Pesquisar
Taxonomy - Geral
Doação presumida de órgãos é a estatização do corpo do brasileiro
Programa da fundação do PSD entrevistou o nefrologista José Osmar Medina, que criticou o projeto de lei em tramitação na Câmara
https://www.youtube.com/watch?v=ANx3NdomTIQ&feature=youtu.be&ab_channel=Espa%C3%A7oDemocr%C3%A1tico Redação Scriptum É a estatização do corpo humano. Assim o nefrologista José Osmar Medina, diretor-superintendente do Hospital do Rim, em São Paulo, definiu o projeto de lei que tramita em regime de urgência na Câmara Federal, que estabelece a doação presumida de órgãos no Brasil, em entrevista do programa Diálogos no Espaço Democrático, produzido pela assessoria de comunicação da fundação do PSD e disponível em seu canal de Youtube. O projeto de lei, de autoria dos deputados Maurício Carvalho (União-RO) e Marangoni (União-SP), ganhou projeção depois que Luciana Cardoso e João Silva, esposa e filho do apresentador Fausto Silva, que recentemente recebeu um coração transplantado, passaram a defender publicamente a ideia. Eles partem do princípio de que o projeto pode aumentar o número de doadores no País. Se transformada em lei, a proposta prevê que a autorização para doação de tecidos, órgãos e partes do corpo humano para transplantes seja automática, a menos que a pessoa registre a intenção de não ser doadora em documento público de identidade. A lei em vigor é a do consentimento requerido e determina que a última palavra sobre a doação de órgãos seja sempre da família, ainda que a pessoa se declare doadora. Gestor de uma instituição com 25 anos de história e que realizou só no ano passado 957 transplantes de rim – recorde no mundo – Medina defende que a legislação seja mantida como está e aponta razões para isso. A primeira delas é que o Brasil teve, durante quatro anos, entre o final dos anos 1990 e o começo dos anos 2000, o consentimento presumido. “Toda vez que uma pessoa ia tirar ou renovar um documento – Carteira de Identidade ou Carteira Nacional de Habilitação – o atendente perguntava se era ou não doador e a maioria dizia que não era porque não sabia direito o que significava aquilo que estava sendo perguntado”, apontou. Esta lei, sancionada em 1997 e revogada em 2001, não teve o efeito que se esperava, de aumentar o número de doadores, de acordo com ele. O segundo ponto levantado pelo diretor do Hospital do Rim é do eventual conflito entre médicos e familiares da pessoa morta. “Imagine que uma pessoa querida da sua família teve morte encefálica, ou seja, o coração está batendo, mas ela está morta, e alguém vem dizer a você que vão levá-la para um centro cirúrgico para retirar órgãos, ossos e tecidos e que em dez horas o corpo poderá ser retirado para o enterro; quem não se chocaria com isto?”, pergunta. “Na época em que a doação presumida estava em vigor, mesmo se a pessoa tivesse manifestado em vida a intenção de doar, quando a família não autorizava a retirada de órgãos nenhum médico entrava em conflito”, lembra. Medina parte da ideia de que se uma pessoa quer ser doadora, deve manifestar claramente esta intenção para a família. “De maneira informal, em uma conversa; a família nunca vai esquecer deste último desejo e certamente vai autorizar”, disse. Alguns países da Europa, como Portugal e Espanha, adotam o modelo de doação presumida, mas a intervenção da família é decisiva. “Na Espanha, todos são declarados doadores, mas é necessária a autorização depois do óbito; em Portugal os familiares também são consultadas e os órgãos não são retirados antes de uma autorização”, explicou. Medina sugere que para estimular o crescimento dos transplantes, mais eficiente que a doação presumida é o aperfeiçoamento do sistema e as campanhas, que podem elevar os números baixos dos Estados do Norte e equipará-los com os de Santa Catarina, Paraná e Ceará, onde há a maior concentração de doadores por milhão de habitantes do Brasil. A entrevista de José Osmar Medina foi concedida na última quinta-feira (26), durante a reunião semanal do Espaço Democrático. Participaram da conversa, conduzida pelo jornalista Sérgio Rondino, o sociólogo Tulio Kahn, o gestor público e consultor na área de saúde Januario Montone, o médico Antônio Roberto Batista, a senadora suplente e secretária nacional do PSD Mulher Ivani Boscolo, os economistas Roberto Macedo e Luiz Alberto Machado, os cientistas políticos Rubens Figueiredo e Rogério Schmitt e o jornalista Eduardo Mattos.
Card link Another linkO brasileiro é um povo feliz?
