Pesquisar
Taxonomy - Manchete secundária
Cientistas revelam o mundo oculto sob o gelo da Antártida: rios correm para cima
Abaixo do gelo com um quilômetro de espessura há uma paisagem de montanhas e vales íngremes, atravessada por rios sinuosos
[caption id="attachment_39629" align="aligncenter" width="560"] Esses rios obedecem não apenas à gravidade, mas também à pressão de esmagamento do gelo sobre a superfície[/caption]
Texto Estação do Autor com National Geographic Brasil
Edição Scriptum
Embaixo da camada de gelo da Antártida existe um universo surpreendente. Ainda que essa camada gelada do continente se eleve mais de 4 mil metros acima do nível do mar perto de seu centro, as encostas dessa cúpula são imperceptíveis ao olho humano. Abaixo desse gelo de um quilômetro de espessura há uma paisagem de montanhas e vales íngremes, atravessada por rios sinuosos. Esses rios ocultos podem desempenhar um papel decisivo na forma como a camada de gelo responde a um calor sem precedentes.
Reportagem de Douglas Fox para National Geographic Brasil revela detalhes do estudo publicado na revista científica Nature Communications. Foram 20 anos de trabalho para mapear o continente oculto sob as camadas de gelo da Antártida.
A previsão dos cientistas é que, à medida que o manto de gelo derreter e afinar nas próximas décadas, esses rios ocultos crescerão, saltarão suas margens e mudarão para novos caminhos de fluxo, o que pode desestabilizar as grandes geleiras costeiras que controlam a taxa de elevação do nível do mar.
Christine Dow, hidróloga glacial da Universidade de Waterloo, no Canadá, cuja equipe foi coautora do novo estudo, alerta que as mudanças são drásticas e que esses rios em evolução podem fazer com que as geleiras derretam e deslizem mais rapidamente para o oceano. “Estamos subestimando a velocidade com que as coisas vão mudar e a quantidade de perda de gelo que ocorrerá nos próximos 80 anos”, explica ela.
Nas últimas décadas, aviões cruzaram a Antártida usando radares de penetração no gelo e medições precisas da gravidade e dos campos magnéticos. As pesquisas encontraram cadeias de montanhas com quilômetros de altura, vales amplos e cânions profundos. O radar também revelou os reflexos planos e brilhantes de várias centenas de lagos subglaciais abaixo. Esses lagos são alimentados pela água que derrete lentamente da base da camada de gelo.
Os cientistas também perceberam que os rios subglaciais frequentemente fluem para dentro ou para fora dos lagos. Esses rios obedecem não apenas à gravidade, mas também à pressão de esmagamento do gelo sobre a superfície, segundo Anna-Mireilla Hayden, estudante de doutorado em hidrologia glacial que faz parte da equipe. “A água pode, de fato, fluir para cima”, de locais onde o gelo é espesso e a pressão é alta para outros onde o gelo é mais fino e a pressão é mais baixa”, diz.
De acordo com Jamin Greenbaum, geofísico glacial do Scripps Institution of Oceanography, em San Diego, EUA, “provavelmente, estamos subestimando enormemente a quantidade de água lá embaixo”.
Card link Another link20 notícias de Portugal
Os tuk-tuks turísticos foram banidos no cento de Lisboa; esta é uma das histórias que José Paulo Cavalcanti Filho conta sobre a capital portuguesa
José Paulo Cavalcanti Filho, jurista e escritor, membro da Academia Brasileira de Letras
Edição Scriptum
Lisboa. Algumas notícias colhidas por aqui.
- Salário mínimo da função pública em Portugal é, hoje, de 875 euros. Mais de 6 mil reais. Os brasileiros, ao saber disso, vão chorar.
- Desde 1 deste mês os tuk-tuks dos turistas estão banidos das 337 ruas que compõem o Centro Turístico de Lisboa. Confusão grande.
- Nas Assembleias Municipais (nossas Câmaras de Vereadores), mulheres são apenas 31,2%, sem se conseguir aumentar esse número. No Brasil não é muito diferente.
- A empresa Pinker, que opera uma espécie de Uber próprio, definiu que só terá motoristas e passageiros mulheres. Ocorre que o Instituto de Mobilidade dos Transportes (IMT) recusou licença, necessária para começar a operar, por considerar que o privilégio fere a regra constitucional da igualdade dos sexos. E agora?
- Manchete doDiário de Notíciasprecisa ser explicada: “Carteiristas duplicam no Porto e em Lisboa”. É que ditos “carteiristas” são nossos bem conhecidos assaltantes de celulares e batedores de carteiras, nas ruas.
- O Hospital D. Estefânia foi condenado pelo Tribunal Administrativo de Lisboa a pagar 1,4 milhão de euros (10 milhões de reais) por negligência em parto, pela qual a criança acabou com “paralisia cerebral profunda”. Movida essa ação em 2011, só agora teve sentença. Também na terrinha o Judiciário é lento.
