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Taxonomy - Manchete secundária

Servir aos ricos: livro de socióloga mostra como funciona a servidão moderna

Pesquisadora do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França mergulha nas relações de dependência que ocorrem nas luxuosas residências

[caption id="attachment_39876" align="aligncenter" width="560"] Socióloga revela como o trabalho doméstico se relaciona com questões do mundo globalizado, como imigração e desigualdade.[/caption]

 

Texto Estação do Autor com BBC News Mundo

Edição Scriptum

Ao contrário de escritores e cineastas que tentam desvendar o que acontece entre os ricos e seus empregados a portas fechadas para fins artísticos, a socióloga francesa Alizée Delpierre decidiu abordar a questão de forma científica. Ela queria entender os sofisticados sistemas de servidão que as pessoas mais ricas do mundo constroem dentro de suas casas para satisfazer suas necessidades e seus desejos excêntricos.

O resultado de anos de pesquisa sobre o tema está no livro Servir les riches - Les domestiques chez les grandes fortunes (Servir aos Ricos - O trabalho doméstico nas casas de milionários, em tradução livre). Alizée, pesquisadora do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França, mergulha nas relações de codependência que ocorrem nas luxuosas salas das residências francesas, mas que, com algumas variações, também se repetem em outras partes do mundo.

Em entrevista concedida à Santiago Vanegas para a BBC News a socióloga revela como o trabalho doméstico se relaciona com questões do mundo globalizado, como imigração e desigualdade.

O livro gerou muito interesse porque parte da pesquisa consistiu em se infiltrar na casa de milionários. Ela realizou muitas entrevistas com pessoas ricas e com empregados e empregadas, obtendo informações sobre a relação entre eles. No entanto, para estudar a relação entre os próprios empregados, as entrevistas não estavam servindo. Ao se tornar uma empregada nas casas dos ricos, pôde ver que entre os empregados existem hierarquias, relações de amizade, de amor, mas também de competição. São pessoas que podem ganhar muito servindo aos ricos, mas que precisam mostrar aos patrões que trabalham muito bem, que são dóceis e obedecem a todas as ordens, o que às vezes gera competição.

É impossível ignorar que a maioria das pessoas envolvidas no trabalho doméstico são mulheres, muitas vezes negras ou latinas. Delpierre afirma que raça e gênero são centrais na forma como se estrutura o setor. Nesse mercado, o currículo não é utilizado como critério de seleção e nem são exigidos diplomas. Os patrões precisam identificar outras qualidades para escolher os "melhores". O que acontece é que essas habilidades são essencializadas. Por exemplo, apenas mulheres podem cuidar de crianças, porque se acredita que elas têm uma tendência natural para isso. Já os motoristas são sempre homens, por causa do preconceito de que eles sabem dirigir melhor.

Por fim, a socióloga deixa uma questão importante para todos, e não apenas para os ultrarricos. “O que fazemos com o trabalho doméstico? Devemos fazê-lo nós mesmos? Devemos pagar alguém para fazer? Devemos pedir aos nossos familiares que nos ajudem de graça? Essa é uma pergunta muito universal”.

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Empresa realiza primeiro pouso de carro voador no aeroporto JFK, em Nova York

O voo experimental teve duração de 45 minutos e transportou um piloto e quatro passageiros

[caption id="attachment_39871" align="aligncenter" width="560"] Carros voadores poderão proporcionar deslocamentos curtos dentro das cidades, servindo como alternativa ao trânsito cada vez mais congestionado de grandes centros urbanos[/caption]

Texto Estação do Autor com Folha de S.Paulo/Reuters

Edição Scriptum

O futuro da aviação sustentável deu mais um passo importante rumo ao futuro. A empresa americana Beta Technologies se tornou a primeira dos Estados Unidos a pousar um eVtols, popularmente conhecido como carro voador, totalmente elétrico, no Aeroporto Internacional John F. Kennedy, em Nova York. Aconteceu na terça-feira (3) e contou com o apoio da autoridade portuária local, responsável pela gestão do terminal. O voo experimental teve duração de 45 minutos e transportou um piloto e quatro passageiros.

A operação foi um avanço da chamada aviação elétrica urbana, setor em que empresas de transporte e companhias aéreas apostam nas aeronaves movidas a bateria capazes de decolar e pousar verticalmente. Reportagem com informações da Reuters e publicada na Folha de S.Paulo (para assinantes) mostra como funcionam as eVtols.

Os carros voadores poderão proporcionar deslocamentos curtos dentro das cidades, servindo como alternativa ao trânsito cada vez mais congestionado de grandes centros urbanos e, teoricamente, mais baratos que um helicóptero. Segundo a Beta, o custo de combustível para o voo de 45 minutos foi de apenas US$ 7 em comparação com o que estimou em US$160 para um helicóptero fazendo o mesmo trajeto.

Em comunicado, Kyle Clark, CEO e fundador da Beta, afirma que a aeronave pode ajudar as cidades, aliviando o tráfego, reduzindo emissões e ampliando o acesso à mobilidade aérea.

A empresa, fundada em 2017, tem sede no estado americano de Vermont. Em outubro do ano passado a companhia arrecadou US$ 318 milhões (R$ 1,8 bilhões) para impulsionar a produção e certificação de suas aeronaves. O total ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão. No mesmo mês, a FAA (Administração Federal de Aviação dos EUA) publicou as regras de treinamento e certificação de pilotos para operação de táxis aéreos, consideradas o último passo regulatório antes da entrada em operação comercial dos modelos. O objetivo, segundo a empresa, é obter a certificação até o final de 2025.

