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Cientista do Paraná recebe o Nobel da Agricultura

Mariangela Hungria foi a vencedora do World Food Prize 2025, conhecido como o Nobel da Agricultura

[caption id="attachment_130093" align="aligncenter" width="560"] Mariangela Hungria diz que seu trabalho é buscar "uma agricultura mais sustentável, usando os biológicos em substituição parcial ou total dos insumos químicos".[/caption]   Edição Scriptum com Agência Estadual de Notícias   A engenheira agrônoma e pesquisadora da Fundação Araucária, Mariangela Hungria, foi anunciada na terça-feira (12) como a vencedora do Prêmio Mundial da Alimentação de 2025, o World Food Prize. Conhecido como o Nobel da Agricultura, o prêmio é uma valorização aos estudos da microbiologista no desenvolvimento de dezenas de tratamentos biológicos de sementes e de solos, que ajudam a planta a obter nutrientes por meio de bactérias do solo. “Eu estou muito emocionada em receber esse prêmio, porque eu jamais imaginaria, fazendo um trabalho no Interior do Brasil, lutando com todas as dificuldades que a gente tem, achava muito improvável que isso acontecesse”, comentou a pesquisadora. Ela explica que seu trabalho é buscar “uma agricultura mais sustentável, usando os biológicos em substituição parcial ou total dos insumos químicos”. Para o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig, o anúncio do prêmio Mundial de Alimentação é um importante reconhecimento à pesquisadora e uma conquista para o Paraná e para o Brasil. “Nós tivemos pouquíssimos brasileiros vencedores desse importante prêmio, que foi criado para premiar pessoas que realmente trabalham no efetivo aumento da produção de alimentos. Mariangela Hungria está de parabéns, o Paraná está de parabéns, o Brasil está de parabéns. Esperamos contar sempre com apoio dos recursos financeiros necessários para continuar desenvolvendo a ciência brasileira”, disse. Apoio à ciência Professora da Universidade Estadual de Londrina (UEL) nos cursos de pós-graduação em Microbiologia e Biotecnologia e na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) do curso de Bioinformática, a cientista tem desenvolvido importantes estudos no Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) Taxonline. Iniciativa da Fundação Araucária, o arranjo de pesquisa conta com vários projetos envolvendo as coleções biológicas, base para qualquer estudo em biodiversidade e aplicação biotecnológica. A Fundação Araucária é apoiada pela gestão do governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), que desde o início de seu primeiro mandato, em 2019, vem reforçando investimentos na pesquisa científica, como forma de estimular a inovação e o desenvolvimento do Estado. No final de 2024, por exemplo, o Governo do Estado anunciou investimento de R$ 30 milhões no Programa Institucional de Pesquisa Universal (Básica e Aplicada), por meio da Fundação Araucária, com o objetivo de apoiar financeiramente projetos de pesquisa que visem contribuir para o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação do Paraná, além de impulsionar a consolidação de redes e núcleos de pesquisa. Prêmio O anúncio do Prêmio Mundial de Alimentação foi feito no Estado de Iowa, Estados Unidos, na sede da Fundação World Food Prize, criada por Norman Bourlaug, pai da Revolução Verde e Prêmio Nobel da Paz em 1970. É para esse Estado que 100 estudantes do Paraná vão viajar no segundo semestre para um intercâmbio dentro do Ganhando o Mundo Agrícola, promovido pela gestão de Ratinho Junior para expansão do aprendizado na rede estadual. Mariangela receberá o prêmio em 23 de outubro deste ano. Em 2006, os agrônomos brasileiros Edson Lobato e Alysson Paulinelli dividiram o prêmio com o colega estadunidense A. Colin McClung, pelo trabalho no desenvolvimento da agricultura na região do cerrado.

