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Anarcocapitalismo: o que é a ideologia que o novo presidente argentino diz seguir
Economista libertário belga Gustave de Molinari (1819-1912) é considerado precursor do movimento que defende a total abolição do Estado dentro de um sistema capitalista
[caption id="attachment_37517" align="aligncenter" width="560"] Alguns analistas veem o anarcocapitalismo como uma versão extrema do neoliberalismo praticado nos anos 1980 e 1990 em países latino-americanos[/caption]
Texto: Estação do Autor com BBC News Brasil
Edição: Scriptum
Apesar de ter ganho projeção em escala global durante sua campanha, o anarcocapitalismo não surgiu com o novo presidente argentino Javier Milei. Antes dele, o economista libertário belga Gustave de Molinari (1819-1912), considerado o precursor do movimento, defendia a filosofia político-econômica que prega a total abolição do Estado dentro de um sistema capitalista.
Reportagem de Edison Veiga para a BBC News ouviu especialistas que se dividem entre aqueles que acreditam ser essa ideologia uma contradição em termos e os que veem o anarcocapitalismo como uma versão extrema do neoliberalismo praticado principalmente nos anos 1980 e 1990 em países latino-americanos. Na Argentina, Milei pretende privatizar completamente saúde, educação e até extinguir o Banco Central, dolarizar a economia e instituir um sistema de vouchers para que cada cidadão escolha o prestador de serviço essencial que preferir.
Os pesquisadores dizem que mesmo que o recém-eleito presidente argentino se autoproclame um anarcocapitalista, ele não conseguiria implantar um sistema de governo assim justamente porque uma pessoa eleita para ser chefe do Executivo do país não pode abrir mão da prerrogativa de ser a autoridade máxima da nação constituída sob esses moldes.
David Friedman, economista americano declaradamente anarcocapitalista, afirma que o modo de organização da Islândia entre 930 e 1264 seria um exemplo prático do sistema. Registros históricos indicam que havia ali um governo sem os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, onde nem burocracia nem leis criminais eram necessárias. A chefia era completamente baseada na lei do mercado. Os chefes tinham sua autoridade baseada na propriedade privada. Mesmo sendo entusiasta do anarcocapitalismo, Friedman identificou um grave problema inerente à essa organização: os mais ricos estavam automaticamente impunes. O economista escreveu que “onde o poder está suficientemente concentrado isto pode ser verdade” e admitiu que “este foi um dos problemas” que acabaria resultando no colapso desse sistema islandês.
Como é o supercomputador brasileiro que está entre os mais rápidos do mundo
Enquanto um notebook faz 20 bilhões de contas por segundo, o supercomputador faz um quatrilhão de cálculos no mesmo espaço de tempo
Texto: Estação do Autor com g1 Edição: Scriptum Batizado de Santos Dumont, em homenagem ao ilustre brasileiro, o supercomputador tem a capacidade de resolver bilhões de contas matemáticas por segundo e sua memória equivale a 25.824 notebooks. Em 2022, a máquina ficou na 178ª posição do ranking de computadores mais rápidos do mundo da TOP 500, associação sem fins lucrativos que analisa o desenvolvimento tecnológico deste setor há mais de 20 anos. Reportagem de Murillo Otavio publicada no site g1 traz detalhes sobre como foi desenvolvido, quais suas funções e em que áreas atua o supercomputador Santos Dumont. Para o coordenador de Tecnologia da Informação e Comunicação do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), do Ministério da Ciência, Wagner Vieira Léo, o Santos Dumont tem sido essencial para as pesquisas científicas nacionais. Com ele, é possível acelerar os resultados dos trabalhos, viabilizar análise de dados e a simulação de problemas, além de criar modelos matemáticos e propor soluções para questões científicas e tecnológicas. Operando com alta velocidade de processamento, grande capacidade de memória, rede de comunicação e sistema de armazenamento paralelo, a máquina é formada por um conjunto de computadores simples. Ou seja, grandes volumes de informação são processados em partes menores por cada um desses dispositivos. Enquanto um notebook faz 20 bilhões de contas por segundo, o supercomputador faz um quatrilhão de cálculos no mesmo espaço de tempo. O Santos Dumont está disponível para instituições brasileiras públicas ou privadas, para suporte a atividades de ensino, pesquisa e desenvolvimento. Antes de ter o equipamento, os brasileiros dependiam de cooperações internacionais para desenvolver estudos, diminuindo o volume de pesquisas e o lucro.