Cientista político Rubens Figueiredo, que pesquisa o tema, fez palestra na reunião semanal da fundação do PSD
[caption id="attachment_37420" align="aligncenter" width="791"] Reunião semanal de colaboradores do Espaço Democrático[/caption]
Redação Scriptum
É possível medir o nível de felicidade do brasileiro? O cientista político Rubens Figueiredo mergulhou no tema a partir do ranking da mais recente edição do World Happiness Report (Relatório Mundial da Felicidade), publicado pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU (SDSN, na sigla em inglês) com base em dados coletados pelo Gallup World Poll, que busca medir o nível de felicidade das pessoas em dezenas de países.
O Relatório Mundial da Felicidade de 2023 coloca o Brasil na 38ª posição em uma lista de 146 liderada por Finlândia, Dinamarca e Islândia. Na América Latina, o Brasil é o primeiro, seguido de Chile (na 44ª posição mundial), Argentina (na 57ª), Colômbia (66ª), Bolívia (71ª), Paraguai (73ª), Equador (76ª).
Uma das conclusões da sua pesquisa, apresentada na reunião semanal do Espaço Democrático – a fundação para estudos e formação política do PSD – nesta terça-feira (31) é que o sentimento de felicidade pode não ser induzido pelas mesmas variáveis em todo o mundo: “Somos diferentes, temos uma visão mais leve e lúdica da existência, não temos vergonha de mostrar o que somos e a diversidade é muito interessante: temos de angolanos a alemães aqui dentro”, diz ele, apontando as muitas contradições do resultado: “A nossa desigualdade é monstruosa, com 46% dos brasileiros ganhando até R$ 1.320,00 por mês e 25% ganham até R$ 2.640,00 por mês”, enfatiza. “45% dos domicílios não têm esgoto e o País tem 71,74 milhões de inadimplentes”.
Figueiredo sugere que um dos traços que contribuem para que o brasileiro esteja na primeira metade da lista dos povos mais felizes é o fato de não se levar muito a sério. Ele citou uma série de frases, bem humoradas para ilustrar a idéia. “Luis Fernando Veríssimo disse que, no Brasil, o fundo do poço é só uma etapa; Millôr Fernandes, que o Brasil tem um enorme passado pela frente; Roberto Campos, que, infelizmente, o Brasil nunca perde a oportunidade de perder oportunidades”, lembrou.
O jeito – e talvez a vocação brasileira para a felicidade – pode ser exemplificado, segundo Figueiredo, por Olga, uma russa de 23 anos que viveu três no Brasil para aprender o português. Ela criou um canal de Youtube para falar sobre suas experiências. Assistindo aos vídeos da russa, o cientista político pinçou a percepção da família sobre ela depois dos anos brasileiros: “Dizem que é mais difícil brigar com ela, está mais diplomática, calma e tranquila com as opiniões diferentes; está mais cuidadosa com os outros e pegou o hábito de elogiar as pessoas, com frases como “oi, minha flor!”, ou “durma com os anjos”; no Brasil, aprendeu a valorizar a família, está mais curiosa e pergunta mais coisas sobre seus familiares; gosta de fazer “zoeira” com tudo e ficou mais bem-humorada; percebeu que os russos são tensos – o brasileiro está sempre “de bem com a vida”...; e passou a adorar uma gambiarra”.
Política e economia
A declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que o governo “dificilmente” cumprirá a meta de déficit fiscal zero em 2024 também foi tema da reunião. Lula disse em café com jornalistas no Palácio do Planalto, na semana passada, que um déficit de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) não seria “nada” para o próximo ano: “Eu sei da disposição do (Fernando) Haddad, sei da vontade do Haddad, sei da minha disposição, mas queria dizer para vocês que nós dificilmente chegaremos à meta, até porque eu não quero fazer corte em investimentos e obras. Se o Brasil tiver um déficit de 0,5%, o que é? De 0,25%, o que é? Nada. Absolutamente nada”, afirmou.
O economista Roberto Macedo, que já foi secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, destacou que a fala do presidente “causou um dano enorme ao ministro e abriu a guarda para o Congresso”. Segundo ele, foi “um comando para que deputados e senadores alterem a meta”. Para Macedo, a fala de Lula revela desconhecimento. “Déficit de 0,5% do PIB é nada?”, perguntou. “São R$ 50 bilhões de um PIB estimado em R$ 10 trilhões em 2023”, disse. “É muito dinheiro”.
Outro economista do grupo de colaboradores e consultores do Espaço Democrático, Luiz Alberto Machado apontou que “o ponto de vista do ministro Fernando Haddad é o de um técnico, enquanto o do presidente Lula é de um político”. O gestor público Januario Montone observou, porém, que a forma como Lula se manifestou foi ruim. “Uma coisa é dizer que vai perseguir a meta de déficit fiscal zero e lá na frente não conseguir; outra é já avisar que não vai cumprir”.