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A arte de conversar

José Paulo Cavalcanti declara a sua paixão pelas prosas com os amigos: “Aprendi muito, sobretudo vendo a vida por outros olhos, mais serenos e tranquilos, compreendendo a beleza que se pode ver na natureza, nas obras dos homens, nos gestos”

José Paulo Cavalcanti Filho, jurista e escritor, membro da Academia Brasileira de  Letras Edição Scriptum Os homens, no começo, comunicavam-se por gestos. Ou símbolos. Até hoje, ao menos alguns gênios. Como Rubem Braga, que era de Cachoeira de Itapemirim, a terra de Roberto Carlos. E, todas as madrugadas, falava com Millôr Fernandes (os apartamentos eram próximos) mexendo os braços, como aprenderam na marinha. Millôr começava ‒ B/o/m/ d/i/a/. E Rubem, exagerando como sempre, ‒ B/o/m/ d/i//a m/e/u/ c/a/r/o/ c/o/l/e/g/a/ d/e/ p/r/a/ç/a/s/ e/ d/e/ m/a/d/r/u/g/a/d/a/s. Saudades dos amigos queridos. Só que esse tipo de comunicação logo foi substituído pelas palavras. Também aqui havendo problemas, com relação às distâncias, que a voz ia só até onde o ouvido pudesse escutar. Cito um caso. Emilio Menezes, na Academia Brasileira de Letras, odiava o confrade Oliveira Lima ‒ por Gilberto Freyre definido como Quixote Gordo. Quando estava no Rio, não era sempre, Oliveira e sua mulher, Flora, todas as tardes saiam de braços dados para caminhar em Copacabana. Emílio ficava na esquina do edifício e, quando passavam, dizia com altura de voz suficiente para que Oliveira, pobre dele, pudesse ouvir ‒ Aí vão a Flora e a Fauna da literatura brasileira. Com o tempo, essa comunicação foi mudando. E conversas, entre pessoas próximas, passaram a se dar também por formas diferenciadas. Seguem três exemplos, em conversas de que participei com outros amigos, todos especiais na minha vida. E, com cada um deles, aprendi muito. Sobretudo vendo a vida por outros olhos, mais serenos e tranquilos, compreendendo a beleza que se pode ver na natureza, nas obras dos homens, nos gestos. Grandes personagens. O primeiro foi Noberto Bobbio, de Turim (Itália), para Luigi Ferrajoli (L’itinenario di NB: della teoria generale del diritto alla teoria dela democrazia) “maior filósofo teórico do Direito e maior filósofo da política”. Fui seu primeiro tradutor, no Brasil (texto inicial, Diritto e Forza). Nossas conversas ocorreram sempre via cartas; hoje, diria Pessoa, em “tintas remotas e desbotadas” (Álvaro de Campos, O esplendor dos mapas). Até cheguei a convidá-lo para vir ao Recife. Respondeu de maneira curiosa, dizendo não, preferia ficar em casa, “que já começo a sentir as primeiras mordidas da velhice”. Apesar disso viveu bem e só nos deixou em 2004, com 94 anos. O segundo foi Carlos Drummond de Andrade, a partir de 1985, dois anos antes do seu fim. A relação começou quando, na Capitania dos Portos, registrei o nome de um pequeno barco a vela que tinha usando verso de seu Poema das sete faces (aquele do “Mundo, mundo, vasto mundo/ Se eu me chamasse Raimundo/ Seria uma rima, não uma solução”), que era “Mais vasto é o meu coração”. E mandei foto dele ao mar, navegando. Respondeu com bilhete, que até hoje guardo, “Meu verso num barco ‒ haverá maior prêmio para um poeta?” A partir daí, conversávamos com frequência às noites. Por telefone. Andava já longe dos tempos em que se divertia falsificando a assinatura do ministro da Educação, seu chefe Gustavo Capanema, em bilhetes que enviava para os amigos. Estava, desde a morte da filha única Julieta (câncer), já desencantado com a vida. Por vezes repetia frase que antes escrevera, “do meu passado só restam mortos” (Claro Enigma). Não durou muito depois de se sentir sozinho e nos disse adeus em 1987. O terceiro foi o uruguaio Eduardo Galeano. Nossas conversas se deram sempre a partir de e-mails em que se assinava HUGALE ‒ uma espécie de heterônimo a partir do nome, eduardo HUGhes GALEano. Das definições que costumava lembrar me encantou uma que citava sempre, do amigo Fernando Birri, sobre a utopia: “A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos e se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais o alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar”. Estávamos acertando uma vinda sua à praia da Lagoa Azul, para provar do mar de Pernambuco, quando começou a sofrer com um câncer injusto. Ao encerrar conhecido poema (O direito de sonhar), escreveu que “Neste mundo.../ Seremos capazes de viver cada dia como se fosse o primeiro/ E cada noite como se fosse a última”. E assim se deu, pena, sua última noite ocorreu em 2015. Só que, hoje, tudo vai sendo substituído pela internet. Que ela é quase Deus; por ter, como ele, os dons da ubiquidade, da onisciência e da onipotência. Sem contar que, depois da Inteligência Artificial, as coisas vão ficando ainda pior. E já pressinto aquele dia inevitável em que vai aparecer, na telinha do computador, um cidadão que tenha como endereço eletrônico otodopoderoso@céu.com, em mensagem dizendo ‒ Bons dias, amigo José Paulo, estou à sua espera para jantar. Se assim for, e quando for, estou preparado para responder ‒ Não posso, escusas, que vou encontrar com um neto. Para, espero, ele responder ‒ Lamento não ter tido um, fiquei só com o Filho, pena para mim. Considerando suas palavras, então, vamos deixar nosso encontro para o próximo ano. Graças. Adeus. Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