Card link Another linkGrupo dos 1% mais ricos emite mesma quantidade de CO² dos 66% mais pobres
Estima-se que só as emissões dos ricos causarão a morte de 1,3 milhão de pessoas pelo calor nas próximas décadas
[caption id="attachment_37492" align="aligncenter" width="560"] Ricos são os principais investidores em indústrias poluentes e estilos de vida que resultam em grandes emissões de CO², impulsionando o aquecimento global.[/caption]
Texto: Estação do Autor com Agência Brasil
Edição: Scriptum
Os ricos emitem mais dióxido de carbono, um dos principais gases de efeito estufa, do que os pobres. As emissões de CO² da parcela 1% mais rica da população mundial (77 milhões de pessoas) representou 16% do total de emissões do planeta em 2019. Isso equivale à mesma quantidade emitida por 66% da população pobre global, que soma cerca de 5 bilhões de pessoas. Os dados constam do relatório Igualdade Climática: Um Planeta para os 99%, lançado pela organização não governamental Oxfam.
Reportagem de Camila Boehm para a Agência Brasil mostra que, segundo o estudo, os mais ricos são os principais investidores em indústrias poluentes e estilos de vida que resultam em grandes emissões de CO², impulsionando o aquecimento global. Estima-se que somente as emissões dessa parcela serão suficientes para causar a morte de 1,3 milhão de pessoas provocadas pelo calor nas próximas décadas.
Para Katia Maia, diretora-executiva da Oxfam Brasil, “é inaceitável que o 1% mais rico continue liderando o mundo ladeira abaixo para um colapso planetário. E quem vem sofrendo o impacto dos danos dessa viagem é a maioria da população. São bilhões de pessoas impactadas por enchentes, secas, perdas de território, aquecimento e baixa de temperatura desproporcional, problemas de saúde e pobreza”.
Segundo a Oxfam, que atua contra pobreza, desigualdades e injustiça, países com altos índices de desigualdade sofrem sete vezes mais mortes por inundações do que países mais igualitários. De acordo com a organização, nações ricas e poluentes devem eliminar “rápido e gradualmente o uso dos combustíveis fósseis e cessar imediatamente a emissão de quaisquer novas licenças ou a permissão da expansão da exploração, extração ou processamento de carvão, petróleo e gás”, tributando quem ganha com essas atividades.
O país que decretou feriado para plantar 100 milhões de árvores contra mudanças climáticas
Plantio será monitorado por aplicativo e permitirá que cidadãos e organizações registrem suas atividades
[caption id="attachment_37486" align="aligncenter" width="560"] Objetivo do governo queniano é que 15 bilhões de árvores sejam plantadas em 10 anos.[/caption]
Texto: Estação do Autor com BBC News
Edição: Scriptum
No Quênia, a população foi mobilizada em um feriado nacional para uma iniciativa inédita: combater as drásticas mudanças climáticas que atingem o planeta. A ideia foi encorajar o plantio de 100 milhões de mudas. O objetivo do governo é que 15 bilhões de árvores sejam plantadas em 10 anos.
Se cada queniano, entre os 50 milhões de habitantes, plantar pelo menos duas mudas, a meta será atingida. Reportagem de Basillioh Rukanga e Ken Mungai para BBC News conta como é feita a distribuição das árvores e os mecanismos para monitorar o programa.
Para estimular a participação dos quenianos, o presidente William Ruto plantou uma árvore em Makueni, no leste do país. Ao mesmo tempo, ministros de seu gabinete foram enviados a outras regiões ao lado de governadores de províncias e demais autoridades.
O plantio será monitorado por meio do aplicativo Jaza Miti, permitindo que cidadãos e organizações registrem suas atividades, incluindo a espécie da planta, número e data plantada. Alguns ambientalistas questionam a ação. Ao mesmo tempo que o governo defende o plantio de árvores, suspendeu recentemente a proibição da extração de madeira. Soipan Tuya, ministra do Meio Ambiente, defendeu a decisão justificando que apenas florestas projetadas para fins comerciais foram afetadas. Segundo ela, isso é necessário para alimentar a demanda local e criar empregos. Tuya acrescentou que o governo está tomando medidas contra madeireiros ilegais em outras áreas.