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Debate político transbordou para o cotidiano e criou o fenômeno da calcificação

Cientista político Rubens Figueiredo, consultor do Espaço Democrático, fez palestra na reunião semanal da fundação

[caption id="attachment_37833" align="aligncenter" width="560"] O cientista político Rubens Figueiredo: "É a calcificação, que produz endurecimento e rigidez; é muito mais difícil as pessoas se afastarem de suas convicções"[/caption]

Redação Scriptum

 

Polarização é pouco para definir a oposição de ideias no cenário político brasileiro. O debate transbordou para o cotidiano e para as relações interpessoais e a palavra que melhor se ajusta para traduzir o que acontece é calcificação. O termo foi cunhado pelos cientistas políticos americanos John SidesChris Tausanovitch e Lynn Vavreck, autores do livro The Bitter End: The 2020 Presidential Campaign and the Challenge to American Democracy (O fim amargo: a campanha presidencial de 2020 e o desafio à democracia americana, em tradução livre), na qual mostram como a disputa entre o republicano Donald Trump e o democrata Joe Biden, nos Estados Unidos, extrapolou os limites do debate político para se instalar nas discussões do dia a dia dos americanos.

O cientista político Rubens Figueiredo, consultor do Espaço Democrático, falou sobre o tema na reunião desta terça-feira (6) da fundação para estudos e formação política do PSD. Ele usou como referência para a sua exposição o livro Biografia do abismo: Como a polarização divide famílias, desafia empresas e compromete o futuro do Brasil, de autoria do também cientista político Felipe Nunes, sócio-fundador do instituto de pesquisa Quaest, e do jornalista e consultor Thomas Traumann, que foi porta-voz da presidência da República e ministro da Secretaria de Comunicação Social no governo de Dilma Rousseff.

“O debate entre Lula e Bolsonaro, entre lulistas e bolsonaristas, derramou da política para a sociedade”, disse Figueiredo. “É a calcificação, que produz endurecimento e rigidez; é muito mais difícil as pessoas se afastarem de suas convicções”, apontou ele. “Fatos novos, por mais dramáticos que sejam, não alteram o comportamento dos eleitores e um exemplo disto é que, apesar de todas as notícias negativas sobre Bolsonaro, o percentual de bolsonaristas não mudou, como demonstram as pesquisas”. Na mão inversa, também não mudam as convicções de lulistas com o noticiário adverso sobre o presidente.

  [caption id="attachment_37835" align="aligncenter" width="560"] Reunião semanal de colaboradores do ED[/caption]    

Figueiredo destacou que as pesquisas mostram como a calcificação se deu na sociedade brasileira: “17% das pessoas reconheceram que romperam relações com amigos e familiares e 54% afirmaram que conheciam quem tivesse rompido amizades ou laços familiares por conta do debate político”.

Ele ressaltou que “os dois grupos, petistas e bolsonaristas, têm visões bastante uniformes e cada vez mais distintas um do outro e os dois segmentos, além de estarem mais distantes do que nunca, estão mais parecidos internamente”. Figueiredo acredita que os choques de curto prazo disparados por Bolsonaro aceleraram o processo que levou o debate para o caminho da calcificação. “E há também as questões identitárias, que ganharam cada vez mais importância entre os eleitores de ambos os campos, exacerbando ainda mais as divisões e atraindo políticos para a discussão”, disse.

Participaram da reunião semanal do Espaço Democrático, os economistas Roberto Macedo e Luiz Alberto Machado, o cientista político Rogério Schmitt, o superintendente da fundação, João Francisco Aprá, os jornalistas Eduardo Mattos e Sérgio Rondino, coordenador de comunicação do Espaço Democrático, e, remotamente, o sociólogo Tulio Kahn e o gestor público Januario Montone.

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Economia é foco dos debates no Espaço Democrático

Roberto Macedo e Luiz Alberto Machado analisaram o programa de reindustrialização e o déficit primário de 2023