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Brasil aprova plano que promete transformar modelo produtivo

PLANEC pode colocar o Brasil em posição de liderança na América Latina, oferecendo a oportunidade de reposicionar a economia brasileira

[caption id="attachment_39739" align="aligncenter" width="1000"] Pedro Prata: "Plano cria base concreta de atuação, com medidas práticas que podem destravar investimentos e criar um ambiente mais favorável à inovação"[/caption] Texto Estação do Autor com Um Só Planeta /Globo Edição Scriptum O Governo Federal aprovou nesta quinta-feira (8), o Plano Nacional de Economia Circular (PLANEC), marco que promete redefinir o modelo de produção e consumo no Brasil. Previsto para publicação no primeiro semestre de 2025, integra a Estratégia Nacional de Economia Circular (ENEC), compromisso do País com sustentabilidade e inovação econômica. O plano busca impulsionar a transição para a economia circular em diversos setores da economia brasileira. Nele são priorizados modelos de negócios que eliminem resíduos e poluição, mantenham produtos e materiais em uso e regenerem sistemas naturais. Em entrevista exclusiva concedida à Ívina Garcia para o site Um Só Planeta (assinantes), Pedro Prata, gerente sênior de Políticas e Instituições para a América Latina na Fundação Ellen MacArthur, celebrou a aprovação do plano e destacou o potencial transformador da iniciativa. “O PLANEC é um divisor de águas. Ele cria uma base concreta de atuação, com medidas práticas e mensuráveis que podem destravar investimentos e criar um ambiente mais favorável à inovação circular no País”, disse. A economia circular vem sendo debatida globalmente como uma alternativa ao modelo linear de produção baseado em extrair, produzir, consumir e descartar. Segundo Prata, a adesão brasileira a essa estratégia não representa apenas um avanço ambiental, mas também uma oportunidade econômica. Para ele o PLANEC é capaz de colocar o Brasil em posição de liderança na América Latina, oferecendo a oportunidade de reposicionar a economia brasileira frente aos desafios do século 21, promovendo um crescimento econômico dissociado do uso intensivo de recursos naturais. Com a aprovação, o desafio agora é colocar a iniciativa em prática. Pedro Prata vê com bons olhos o fato de o texto já indicar instrumentos financeiros, diretrizes de capacitação e mecanismos de monitoramento. O plano pode destravar crédito, abrir caminhos para o redesenho de produtos e processos e estimular a capacitação da força de trabalho para a economia circular, conclui.

