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A professora que doou US$ 1 bi para quitar mensalidades de alunos de medicina
Ruth Gottesman herdou a fortuna do marido e quer garantir a faculdade de alunos do distrito mais pobre de Nova York, o Bronx
[caption id="attachment_37939" align="aligncenter" width="698"] Professora norte-americana de 93 anos, ao longo de sua carreira, apoiou e desenvolveu diversas ações socioeducativas.[/caption]
Texto: Estação do Autor com BBC News/g1
Edição: Scriptum
Ao herdar uma fortuna de seu marido, Ruth Gottesman, professora emérita da Escola de Medicina Albert Einstein, decidiu doar US$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 4,9 bilhões) para garantir o acesso de jovens de todas as classes sociais à universidade. O dinheiro será destinado a cobrir perpetuamente as mensalidades dos alunos da Albert Einstein, localizada no Bronx, distrito mais pobre de Nova York.
Reportagem da BBC News publicada no g1 relata a trajetória da professora norte-americana de 93 anos que, ao longo de sua carreira, apoia e desenvolve ações socioeducativas. A doação bilionária vai proporcionar que os estudantes do último ano possam ter a matrícula do último trimestre reembolsada. A partir de agosto, todos os alunos, incluindo os já matriculados, terão o curso gratuito. Esta é uma das maiores doações já feitas a uma universidade nos EUA e a maior a uma faculdade de medicina.
Ruth Gottesman é membro do Conselho da Albert Einstein e doutora em Educação pela Universidade de Columbia. Quando ingressou no Centro de Avaliação e Reabilitação Infantil da universidade, em 1968, os problemas de aprendizado muitas vezes não eram reconhecidos e diagnosticados. Ruth desenvolveu modalidades de detecção, avaliação e tratamento amplamente utilizadas que beneficiaram dezenas de milhares de crianças. A benfeitora é viúva de David "Sandy" Gottesman, um dos primeiros investidores na Berkshire Hathaway, o conglomerado multinacional de Warren Buffet.
Durante anos ela entrevistou centenas de futuros alunos, conhecendo de perto a principal dificuldade que enfrentavam: as elevadas mensalidades universitárias, que se tornavam uma barreira praticamente intransponível para muitos. Gottesman espera que a doação possa abrir as portas da escola para muitos estudantes "cuja situação econômica é tal que nem sequer considerariam cursar a faculdade de medicina", revelou ao The New York Times.
Casos de dengue podem bater recorde no Brasil este ano
Januario Montone, consultor na área de saúde, atribui resultado à falta de prevenção no ano anterior
[caption id="attachment_37926" align="aligncenter" width="560"] Este é o terceiro ano consecutivo de surtos de dengue no Brasil; Montone lembra que o número de casos de um ano é retrato de como foi a prevenção no ano anterior.[/caption]
Redação Scriptum
O Brasil pode bater em 2024 o recorde de casos de dengue registrado em 2015. O alerta foi feito nesta terça-feira (27) pelo gestor público e consultor na área de saúde Januario Montone. Em análise do cenário atual feita na reunião semanal do Espaço Democrático – a fundação para estudos e formação política do PSD –, Montone, que foi presidente da ANS e da Funasa, diretor da Anvisa e secretário municipal de Saúde de São Paulo na gestão de Gilberto Kassab, apontou que nove anos atrás o Brasil teve a notificação de 1.709.141 casos, enquanto em 2024, em apenas nove semanas, já são 920.427 casos prováveis, com 184 mortes confirmadas e outras 609 em investigação.
Historicamente, o pico do contágio acontece entre os meses de março e abril. Este ano, entre janeiro e fevereiro já temos mais casos. “Houve um crescimento atípico para janeiro”, diz Montone. “Se projetarmos esses números com base no perfil histórico de pico para os meses de março e abril poderemos chegar a quatro ou cinco milhões de casos”, afirmou. O especialista fez ainda uma outra projeção, usando como referência a menor taxa de letalidade dos últimos dez anos, de 0,049, registrada em 2016. De acordo com esses cálculos o Brasil poderia ter, se chegar aos quatro ou cinco milhões de casos, 2.200 mortes.
Os números mais recentes mostrados por ele revelam que a situação é bastante crítica, hoje, no Distrito Federal e nos Estados de Minas Gerais, Acre, Paraná, Espírito Santo, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo, que têm os mais altos coeficientes de incidência de casos prováveis.