[caption id="attachment_37805" align="aligncenter" width="560"] Reunião semanal de colaboradores do Espaço Democrático[/caption]   Redação Scriptum O projeto de apoio à reindustrialização brasileira, chamado pelo governo federal de Plano Mais Produção, e o déficit primário do governo central em 2023, que tornou o Brasil o país mais endividado da América Latina, foram os temas centrais da reunião semanal do Espaço Democrático, nesta terça-feira (30). Os economistas Roberto Macedo e Luiz Alberto Machado abordaram os dois temas. Roberto Macedo, que foi secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda na gestão de Marcílio Marques Moreira, considera “frágil” o plano anunciado há pouco mais de uma semana pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. “Torço para que dê certo, mas acho difícil”, disse ele. Depois de elencar os setores que serão beneficiados por linhas de crédito do BNDES e destacar que alguns deles são “mais do mesmo”, ou seja, o governo volta a olhar para segmentos que já foram beneficiados nos dois mandatos anteriores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sem que houvesse a aferição de resultados dos programas anteriores, Macedo apontou sua estranheza com uma ausência: “O governo deveria estimular, isto sim, a indústria que exporta, e não vi isto neste projeto”. Luiz Alberto Machado analisou os números que tornaram o Brasil o país mais endividado da América Latina. O déficit primário do governo central – composto pelo Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social – foi o segundo pior da série histórica, em 2023: R$ 230,5 bilhões, o equivalente a 2,1% do (Produto Interno Bruto (PIB) e inferior apenas ao rombo de R$ 940 bilhões registrado em 2020, no pico da pandemia de Covid-19. Com o resultado, o Brasil tomou o posto que era ocupado pela Argentina e ainda passou a ter uma dívida interna maior que a de países como Índia, China e Rússia. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, previa que o déficit primário do ano não ultrapassaria 1% do PIB. Machado mostrou que o resultado do ano foi fortemente impactado pelo resultado de dezembro, quando o saldo negativo bateu em R$ 116,1 bilhões. E a explicação está no fato de o governo ter liberado o pagamento de R$ 92 bilhões em precatórios. “Se a regularização das sentenças judiciais não tivesse ocorrido, o resultado de dezembro seria um déficit de R$ 23,8 bilhões, totalizando um saldo negativo de R$ 138,1 bilhões no acumulado do ano, o equivalente a 1,3% do PIB, quase o resultado previsto pelo ministro Fernando Haddad”, disse Machado. Participaram da reunião semanal do Espaço Democrático, além dos economistas Roberto Macedo e Luiz Alberto Machado, os cientistas políticos Rubens Figueiredo e Rogério Schmitt, o sociólogo Tulio Kahn, o gestor público Januario Montone, e os jornalistas Eduardo Mattos e Sérgio Rondino, coordenador de comunicação do Espaço Democrático.

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Mudanças urbanísticas em São Paulo vão reduzir as desigualdades

Rodrigo Goulart, relator dos projetos de revisão do Plano Diretor Estratégico e da Lei de Zoneamento da capital paulista, falou sobre as alterações na legislação

[caption id="attachment_37776" align="aligncenter" width="560"] O vereador Rodrigo Goulart, que participou do evento do Espaço Democrático[/caption]   Redação Scriptum   Os projetos de revisão do Plano Diretor Estratégico e da Lei de Zoneamento, aprovados em dezembro pela Câmara Municipal de São Paulo, são um importante passo para melhorar a qualidade de vida das pessoas na maior cidade do País. “As alterações buscam reduzir desigualdades, estimular o adensamento populacional nas áreas com infraestrutura e possibilitar a produção de moradia popular não apenas no raio dos 700 metros dos eixos de transportes de média e alta capacidade, mas, também, nas regiões mais próximas do emprego”, diz o vereador Rodrigo Goulart, do PSD, que foi o relator dos dois projetos no legislativo paulistano. Em exposição na reunião semanal dos consultores e colaboradores do Espaço Democrático – a fundação para estudos e formação política do PSD – nesta terça-feira (23), Goulart fez a defesa dos projetos, sancionados pelo prefeito Ricardo Nunes com 58 vetos que serão, agora, discutidos pelos vereadores. “Eu defendo as duas propostas da forma como foram aprovadas pela Câmara, por ampla maioria dos vereadores”, disse ele. “Foi uma votação muito significativa para ter tantos vetos”. Assista aqui à exposição do vereador. Goulart destaca o caráter democrático de toda a discussão até que o texto ganhasse a forma final apresentada por ele e colocada em votação no plenário. “Se somarmos as discussões das duas propostas, realizamos quase 100 audiências públicas, permitindo ampla participação popular, de organizações sociais, movimentos de moradia e representantes de entidades técnicas”, conta. “A maior parte dessas audiências foi realizada na Câmara, com transmissão ao vivo e apoio de uma plataforma digital específica para as pessoas contribuírem, e as que fizemos em todas as regiões da cidade também foram transmitidas on-line”. Desses encontros, várias sugestões foram acatadas pelo texto final, segundo ele. E é por esta razão que o vereador questiona as críticas que os dois projetos receberam. “São pessoas que não participaram dos debates quando eles estavam abertos a todos”, diz. “E é importante destacar que a maior parte dos críticos é gente que esteve à frente do planejamento urbano da cidade nos últimos 20 anos”.   [caption id="attachment_37777" align="aligncenter" width="560"] Reunião semanal de colaboradores do ED[/caption]   Ele destacou o aumento das áreas destinadas à produção de Habitações de Interesse Social (HIS) – que têm incentivos públicos – como um dos pontos principais dos dois projetos aprovados. “A expansão dos eixos de transportes está neste contexto: antes o incentivo existia em um raio de 600 metros das estações de trem e metrô e de 300 metros de corredores de ônibus, e agora passam para 700 metros e 400 metros”, afirmou. Também foi aumentada a área destinada às HIS nas regiões onde há intervenções urbanas, “principalmente nas margens dos rios Pinheiros e Tietê e ao largo da rede ferroviária da cidade”. Goulart destacou também a alteração das faixas de renda para a compra de HIS. “É uma forma de permitir que as pessoas que estão enquadradas no intervalo mais baixo possam ser beneficiadas”, disse. Outra mudança, apontou ele, é a possibilidade de locação de uma HIS, “o que é permitido em outras grandes cidades do mundo, mas ainda não podia ser feito em São Paulo”. Uma outra importante mudança na nova legislação é o fim do incentivo para a construção dos estúdios, que são pequenos apartamentos localizados em pontos bem servidos por transporte público e que são destinados a aplicativos de locação de imóveis, como o AirBNB. “Se o empreendedor quiser erguer um prédio com este propósito, ele terá que se estabelecer como hotel e não terá mais os benefícios concedidos a HIS”. Participaram da reunião do Espaço Democrático e do debate com o vereador Rodrigo Goulart o superintendente da fundação, João Francisco Aprá, os economistas Luiz Alberto Machado e Roberto Macedo, os cientistas políticos Rubens Figueiredo e Rogério Schmitt, o sociólogo Tulio Kahn, o gestor público Januario Montone, e os jornalistas Marcos Garcia, Eduardo Mattos e Sérgio Rondino, coordenador de comunicação do Espaço Democrático.

