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Taxonomy - Manchete secundária
População negra é maior vítima do consumo de álcool no País
Publicação ‘Álcool e a Saúde dos Brasileiros’ mostra ainda que impacto é maior para a população feminina
[caption id="attachment_38686" align="aligncenter" width="560"] Em 2022, a população negra apresentou 10,4 mortes totalmente atribuíveis ao álcool por 100 mil habitantes; para as pessoas brancas, a taxa foi de 7,9[/caption]
Texto Estação do Autor com Agência Brasil
Edição Scriptum
O alcoolismo afeta mais negros do que brancos no Brasil. Esse é um dos temas em destaque da publicação Álcool e a Saúde dos Brasileiros: Panorama 2024, lançada nesta sexta-feira (30) pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa).Segundo a pesquisa, a população negra é a mais atingida pelas mortes atribuídas ao uso de álcool. Arthur Guerra, psiquiatra e presidente do Cisa, explica que ao analisar os dados de mortes por uso de álcool no País, verifica-se que os impactos do uso nocivo dessa substância são desiguais para brancos, pretos e pardos, especialmente na população feminina.
Reportagem de Douglas Corrêa para a Agência Brasil destaca a análise inédita que indica que, em 2022, a população negra apresentou 10,4 mortes totalmente atribuíveis ao álcool por 100 mil habitantes. Para as pessoas brancas a taxa foi de 7,9, ou seja cerca de 30% menor. Entre as mulheres, a diferença é ainda mais significativa. A taxa desses óbitos entre pretas e pardas é de 2,2 e 3,2, respectivamente, e entre brancas 1,4.
Para a doutora em sociologia e coordenadora do Cisa, Mariana Thibes, uma das razões é a desigualdade racial histórica no país. “Pessoas pretas encontram-se em situação de maior vulnerabilidade social por diversos fatores, sobretudo o racismo e a pobreza, que dificultam o acesso a uma vida digna, de modo geral, impactando, por exemplo, o acesso a serviços de saúde de qualidade, que são fundamentais para tratar transtornos por uso de álcool”, declara Thibes.
Estudos internacionais identificam a discriminação racial como potencial estressor, o que contribui para o surgimento de problemas físicos e emocionais, bem como comportamentos de risco associados ao consumo de álcool. Porém, é preciso alertar que isso não equivale dizer que os negros praticam mais o consumo abusivo, mas sim que, ao se depararem com o problema, as chances de obter tratamento de qualidade são menores.
No caso das mulheres, mais um dado chama a atenção: 72% dos óbitos por transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool ocorrem entre pretas e pardas. Para jovens adultos, as principais consequências estão associadas a comportamentos de risco, como acidente de trânsito e violência. Já as pessoas mais velhas são mais impactadas por doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares.
Mariana Thibes acrescenta ao problema o estigma histórico no Brasil, de que a população negra consome mais bebidas alcoólicas e tem uma relação mais abusiva com o álcool, o que não procede. Isso contribui para que essas pessoas evitem procurar ajuda quando precisam.
Diante desse cenário, é importante aumentar a conscientização sobre o abuso de álcool e seus impactos na saúde da população preta e parda, bem como promover a inclusão e a diversidade nos serviços de saúde mental para garantir que todos tenham acesso igualitário a cuidados de qualidade.
Debate intelectual pelo identitarismo é desserviço ao País
Fascículo disponível para leitura on-line ou download traz a íntegra da entrevista do cientista político Carlos Sávio Gomes Teixeira
Redação Scriptum
Agressivo e vazio, identitarismo atrasa o País é o título da mais recente publicação da série Diálogos no Espaço Democrático, editada pela fundação de estudos e formação política do PSD e já disponível para leitura on-line ou download no site. A publicação traz a íntegra da entrevista concedida pelo cientista político Carlos Sávio Gomes Teixeira ao programa Diálogos no Espaço Democrático, em abril de 2024.
Carlos Sávio destacou, na conversa com os cientistas políticos Rogério Schmitt e Rubens Figueiredo, o sociólogo Tulio Kahn, a secretária nacional do PSD Mulher, Ivani Boscolo, e o jornalista Sérgio Rondino, âncora do programa de entrevistas, que o debate intelectual pelo identitarismo é um desserviço ao País, pois apesar de defender causas que têm valor, os militantes identitários deixam em segundo plano questões muito mais importantes, como a busca de um projeto nacional que estabeleça metas e modos para que o Brasil se torne uma nação mais justa, eficiente e moderna.
Segundo ele, o radicalismo e a agressividade dos defensores das questões de gênero e raça vêm “envenenando” as relações políticas e inclusive favorecendo a ascensão de líderes extremistas, especialmente de direita. Doutor em Ciência Política pela USP e professor associado do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal Fluminense, Carlos Sávio tem mestrado em Ciência Política pela USP (2004) e em Comunicação, Imagem e Informação pela UFF. Para ele, é falsa a ideia de que a maioria dos intelectuais e professores de universidades comungam as mesmas propostas e atitudes dos militantes das questões de gênero e raça. “A maior parte dos acadêmicos torce o nariz para o identitarismo, mas os militantes dessa causa são mais agressivos na tentativa de impor suas ideias, sempre muito falantes, gritantes, com certa sanha fascista. Assim, a maioria opta pelo silêncio, porque teme represálias”, diz.