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Substituição de planos individuais por coletivos dificulta acesso aos serviços de saúde privada

Audiência convocada pelo senador Nelsinho Trad, do PSD-MS, reuniu especialistas para discutir os planos

[caption id="attachment_129981" align="aligncenter" width="578"] Nelsinho Trad anunciou que novas reuniões serão convocadas para discutir o tema[/caption] Edição Scriptum com Agência Senado Em debate promovido no Senado, a seu pedido, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), que é médico, afirmou que a atuação da ANS e as práticas das operadoras têm gerado preocupação entre parlamentares, pacientes e entidades da sociedade civil. Ele criticou o avanço da substituição dos planos individuais por coletivos, o que, segundo ele, tem dificultado o acesso de brasileiros aos serviços de saúde privada. O tema foi discutido em audiência pública pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) na quinta-feira (8). No debate, foi questionada a atuação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em relação aos casos de cancelamento unilateral de planos de saúde. Representantes do Ministério Público e do Ministério da Justiça apontaram falhas na regulação do setor. Por sua vez, a ANS explicou que tem estudado providências. Para Nelsinho Trad, “o tema mexe diretamente com a vida do povo brasileiro. Crianças autistas, pacientes com doenças raras, muita gente que precisa muito dos planos de saúde, estão sendo desligados sumariamente”, disse o parlamentar sul mato grossense, que questionou: “O que queremos saber é: a ANS está fiscalizando como deve?”. O subprocurador-geral da República Nicolao Dino disse que, desde junho de 2024, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão tem apurado a rescisão abrupta de contratos e a atuação da ANS no setor. Segundo relatou, só entre 2022 e 2024, a agência registrou mais de 36 mil reclamações sobre negativa de atendimento a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Além disso, dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontam que, apenas no primeiro semestre de 2024, mais de 160 mil novos processos judiciais sobre saúde suplementar foram registrados. “São dados que revelam disfuncionalidade na regulação do setor. Se a ANS não cumpre sua missão regulatória de forma satisfatória, o Congresso deve fixar regras mais claras”, advertiu. Insuficiências O diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça, Vitor Hugo do Amaral Ferreira, informou que 15 operadoras foram notificadas em processo de monitoramento de mercado nos últimos dois anos. De acordo com ele, foram identificadas insuficiências na transparência das informações prestadas aos consumidores e nas comunicações sobre cancelamentos unilaterais. Diante disso, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) determinou a abertura de processo administrativo sancionador e instaurou grupo de trabalho com as empresas. “Encontramos possível violação ao Código de Defesa do Consumidor e à própria legislação setorial. As ações da Senacon seguem agora com cronograma de medidas pactuadas com as operadoras”, disse. Em defesa das operadoras, o superintendente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Cesar Sergio Cardim Junior, negou que haja cancelamentos em massa e argumentou que as rescisões seguem as regras contratuais e são exceção, não regra. Ele também destacou que o índice de reclamações registrado é proporcionalmente baixo diante do volume de procedimentos realizados anualmente. “O maior interesse das operadoras é reter clientes, não perder. Toda rescisão segue critérios legais e não se baseia em seleção de risco”, afirmou. Discriminação Um dos representantes da ANS na audiência foi o diretor adjunto de Normas e Habilitação dos Produtos, Rafael Pedreira Vinhas. Ele reforçou que a legislação e as normas da agência proíbem práticas discriminatórias ou exclusão por condição de saúde. Vinhas também anunciou que a ANS tem discutido novas regras para aprimorar a regulação das rescisões contratuais nos planos coletivos, como a obrigatoriedade de que ocorram apenas na data de aniversário dos contratos, com justificativa e antecedência mínima. “O aprimoramento está em curso e esperamos concluir as discussões para garantir maior proteção ao consumidor”, garantiu. No encerramento das exposições, o diretor executivo da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Marcos Novais, defendeu que o setor oferece acesso amplo e de qualidade, mas reconheceu a necessidade de aprimoramentos regulatórios. Ele alertou, no entanto, para a sustentabilidade do modelo. “O desejo da população é ter plano de saúde, mas o setor precisa ser viável. Precisamos de regras que ampliem o acesso, não que dificultem”, afirmou. Projetos Há diversos projetos de lei em tramitação no Senado sobre novas regras para o funcionamento dos planos de saúde. Alguns exemplos são:

  • PL 1.174/2024, que obriga as empresas do setor a oferecerem planos de saúde individuais
  • PL 2.415/2024, que estende aos planos de saúde coletivos as regras dos planos individuais e familiares
  • PL 3.264/2024, que proíbe o cancelamento unilateral do plano durante tratamentos contínuos
Ao final da audiência, Nelsinho Trad informou que novas reuniões serão convocadas para dar continuidade ao debate.

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