Este é o terceiro ano consecutivo de surtos de dengue no Brasil. Em 2022 foram registrados 1.399.550 casos, com 1.056 mortes, e em 2023 foram 1.531.934 notificações, com 1.048 óbitos. Montone lembra que o número de casos de um ano é retrato de como foi a prevenção no ano anterior. “A dengue é endêmica no Brasil e se a prevenção de inverno de um ano não é bem feita, com o combate aos ovos do Aedes aegypti tanto pelo cidadão quanto pelo poder público, teremos muitos casos no ano seguinte”, diz. “O próximo inverno será a hora de cuidar para reduzir os casos do ano que vem, porque depois que o mosquito voa, tudo fica mais difícil”.
Sobrevivente
Montone define o Aedes aegypti como “um sobrevivente”, que se adaptou às condições do ambiente. “Hoje, por exemplo, já sabemos que os ovos podem evoluir também em água suja e não apenas em água limpa, como se acreditou durante muito tempo”, explica. “E o ciclo de vida dele tem diminuído: as larvas viram pupas, que se transformam em mosquitos entre cinco e dez dias”. O mosquito vive em média 45 dias e a fêmea, que é a vetora do vírus da dengue, pode colocar até 450 ovos.
Pesquisadores especulam que a dengue pode ter sido introduzida no Brasil com o tráfico de escravizados. Há registros da presença do Aedes aegypti no Brasil já no século 17. Ele também é o vetor dos vírus da zika, chikungunya e febre amarela urbana, que foi erradicada aqui em 1942.
Participaram da reunião semanal do Espaço Democrático, os economistas Roberto Macedo e Luiz Alberto Machado, os cientistas políticos Rubens Figueiredo e Rogério Schmitt, o superintendente da fundação, João Francisco Aprá, o sociólogo Tulio Kahn e os jornalistas Eduardo Mattos e Sérgio Rondino, coordenador de comunicação do Espaço Democrático.
Real, uma vacina feita com o próprio veneno
Luiz Alberto Machado usa uma definição do economista Gustavo Franco para falar sobre como o Plano Real, que completa 30 anos, acabou com a hiperinflação
Quase metade das espécies migratórias do mundo está em declínio
Relatório da ONU mostra, ainda, que cerca de um quinto das 1.189 espécies vigiadas corre risco de extinção
[caption id="attachment_37865" align="aligncenter" width="798"] A baleia, mamífero marinho migratório, exige atenção especial, segundo o relatório[/caption]
Texto Estação do Autor com DW/Folha de S.Paulo
Edição Scriptum
O primeiro relatório da ONU sobre espécies migratórias de animais selvagens, divulgado na segunda-feira (12), é alarmante. Quase metade das espécies migratórias do mundo está em risco. Mais de um quinto das 1.189 espécies vigiadas pela Organização das Nações Unidas está ameaçada de extinção.
Reportagem de Gudrun Heise para o site DW e publicada na Folha de S.Paulo (assinantes) revela dados do estudo apresentado numa conferência da Convenção sobre a Conservação das Espécies Migratórias de Animais Silvestres (CMS), realizada na cidade histórica de Samarcanda, no Uzbequistão.
Além de peixes, espécies migratórias selvagens incluem aves e morcegos, insetos, répteis e tartarugas marinhas. Mamíferos marinhos migratórios, como baleias e focas, assim como vários mamíferos terrestres, como antílopes e elefantes, também requerem proteção especial. Arnulf Köhncke, diretor de conservação de espécies do WWF da Alemanha, alerta para o avanço descontrolado rumo ao sexto evento de extinção em massa da história. Segundo ele, a natureza está numa crise profunda e sistêmica. Poluição ambiental, destruição do habitat, pesca excessiva e comércio ilegal de animais selvagens são apenas alguns dos impulsionadores da extinção de espécies.
As populações estão diminuindo para quase 44% das espécies listadas pela CMS, conhecida como Convenção de Bonn. A diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Inger Andersen, declara que práticas humanas não sustentáveis estão colocando em risco o futuro dessas espécies que desempenham papel crucial como indicadoras de mudanças ambientais. Além disso, são fundamentais para manter o funcionamento e a capacidade de resistência dos complexos ecossistemas do planeta. Andersen defende também que a comunidade global deve usar os novos conhecimentos científicos sobre a situação das espécies migratórias para implementar ação concretas de proteção.