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Taxonomy - Manchete secundária
Melhor país do mundo: Suíça lidera ranking de site americano
Brasil aparece na 30ª posição, mas lidera no quesito “aventura”, lugar ideal para “romper com o ritmo normal da vida cotidiana, reduzir o estresse, divertir-se e viajar”
[caption id="attachment_38744" align="aligncenter" width="560"] São levados em conta quesitos como qualidade de vida, influência cultural e ambiente empresarial que despertem o interesse de investidores e cidadãos comuns[/caption]
Texto Estação do Autor com DW
Edição Scriptum
O melhor país do mundo para se viver continua sendo a Suíça. A qualidade de vida e o espírito empresarial fizeram o país manter a liderança em ranking do site U.S. News & World Report pelo terceiro ano consecutivo. Elaborada em parceria com a Wharton School da Universidade da Pensilvânia, a pesquisa mostra a percepção global de 89 nações.
Reportagem publicada na DW aponta os critérios de avaliação do site americano para classificar os países de acordo com dez categorias. São levados em conta quesitos como qualidade de vida, influência cultural e ambiente empresarial que despertem o interesse de investidores e cidadãos comuns, entre outras questões.
Para David Reibstein, professor de marketing de Wharton, o ranking reflete como a percepção internacional de um país influencia a economia através do comércio, do turismo e da atração de investimento estrangeiro, alavancando o PIB.
Os 10 melhores países do mundo, segundo o ranking, são Suíça, Japão, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Suécia, Alemanha, Reino Unido, Nova Zelândia e Dinamarca.
O Japão subiu da sexta para a segunda posição, impulsionado principalmente pela educação, inovação e infraestrutura. Além disso, o país asiático é atraente por sua história, cultura, economia forte e boa reputação em corrupção e burocracia. Os EUA se destacam pelo ambiente favorável aos negócios e influência cultural e política, enquanto o Canadá é reconhecido por critérios éticos, como o compromisso com o meio ambiente, a justiça social e sistemas públicos de qualidade.
As nações europeias lideram em qualidade de vida, com a Dinamarca à frente, seguida por Suécia, Suíça e Noruega. Alemanha é percebida como ideal para empreender, com força de trabalho qualificada e boa infraestrutura.
Já o Brasil surge na 30ª posição do ranking geral, mas lidera no quesito "aventura", sendo um lugar ideal para, nas palavras do site americano, romper com o ritmo normal da vida cotidiana, reduzir o estresse, divertir-se e viajar. O país foi menos lembrado nas categorias "aberto a negócios" e "empreendedorismo".
As flutuações nas posições de alguns países mostram como os acontecimentos mundiais fazem as percepções mudarem rapidamente. A China, segunda maior economia do mundo, galgou quatro posições e ficou em 16º lugar. Já a Ucrânia perdeu 12 posições desde a invasão russa e caiu para o 80º lugar.