- Dois terços das vagas para médicos de família não foram preenchidos no último concurso. E quatro enfermeiros pedem, por dia, licença para emigrar. Um mercado de trabalho aberto, para brasileiros.
- Cada trabalhador do Serviço Nacional de Saúde (SNS), em Portugal, tem em média 30 dias de falta, por ano.
- Fátima Fernandes (52 anos) doou seu rim à filha, Carla Fernandes, no hospital Curry Cabral (em Lisboa). Ficou famosa declaração da filha, ao jornal Público, “Foi a segunda vez que minha mãe me deu a vida”.
- Nos Boletins de Saúde Infantil, sai o amarelo, uma novidade faz pouco introduzida para atender movimentos que são contra a discriminação de sexo; voltando, como regra, as cores tradicionais ‒ azul e rosa.
- Novidade aqui é o “Trisraw”, bicicleta com três rodas e um sofá na frente. Ciclistas voluntários põem nele doentes, físicos e mentais, e saem a passear pela cidade nos fins de semana. Velhos também. Importante por ser, Portugal, o país da comunidade europeia com maior número de idosos, dois deles para um jovem. As fotos, com alegria visível no rosto dos conduzidos, são comoventes.
- Experiência que faz muito sucesso, na França, acaba de ser implantada com força em Portugal. Velhos agora podem vender suas casas e continuar a morar nelas. Com o instituto do usufruto. O valor de venda é menor que o real, mas em troca o cidadão tem grana à disposição. Para usar ou doar a um filho. E viver bem, onde sempre viveu, sem ter que mudar. Se morrer logo, é lucro para o investidor. Ao contrário, se sobreviver muito, grande vantagem para ele.
- O partido Chega propôs reduzir o número de Deputados (Portugal não tem Senado), na Assembleia da República, para o mínimo constitucional de 100. Curioso é que, apesar desse número, a Assembleia tem hoje 230 deputados. Como pode? Apesar de perguntar a muitos professores e jornalistas, aqui, ninguém até agora conseguiu explicar a razão.
- Empresas de cigarro estão lançando maços sem tabaco, à base de ervas. Com a vantagem de poder ter aromas; o que é vedado, nos cigarros normais, pela Comunidade Europeia.
- Carreiras universitárias que, em Portugal, oferecem maiores remunerações, são saúde, informática (era mesmo de prever) e, surpreendentemente, matemática.
- Em Portugal 26% das classes, nas escolas, tem menos de 10 alunos. E, 40%, menos de 15. Algo tem que mudar, claro. Mas não há coragem para fazer isso.
- Clamor em Portugal. O Tribunal de Relação de Lisboa, por maioria, “causou espanto” ao libertar Luis Vallejo (60 anos), condenado por abusar de duas clientes na freguesia de Algueirão. Sem sequer considerar que uma delas gravou diálogo que teve, com esse médico, na ocasião do abuso.
- O Tribunal de Lisboa invalidou prova na apreensão de 251 quilos de cocaína por emigrante da República Dominicana. Fundamento foi terem sido tiradas fotos, dos emigrantes, sem suas autorizações ou de autoridade judicial. O JornalPúblico não informa se a cocaína foi devolvida aos traficantes.
- Na reação aos imigrantes, cada vez maior em toda a Europa, o constitucionalista Jorge Miranda defende que Portugal só deixe entrar imigrantes que falem português.
- Empresários portugueses, ante as repetidas ameaças de Trump, reagem adaptando conhecido provérbio “Esperamos que sejam mais vozes que nozes”. OBS: Uma breve explicação, em complemento. O provérbio português certo é “São mais as vozes que as nozes”. Lembrando que, como se diz na terrinha, “com varas batem-se as nogueiras, faz-se grande estardalhaço e às vezes as nozes que caem são poucas”.
Menor marcapasso do mundo tem tamanho inferior a um grão de arroz e se dissolve no corpo
Tecnologia foi desenvolvida Universidade Northwestern, nos Estados Unidos; dispositivo pode ser injetado no corpo de forma não invasiva
[caption id="attachment_39594" align="aligncenter" width="560"] Uma aplicação, por exemplo, é injetá-lo no coração de recém-nascidos que possuem problemas cardíacos.[/caption]
Texto Estação do Autor com Galileu
Edição Scriptum
O avanço tecnológico nas áreas de medicina e saúde tem trazido resultados surpreendentes. Estudo publicado na revista Nature mostra que pesquisadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, criaram um marcapasso menor que um grão de arroz, que cabe na ponta de uma seringa e pode ser injetado no organismo de forma não invasiva.