Lego substituirá recursos fósseis na fabricação de peças por plástico renovável e reciclado
Iniciativa da empresa está incentivando outras indústrias do setor a adotarem o mesmo princípio
[caption id="attachment_38677" align="aligncenter" width="560"] Ideia é reduzir gradualmente o teor do óleo em seus tijolos pagando até 70% a mais pela resina renovável certificada[/caption]
Texto Estação do Autor com AgênciaReuters/CNN Brasil
Edição Scriptum
Nem só de brinquedos vive a Lego. A empresa que também produz tijolos plásticos exclusivos, anunciou nesta quarta-feira (28) que está a caminho de substituir os combustíveis fósseis usados na sua fabricação por plástico renovável e reciclado. A ideia é reduzir gradualmente o teor do óleo em seus tijolos pagando até 70% a mais pela resina renovável certificada, o plástico bruto usado para fabricar os tijolos. Um dos objetivos é também incentivar outras indústrias do setor a adotarem o mesmo princípio.
“Com uma família de proprietários comprometida com a sustentabilidade, é um privilégio podermos pagar mais pelas matérias-primas sem precisar cobrar mais dos clientes”, declarou o CEO Niels Christiansen ao repórter Jacob Gronholt-Pedersen, da Reuters, em matéria publicada no site da CNN Brasil.
Segundo Christiansen, a empresa está no caminho certo para garantir que mais da metade da resina necessária em 2026 seja certificada de acordo com o método de balanço de massa, uma forma auditável de rastrear materiais sustentáveis pela cadeia de suprimentos, ante 30% no primeiro semestre de 2024. A mudança ocorre em meio a um excedente de plástico virgem barato, impulsionado pelos investimentos de grandes empresas de petróleo em petroquímicos.
Os plásticos devem impulsionar a nova demanda por petróleo nas próximas décadas. Os fornecedores da Lego estão usando biorresíduos, como óleo de cozinha ou gordura residual da indústria alimentícia, bem como materiais reciclados para substituir combustíveis fósseis virgens na produção de plástico.
O incentivo da Lego parece estar dando resultados. A fabricante de brinquedos rival Hasbro começou a incluir materiais vegetais ou reciclados em alguns de seus produtos, mas sem estabelecer metas firmes sobre o uso de plástico. Já a também produtora de brinquedos Mattel planeja usar apenas plásticos reciclados, recicláveis ou de base biológica em todos os produtos até 2030.
Como dormir melhor e cair no sono mais rápido
Pesquisa do Datafolha revela que um terço da população enfrenta problemas de ansiedade, sono e alimentação
[caption id="attachment_38665" align="aligncenter" width="560"] Pesquisa do Datafolha revela que um terço da população enfrenta problemas de ansiedade, sono e alimentação.[/caption]
Texto Estação do Autor com Folha de S.Paulo
Edição Scriptum
A insônia afeta cada vez mais os brasileiros. Na internet, crescem as buscas por remédios e até orações para dormir melhor. As pesquisas por "muito sono" ou "excesso de sono" bateram recorde, em 2023, no Google Trends. As consultas mais frequentes são remédios para dormir que não precisam de receita, oração para dormir em paz com o Espírito Santo, como dormir rápido em um minuto e oração para dormir bem a noite toda.
Pesquisa do Datafolha revela que um terço da população enfrenta problemas de ansiedade, sono e alimentação. O levantamento, realizado entre 31 de julho e 7 de agosto de 2023, entrevistou 2.534 pessoas com 16 anos ou mais em 169 municípios, destacando a prevalência desses desafios na vida cotidiana dos brasileiros. Reportagem de Vitoria Pereira para a Folha de S.Paulo (assinantes) traz dicas e soluções para um sono mais longo e tranquilo.
Para Lucio Huebra, médico do núcleo de medicina do sono do Hospital Sírio-Libanês, é preciso desmistificar a ideia de que é possível deitar-se e dormir instantaneamente. Ainda que estejamos com sono, levamos de 20 a 30 minutos para adormecer depois de irmos para a cama. Segundo ele, para adormecer dentro desse período é importante entender o seu sono, como o horário preferencial para dormir, quantas horas de sono você precisa e manter hábitos saudáveis. Além disso, é essencial criar uma rotina pré-sono. Realizar atividades com pouca luz, longe da tecnologia e das redes sociais, que sejam relaxantes e prazerosas, como ler um livro, ouvir uma música suave ou um podcast são práticas indicadas por Huebra.
O Brasil vive hoje uma epidemia dos chamados "drogas Z", que incluem medicamentos para tratar a insônia, como zolpidem, zopiclona (ou eszopiclona) e zaleplona. A demanda por esses remédios tem aumentado, refletindo a busca por soluções para melhorar o sono. Em resposta a esse cenário, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, em maio deste ano, uma resolução que torna mais rígida a prescrição desses medicamentos.
Os remédios indutores do sono são geralmente indicados para insônia, especialmente quando se trata de insônia crônica. "Para considerar o uso de medicações, é necessário que a dificuldade para dormir ocorra com uma frequência mínima de três vezes por semana, por mais de três meses. Mesmo nesses casos, esses medicamentos são normalmente indicados para uso a curto prazo", explica Huebra.
Sobre a prática de oração, o especialista observa que, independentemente da crença ou fé, ela pode ter um efeito positivo, pois é um comportamento repetitivo e monótono que ajuda a reduzir pensamentos disfuncionais, como preocupações com compromissos futuros ou a dificuldade de adormecer.