Participaram da reunião semanal do Espaço Democrático os economistas Roberto Macedo e Luiz Alberto Machado, o cientista político Rogério Schmitt, o superintendente da fundação, João Francisco Aprá, o sociólogo Tulio Kahn, os jornalistas Eduardo Mattos e Sérgio Rondino, coordenador de comunicação da fundação do PSD, e on-line, o gestor público Januario Montone, o médico Antônio Roberto Batista e o coordenador de Relações Institucionais da fundação, Vilmar Rocha.
Cultura brasileira perde Danilo Miranda, diretor do Sesc São Paulo
Sociólogo e gestor cultural ajudou o Sesc a se tornar uma das instituições culturais mais importantes do Brasil
[caption id="attachment_57637" align="aligncenter" width="560"] Danilo Miranda dedicou 55 anos de sua vida ao Sesc-SP, uma das instituições culturais mais importantes do Brasil.[/caption]
Redação Scriptum com G1
A cultura brasileira perdeu neste domingo (29) um de seus icônicos personagens: o sociólogo, filósofo e gestor cultural Danilo Santos Miranda, diretor do Serviço Social do Comércio (Sesc) de São Paulo, morreu aos 80 anos. Ele foi também coordenador do Conselho Temático de Cultura do Espaço Democrático – a fundação para estudos e formação política do PSD, por meio do qual editou o ensaio intitulado Formação e futuro da cultura brasileira, em 2015. Miranda estava internado desde o início de outubro no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Natural de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, ele dedicou 55 anos de sua vida ao Sesc-SP, uma das instituições culturais mais importantes do Brasil. Entrou para a organização em 1968 e comandou a Diretoria Regional da instituição a partir de 1984. Durante este período abriu diversas unidades em todo o Estado, a última delas inaugurada na semana passada, na Casa Verde, Zona Norte da capital.
É considerado um dos grandes nomes da cultura contemporânea do País por seu trabalho na ampliação de atividades culturais, esportivas e educacionais e por sua defesa do acesso a partir de políticas públicas. Em entrevista ao Programa do Bial, na TV Globo, em junho de 2021, Miranda defendeu a diversidade e a inclusão das pessoas nas artes e nos esportes como os principais legados do Sesc em sua gestão. “A cultura é transversal, está presente em todas as manifestações públicas do poder, inclusive nas questões ligadas à própria economia, à administração dos processos”, disse. “A educação, nem se fala, não se faz sem ter a presença da cultura como elemento vital, central, fundamental; cultura e educação são irmãs siamesas, como uma moeda com duas faces”.
Em entrevista ao G1, Camila Miranda, filha do gestor cultural, destacou que "além de ser um missionário da cultura, ele era uma pessoa generosa ao extremo. Tudo que fez sempre foi pensando em todo mundo, em uma cidade melhor, um mundo melhor, uma vida melhor em todos os sentidos. Então, isso o era que ele fazia em casa e o que ele fazia no Sesc. O legado é cultura para todos, arte para todos".
Repercussão
O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, lamentou a morte do gestor cultural em suas redes sociais. “Danilo Santos de Miranda, alicerce da nossa cultura, como descreve a Folha, nos deixou neste domingo. Sempre teve um papel diferenciado na promoção da cultura, com enorme diversidade, à frente dos inúmeros projetos, em décadas no SESC. Quando prefeito de São Paulo e ao longo de minha vida, tive a oportunidade de ser parceiro e de acompanhar inúmeros projetos e iniciativas desenvolvidas com o SESC, como na Virada Cultural e na construção de novas unidades do Serviço. Pude reconhecer a relevância da sua ação na entrega de algo tão significativo para a população, que é o acesso à cultura. É uma enorme perda para o Brasil, e para São Paulo em especial. Quero expressar minhas condolências e manifestar meu pesar a seus familiares e inúmeros amigos”.
"Grande perda. Meus sentimentos aos familiares, amigos e todos que admiravam e foram beneficiados pelo seu trabalho", escreveu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em suas redes sociais. O vice-presidente Geraldo Alckmin destacou que “a vida de Danilo Miranda se confunde com a trajetória da instituição e da própria cena cultural no Estado”. Alckmin apontou que Miranda foi “um dos mais importantes atores culturais do País, dizia esperar um futuro menos desigual através da democratização dos espaços de reflexão e engrandecimento cultural”.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), decretou luto oficial de três dias na cidade pelo falecimento do sociólogo.
O Sesc São Paulo emitiu nota de pesar pelo falecimento: “Neste momento de grande consternação para todos nós, em nome da presidência, do conselho regional e do corpo de funcionários do Sesc-SP, prestamos nossa solidariedade e sinceros sentimentos à família e aos amigos de Danilo, e nossa homenagem ao querido diretor e companheiro”.
Israelenses x palestinos: a história de um conflito que parece não ter fim
Karina Calandrin, que estuda a disputa há dez anos, explicou na fundação do PSD como a disputa territorial se tornou cada vez mais violenta