O estimulador cardíaco foi projetado para funcionar no organismo de forma temporária. Uma aplicação, por exemplo, é injetá-lo no coração de recém-nascidos que possuem problemas cardíacos. No entanto, a tecnologia pode funcionar em corações de todos os tamanhos. Reportagem de Tainá Rodrigues para a revista Galileu (assinantes) mostra como funciona o menor marcapasso do mundo.
Primeiro, cientistas fazem pareamento entre um dispositivo colocado no peito do paciente, capaz de monitorar o ritmo cardíaco, e o mini marcapasso, que é flexível e sem fio. O dispositivo emite um pulso de luz ao detectar que o batimento cardíaco está irregular e ativa o marcapasso. O ritmo do coração passa a ser controlado através dos pulsos emitidos que penetram na pele do paciente.
O novo marcapasso se dissolve naturalmente nos fluidos corporais após o uso, por se tratar de uma tecnologia biocompatível. Assim, não é necessário que o paciente realize uma cirurgia para extração. Apesar do seu tamanho diminuto (1,8 milímetro de largura, 3,5 milímetros de comprimento e 1 milímetro de espessura), a nova tecnologia consegue estimular o coração da mesma forma que um marcapasso tradicional.
Pioneiro nos estudos sobre bioeletrônica na Universidade Northwestern (EUA), John A. Rogers, que liderou a criação desse dispositivo, explica que por ser tão pequeno, o marcapasso pode ser integrado a quase qualquer tipo de aparelho implantável. Rogers acrescenta que o dispositivo é ativado para tratar complicações que podem ocorrer durante o processo de recuperação de um paciente. “Esse é apenas um exemplo de como podemos aprimorar os implantes tradicionais”, finaliza o pesquisador.
Triângulo Histórico de São Paulo narra memórias da cidade em modelagem 3D
Estudo da Faculdade de Arquitetura da USP selecionou 572 edifícios da região por meio de modelagem 3D
[caption id="attachment_39588" align="aligncenter" width="560"] Local enfrenta o desafio de preservar seu rico patrimônio cultural enquanto se adapta às demandas contemporâneas.[/caption]
Texto Estação do Autor com Jornal da USP
Edição Scriptum
Localizado no coração de São Paulo, o Triângulo Histórico é um espelho das transformações que moldaram a cidade, desde seu passado colonial até a metrópole verticalizada de hoje. Com edifícios de diferentes épocas, o local enfrenta o desafio de preservar seu rico patrimônio cultural enquanto se adapta às demandas contemporâneas.
Reportagem de Jean Silva para o Jornal da USP traz detalhes de estudo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e de Design (FAU) da USP, publicado na revista Cities, que categorizou 572 edifícios da região por meio de modelagem 3D. O Triângulo Histórico de São Paulo é delimitado pelas Igrejas do Carmo, São Bento e São Francisco.
O artigo é resultado do projeto temático da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) Experiência Arquigrafia 4.0. Sediado na FAU, o projeto é um ambiente colaborativo com imagens digitais de edifícios e espaços urbanos do Brasil e da comunidade lusófona, contendo cerca de 10 mil imagens de arquiteturas e espaços urbanos. Entre 2020 e 2023, os pesquisadores realizaram análises de campo, levantamento de dados fotográficos e criação dos modelos digitais em 3D para a documentação. Na sequência, os edifícios foram selecionados em três gerações: tradicional, transitório e moderno.
“Essa diversidade de gerações de edifícios, com estilos que vão do eclético ao modernista, é um dos aspectos mais belos do centro histórico. Ela conta a história do desenvolvimento da cidade e cria uma identidade única, diferente de qualquer outra grande metrópole, como Nova York ou Paris”, diz Sayed Samimi, pesquisador visitante Fapesp da Universidade de Herat, Afeganistão, na FAU. Preservar essa pluralidade arquitetônica, segundo o pesquisador, é essencial para valorizar a história paulistana e garantir que o Triângulo Histórico continue sendo um espaço de memória e identidade cultural.
A tecnologia 3D foi desenvolvida em etapas. Primeiro, os edifícios foram digitalizados com base em suas características, em seguida, esses dados foram integrados no Sistema de Informação Geográfica (SIG), permitindo a construção de modelos tridimensionais com precisão georreferenciada. A animação final apresenta as transições entre gerações de edifícios, permitindo a visualização tanto da perda de estruturas históricas quanto do surgimento de novas construções.
A criação de um espaço urbano dinâmico, que equilibre desenvolvimento econômico e preservação cultural, é objetivo de iniciativas como esta, que colocam a história, desenvolvimento e a tecnologia em diálogo constante. No futuro, visitantes poderão explorar a área utilizando seus próprios dispositivos móveis e um QR Code disponível nas paredes do centro histórico, visualizando os prédios em realidade virtual, conclui Samimi.
Card link Another link