No Brasil, a Embraer tem investido nesse mercado por meio da Eve Air Mobility, empresa dedicada ao desenvolvimento de aeronaves elétricas. O primeiro voo comercial da Eve está previsto para 2026, com testes em cidades como Rio e São Paulo.

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Mercado de produtos veganos cresce no Brasil e no mundo

Nos últimos dez anos houve um crescimento de 500% no número de empresas abertas com o termo “vegano” no nome

[caption id="attachment_39860" align="aligncenter" width="560"] Pesquisa revela que 32% das pessoas já escolhem opções veganas em restaurantes e outros estabelecimentos.[/caption]

 

Texto Estação do Autor com ciclovivo

Edição Scriptum

 

O veganismo vai além de uma escolha alimentar. A prática, que propõe eliminar o consumo de produtos de origem animal, ganha cada vez mais adeptos no Brasil e no mundo, impulsionando um mercado já em plena expansão.

A adesão é resultado de uma maior conscientização sobre os impactos ambientais da produção de alimentos de origem animal, éticos, que levam em conta o bem-estar dos animais, e de saúde, já que dietas veganas e vegetarianas trazem inúmeros benefícios.

Reportagem publicada no site ciclovivo destaca pesquisa realizada pelo IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) indicando que 46% dos brasileiros com mais de 35 anos deixaram de consumir carne por conta própria ao menos uma vez por semana. Outro dado revela que 32% das pessoas já escolhem opções veganas em restaurantes e outros estabelecimentos.

Hoje, interessados em adotar esse estilo de vida encontram roupas confeccionadas com materiais como algodão e linho, cosméticos que trazem em sua composição fórmulas diferenciadas, sem testes em animais, suplementos alimentares sem origem animal e uma série de receitas e alimentos veganos que não faziam parte da nossa realidade há alguns anos.

Segundo levantamento encomendado pela CNN Brasil ao Ministério da Economia, nos últimos dez anos houve um crescimento de 500% no número de empresas abertas com o termo “vegano” no nome. O programa de certificação vegana da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) também é um termômetro desse crescimento. Desde sua criação, em 2013, o programa Selo Vegano contempla mais de 3.921 produtos de cerca de 250 empresas parceiras. Além de alimentos, o selo também é disponibilizado em produtos de higiene pessoal, suplementos alimentares, produtos de limpeza, lavanderia, cosméticos e calçados.

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Pesquisa revela condições precárias do trabalho remoto em todo o mundo

As contratantes deixam de pagar por serviços, atrasam e remuneram menos que o salário-mínimo do local de residência dos prestadores

  [caption id="attachment_39849" align="aligncenter" width="560"] Contratantes deixam de pagar por serviços, atrasam e remuneram menos que o salário-mínimo do local de residência dos prestadores[/caption]     Texto Estação do Autor com Agência Brasil Edição Scriptum   A tendência é global. Plataformas digitais se tornaram as grandes mediadoras de serviços. Entregas, transporte e aluguel por temporada estão entre os mais conhecidos em todo o mundo. Mas essas empresas têm contratado também pessoas para uma série de trabalhos à distância on-line para tarefas como alimentação de banco de dados de Inteligência Artificial, criação de conteúdo, apoio a vendas e outros serviços profissionais que podem ser pagos por projetos. O trabalho remoto em plataformas é a principal remuneração de seis em cada dez trabalhadores dessa modalidade. No entanto, é exercido em condições precárias. As contratantes deixam de pagar por serviços, atrasam e remuneram menos que o salário-mínimo do local de residência dos prestadores. Também falham em garantir suporte e segurança no caso de pessoas submetidas a categorizar vídeos violentos ou de conteúdo sexual, não oferecem proteção social e ainda dificultam a organização dos trabalhadores. Reportagem de Isabela Vieira para a Agência Brasil destaca as principais constatações do Relatório Fairwork Cloudwork Ratings 2025, projeto internacional que reúne uma rede de pesquisadores coordenados pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e pelo instituto WZB Berlin, na Alemanha. O estudo avaliou 16 plataformas de trabalho em nuvem entre as mais utilizadas e fez um levantamento com cerca de 750 trabalhadores em 100 países. O relatório traz um ranking das plataformas em relação às condições básicas de trabalho e surpreende pelas notas atribuídas. A média foi 3,5 de um total de 10. Apenas quatro dessas plataformas conseguiram comprovar que os prestadores ganham pelo menos um salário-mínimo, apesar de o setor ter movimentado cerca US$ 557 bilhões em 2024, valor que deve crescer para US$ 647 bilhões este ano. O Fairwork defende uma regulamentação nacional e internacional como forma de alcançar cerca de 400 milhões de pessoas no setor, segundo estimativa do Banco Mundial. No Brasil, a necessidade de regular esse trabalho é uma preocupação compartilhada pelo Ministério Público do Trabalho. O procurador Rodrigo Castilho cita entre os problemas a violação da jornada legal, a necessidade de adequação do ambiente de trabalho, as dificuldades de organização sindical e a baixa remuneração diante do alto volume de tarefas ou de horas disponíveis para o trabalho nas plataformas. Na avaliação de Castilho, "a gente vive em uma sociedade capitalista, de mercado, essas são as regras do jogo. A questão toda é que há um componente ético nas relações sociais e as pessoas não podem ser exploradas nos seus direitos, em sua dignidade, trabalhando em ambientes inseguros e insalubres para que outras tenham lucros exorbitantes”.

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