matéria assim intitulada: “Poupança tem saída líquida de R$ 15,37 bilhões em 2024, diz BC”.  Na verdade, o saldo dela aumentou de R$ 983,03 bilhões, em 2023, para R$1.031 trilhão, em 2024. A questão é que o BC contabiliza os rendimentos da poupança separados dos depósitos e saques pelos próprios poupadores, o que confunde alguns analistas. Esses rendimentos foram de R$ 64,28 bilhões em 2024 e, como disse, foram contados em separado.

Para muitos depositantes a Poupança funciona como uma conta corrente, com saques e depósitos no curto prazo. Assim, em 2024 foram depositados R$ 4,135 trilhões e retirados R$ 4,212 trihões, o que indica uma grande movimentação do saldo.

Olhando um prazo maior, o grande aumento da Poupança ocorreu quando ela passou de um saldo de R$ 845,46 bilhões, em 2019, para R$ 1,035 trilhão, em 2020, com a diferença entre depósitos e retiradas ficando em R$ 166,31 bilhões neste segundo ano. E a partir daí passou a oscilar um pouco acima ou abaixo de R$ 1 trilhão. Como foi visto, terminou 2024 com o saldo de R$ 1,03 trilhão, pouco abaixo do de 2020.

As razões dessa estabilização em torno de R$1 trilhão são as necessidades dos poupadores e maior rentabilidade das demais aplicações em renda fixa, demonstrando que os poupadores estão ficando mais espertos ao analisar rendimentos. O rendimento médio da Poupança foi de apenas 6,22% em 2024, mas isentos do Imposto de Renda para pessoas físicas.

Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

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