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Por que não haverá votação em Brasília e Fernando de Noronha

Por terem natureza jurídica própria e não serem enquadrados como municípios, a capital federal e o arquipélago pernambucano estão fora das eleições deste ano

[caption id="attachment_37753" align="aligncenter" width="675"] Capital do Brasil e conjunto de ilhas são considerados municípios, logo não elegem prefeitos nem vereadores.[/caption]   Edição Scriptum com TSE   Mais de 2.150 quilômetros separam a capital da República, Brasília, do arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco. Apesar da distância física, as duas localidades estão unidas por uma característica peculiar ligada ao cenário eleitoral: ao contrário do restante do País, ambas não terão eleições em 2024. Isso acontece porque nem a capital do Brasil nem o conjunto de ilhas são considerados municípios. Logo, não elegem prefeitos nem vereadores. Brasília foi construída exclusivamente para ser a capital do País e nasceu como unidade federativa autônoma, sem divisão em municípios. A gestão da cidade, inaugurada em 1960, fica a cargo do Governo do Distrito Federal (GDF), responsável por funções normalmente destinadas às prefeituras – como gerenciar a saúde, a educação e o transporte público, entre outras áreas. A Lei Orgânica do Distrito Federal traz as definições. Já em Fernando de Noronha a ausência de eleições municipais no pleito deste ano é justificada pela sua condição de distrito estadual. As ilhas do arquipélago formam uma Área de Preservação Permanente (APP), cuja gestão é exercida pelo Distrito Estadual de Fernando de Noronha, vinculado ao Estado de Pernambuco. O artigo 96 da Constituição Estadual explica com mais detalhes a natureza jurídica do local. Dados do Portal de Estatísticas Eleitorais do TSE mostram que o Distrito Federal possui 2.206.202 eleitores, enquanto Fernando de Noronha tem 3.447 pessoas aptas a votar. Nuances eleitorais Brasilienses e noronhenses participam com o restante do País das Eleições Gerais, oportunidade em que votam para presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual ou deputado distrital, no caso de Brasília. Como é uma unidade federativa do Brasil, o Distrito Federal tem as eleições disciplinadas pela Lei Federal nº 9504/1997 – a Lei das Eleições – e por dispositivos como a respectiva Lei Orgânica, normativos da Câmara Legislativa do Distrito Federal, resoluções do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF), entre outros. Cada uma das 35 regiões administrativas tem administrador, nomeado pelo governador após escolha pelos deputados distritais. Não há mandato fixo, uma vez que se trata de cargo de livre nomeação e exoneração. Fernando de Noronha – por ser distrito estadual de Pernambuco – está submetido às determinações do TRE daquele Estado, bem como aos normativos da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Se há os administradores regionais em Brasília, em Fernando de Noronha, há os conselheiros distritais – eleitos diretamente pela população para mandatos de quatro anos.

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