Terremotos
José Paulo Cavalcanti Filho comenta o recente terremoto em Lisboa e relembra outros abalos que a capital portuguesa já sofreu
José Paulo Cavalcanti Filho, jurista e escritor, membro da Academia Brasileira de Letras Edição Scriptum Faz pouco, houve mais um terremoto (os da terra dizem terramoto) na região de Sines, em Portugal ‒ com 5.3 graus na Escala Richter, às 5h11, sentido sobretudo nas regiões de Setúbal e Lisboa. Sem vítimas ou maiores consequências, ainda bem. Voltemos ao passado. Primeiro terremoto de grande magnitude, no país, ocorreu em 1531. Logo tido, pelo povo, como culpa do criptojudaísmo ‒ judeus que praticavam sua fé em segredo, para evitar perseguições religiosas. Naquele tempo tentava o país, junto à Santa Fé, implantar sua Inquisição ‒ então já existente, com muita presença, na vizinha Espanha. E, nesse mesmo ano, decaíra o prestígio do Escrivão da Puridade (equivalente ao que hoje seria um primeiro-ministro), D. Miguel da Silva, bispo cortesão contrário à Inquisição. Tudo contribuindo para uma perseguição cada vez mais forte aos cristãos-novos. E assim foi até que assumiu Clemente VII, florentino conhecido como O mais infeliz dos papas (o mesmo que encomendou a Michelangelo, para a Capela Sistina, o magnífico Juízo Final). Foi ele quem, finalmente, autorizou a fundação do Santo Ofício em Portugal (já incluindo, no país, o nascente Brasil) com a bula Cum ad nihil magis, publicada em 22/10/1536. Logo nomeado, como inquisidor-mor, o frei Diogo da Silva, bispo ceuta e confessor do rei D. João III. Depois veio o maior terremoto até hoje ocorrido naquelas paragens, em 1º de novembro de 1755, dia de Todos os Santos. Pouco depois das 9h30 da manhã. Violentíssimo e inusualmente longo. Em vez de um ou dois minutos como nos anteriores, esse tremor perdurou por mais de sete minutos, em alguns locais sendo sentido por duas horas e meia. Fosse pouco, Lisboa também sofreu no mesmo dia com um maremoto que começou meia hora depois, nas costas marroquinas, com ondas de 30 metros de altura. Ao chegar a Lisboa, tendo ainda cerca de seis metros. Joaquim José Moreira de Mendonça (História universal dos terremotos) definiu a cena como um “espanto das águas”. E, em sequência, penou ainda com os muitos incêndios que consumiram tudo que restou do centro da capital por conta dos fogões acesos nas casas como de lustres, candelabros e archotes (madeiras com extremidades inflamáveis) nos interiores das igrejas. Um fogo que durou, pelo menos, cinco dias. Alcançando, inclusive, a Livraria de Sua Majestade com os muitos manuscritos que tinha, originais antigos e pinturas de Corregio, Rubens e Ticiano; a recém construída Casa da Ópera; ou o Hospital Real de Todos os Santos, onde centenas de pacientes morreram queimados. Como se Deus não se importasse com a cidade, poupando a rua dos bordéis enquanto destruía dezenas de templos religiosos erguidos em seu louvor. Tudo numa cidade decididamente cristã, governada por D. José I de Portugal e Algarves, um monarca fidelíssimo à Divina Providência. Depois desses merecem registros um, em 1969, com 8 graus na Escala Richter; e outro, em 2007, com 5,8. Mas ninguém pode garantir que pare por aí, num país oscilando sobre duas grandes placas tectônicas ainda muito ativas, a da “África” e a da “Eurásia” ‒ mais conhecida como “Fratura Açores-Gibraltar”. Já no Brasil, e felizmente, (quase) não temos problemas nessa área. Aqui, em Pernambuco, só pequenos tremores; sentidos, sobretudo, no entorno do país de Caruaru, decorrentes de sismos, sem maior importância, ocorridos no Rio Grande do Norte. Ainda bem. Por aqui, único risco real de terremotos acontece apenas quando o ministro Alexandre de Moraes abre a boca. Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
Card link Another linkMetade das crianças refugiadas no mundo está fora da escola
Segundo estudo da ONU, só com a invasão da Ucrânia pela Rússia, cerca de 600 mil menores que deixaram o país não têm acesso ao estudo formal
[caption id="attachment_38734" align="aligncenter" width="560"] Com o aumento crescente no número de refugiados ao redor do mundo, a situação tende a piorar.[/caption]
Texto Estação do Autor com O Globo
Edição Scriptum
Deslocados à força de seus países, a cada ano mais de 7 milhões de menores ficam fora das salas de aula. Relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) divulgado recentemente, a partir de dados de 65 países, indica que metade das 14,8 milhões de crianças refugiadas ao redor do mundo não tem a chance de acessar o estudo formal.
Reportagem de Emanuelle Bordallo para o jornal O Globo mostra que, segundo o estudo, a educação de toda uma geração está em risco por conta do alto índice de evasão escolar. O Acnur aponta que entre outras questões que agravam o problema está a falta de políticas públicas inclusivas que vençam barreiras linguísticas.
A invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, provocou o maior fluxo migratório na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. O Acnur estima que, de 1,3 milhão de menores ucranianos que deixaram o país para fugir da guerra, 600 mil estão fora da escola, dependendo de métodos informais de ensino. O relatório alerta que a crise de refugiados ucranianos está gerando um impacto negativo prolongado na educação, comprometendo a aprendizagem e o futuro de crianças já expostas à vulnerabilidade.
Com o aumento crescente no número de refugiados ao redor do mundo, a situação tende a piorar. Em 2023, havia 117 milhões, segundo o Acnur. Até abril deste ano, a agência estima que em mais de 120 milhões, sendo 31,6 milhões de refugiados, entre eles, 7,2 milhões de jovens sem acesso à educação.
De acordo com o relatório, grande parte desses jovens sem acesso ao sistema educacional dependem exclusivamente de métodos informais de ensino, remotos e digitais, que perdem na eficiência e na socialização se comparado ao ensino regular. Para Filippo Grandi, Alto Comissário da ONU para Refugiados, “a educação pode salvar vidas", além de abrir portas para o mercado de trabalho e permitir que refugiados sustentem suas famílias.
Em média, 3 mil brasileiros morrem por ano à espera de transplante de órgãos
A discordância familiar é uma das principais razões para a não doação de órgãos no País, agravada pela falta de preparo das equipes médicas
[caption id="attachment_38724" align="aligncenter" width="560"] No primeiro semestre deste ano, foram 1.793 mortes, incluindo 46 crianças.[/caption]
Texto Estação do Autor com Folha de S.Paulo
Edição Scriptum
Ainda que seja um dos líderes mundiais em transplantes, o Brasil enfrenta altas taxas de recusa e outros obstáculos para a doação de órgãos. São cerca de 3.000 mortes anuais de pessoas que aguardam por esse procedimento. No primeiro semestre deste ano, foram 1.793 mortes, incluindo 46 crianças. A discordância familiar é uma das principais razões para a não doação de órgãos no País agravada pela falta de preparo das equipes médicas.
Reportagem de Cláudia Collucci para a Folha de S.Paulo (assinantes) informa que em 2023 o Brasil realizou apenas um quarto dos transplantes cardíacos necessários. Isso significa que 138 pacientes morreram enquanto esperavam por um coração novo.
De janeiro a junho, foram feitos 4.579 transplantes, 8.260 de córnea e 1.613 de medula óssea. Até junho, 64.265 adultos e 1.284 crianças estavam na lista de espera do Sistema Nacional de Transplantes, segundo dados da ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos).
Para Rafael Paim, presidente da Adote (Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos), fatores envolvidos na recusa familiar poderiam ser evitados com algumas medidas entre elas reduzir a demora na liberação do corpo. Segundo ele, alguns centros de transplante fazem acordos com os familiares dando garantias de que o corpo será liberado em até 24 horas. Caso contrário, eles podem voltar atrás no processo de doação.
O médico Valter Garcia, da Santa Casa de Porto Alegre (RS) e um dos fundadores da ABTO, entende que a decisão é dramática para as famílias. Questões como percepções negativas sobre o processo e o atendimento no hospital influenciam a decisão. O treino adequado da equipe médica é essencial para garantir uma abordagem positiva.
Existem ainda outros fatores que prejudicam o número de transplantes no País, como a detecção da morte encefálica. A taxa no Brasil está entre 100 e 110 dessas mortes por milhão de população. A meta é que, em seis anos, o País atinja 77 mortes por milhão.
Uma iniciativa para tentar agilizar as doações é a Aedo (Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos), lançada em abril. Em três meses de funcionamento, mais de 7.000 pessoas se inscreveram como doadoras. Porém, 55% delas não havia concluído o registro até julho.
A falta de estrutura dos hospitais para atender as regras do CFM (Conselho Federal de Medicina) na determinação de morte encefálica é um dos entraves que levam à subnotificação dos casos, afirma Garcia. Por exemplo, é preciso ter dois especialistas, com experiência e capacitação específica, e acesso a exames de imagens, como o doppler, e profissionais treinados para interpretá-los.