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Taxonomy - Manchete secundária

Usina experimental da USP vai gerar energia com resíduos

A partir de 2025, unidade produzirá energia elétrica e térmica, biocombustível e biofertilizantes em uma única planta industrial

[caption id="attachment_38985" align="aligncenter" width="560"] Aterros sanitários não aproveitam o potencial fertilizante da decomposição dos resíduos orgânicos e têm desperdício de biogás.[/caption]     Texto: Estação do Autor com Folha de S.Paulo Edição: Scriptum   A Universidade de São Paulo (USP) inaugura em janeiro de 2025 uma usina que gera energia, fertilizantes e gás a partir da decomposição de resíduos orgânicos dos restaurantes da Cidade Universitária, na capital paulista. Os planos de expansão e replicação comercial da iniciativa ainda dependem da gestão integrada dos setores energético, agrícola e de saneamento, o que implica mudanças em marcos regulatórios federais, estaduais e municipais. O projeto é desenvolvido desde 2018 no IEE (Instituto de Energia e Ambiente) e conta com uma equipe de 12 estudantes, docentes e técnicos da universidade. A um custo total de R$ 7,2 milhões, a usina começou a operar em 2021. Reportagem de Caio Reis para a Folha de S.Paulo (assinantes) traz detalhes do funcionamento da Usina de Produção de Bioenergia e Biofertilizantes com Resíduos Orgânicos, da USP. Propondo uma sinergia entre os setores energético, agrícola e de saneamento, a usina produz energia elétrica e térmica, biocombustível e biofertilizantes em uma única planta industrial. O objetivo é demonstrar a viabilidade técnica, ambiental e econômica do aproveitamento integral da fração orgânica dos resíduos sólidos urbanos (RSU), como materiais de origem animal ou vegetal descartados. Segundo Ildo Sauer, coordenador do projeto e vice-diretor do IEE, os aterros sanitários não aproveitam o potencial fertilizante da decomposição dos resíduos orgânicos e têm desperdício de biogás. A compostagem aproveita os fertilizantes, mas não a energia. No caso da usina o aproveitamento é total e mais eficiente, afirma. Em pleno funcionamento, a usina pode processar 43,5 toneladas de resíduos orgânicos diariamente. Além de biogás, a decomposição produz digestato, um líquido escuro com propriedades fertilizantes. Priscila Camiloti, docente do Instituto e integrante do projeto, explica que a usina emite 99,8% menos gases do efeito estufa que um aterro. Cada tonelada de resíduos orgânicos em um aterro libera 621,4 kg de CO2 equivalente, ante 1,47 kg na usina da USP. De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, cada brasileiro gerou em média 1,04 kg de RSU por dia, somando 77 milhões de toneladas em 2022. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares) prevê que 13,5% dos resíduos orgânicos sejam recuperados até 2040, com aproveitamento de 60% do biogás gerado em aterros e em usinas de digestão anaeróbia.  

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Austrália quer proibir redes sociais para menores de 16 anos

Medida prevê que plataformas como Facebook, Instagram, X e TikTok sejam responsáveis por bloquear o acesso de menores, sob pena de pesadas multas

Texto Estação do Autor com DW Edição Scriptum No momento em que governos de todo o mundo buscam formas de supervisionar o uso que os jovens fazem de tecnologias como smartphones e mídias sociais, a Austrália vai propor a criação de uma lei que proíbe o acesso às redes sociais por crianças e adolescentes com menos de 16 anos. O governo australiano alega que as redes sociais são prejudiciais às crianças e quer impor um limite. A medida prevê que plataformas como Facebook, Instagram, X e TikTok sejam responsáveis por bloquear o acesso de menores sob pena de pesadas multas. Reportagem publicada no site DW mostra que o país está na vanguarda da regulação de redes sociais, e o limite de idade proposto estaria entre as medidas mais rigorosas do mundo destinadas à proteção de crianças desse tipo de influência digital. Segundo o primeiro-ministro australiano Anthony Albanese, a lei não visa penalizar adolescentes, crianças ou seus pais. "O ônus recairá sobre as plataformas de mídia social, para demonstrar que estão tomando medidas razoáveis para impedir o acesso”, explica. A nova legislação, se aprovada, deverá entrar em vigor 12 meses depois, prevê o governo. As plataformas teriam esse tempo para se adaptar e implementar as exigências. O principal partido de oposição deu, a princípio, apoio à proposta. A DIGI, órgão que representa plataformas de redes sociais, se manifestou dizendo que isso poderia incentivar os jovens a explorar partes mais obscuras e não regulamentadas da internet, ao mesmo tempo em que reduziria seu acesso a redes de suporte. Segundo a entidade, a medida é uma "resposta do século 20 a desafios do século 21". "Em vez de bloquear o acesso por meio de proibições, precisamos adotar uma abordagem equilibrada para criar espaços adequados à idade, desenvolver a alfabetização digital e proteger os jovens de danos online", disse a diretora-gerente da DIGI, Sunita Bose, em comunicado.

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Fracasso é componente fundamental para o sucesso, diz pesquisadora de Harvard

A segurança psicológica é importante para aprender com os erros, diz Amy C. Edmondson

[caption id="attachment_38966" align="aligncenter" width="1024"] Amy Edmonson: "Erro pode ser ferramenta para impulsionar a inovação e o conhecimento"[/caption] Texto Estação do Autor com Folha de S.Paulo Edição Scriptum Errar faz parte do processo de construção do sucesso. A inovação exige experimentação e falhas são inevitáveis. Amy C. Edmondson, professora da Harvard Business School e uma das principais referências do mundo em gestão empresarial e liderança, mostra como é possível transformar falhas em motor para o desenvolvimento individual e corporativo, em seu mais recente livro O Jeito Certo de Errar, lançado pela editora Intrínseca. Em entrevista para Everton Lopes Batista, publicada na Folha de S.Paulo (assinantes), a pesquisadora indica como líderes e empreendedores podem fazer do erro uma ferramenta para impulsionar a inovação e o conhecimento. No livro vencedor do Prêmio Livro de Negócios do Ano de 2023, do jornal britânico Financial Times, a acadêmica usa seus mais de 25 anos de atuação como pesquisadora em psicologia social e comportamento organizacional para mostrar que erros são ferramentas poderosas quando os encaramos sem medo, discutimos suas causas e incorporamos esse conhecimento nos passos seguintes. Os ensinamentos que Edmondson compartilha no livro apontam que "falhar bem" não significa ser descuidado, pelo contrário, um erro inteligente é fruto de um bom planejamento. Na entrevista, a professora destaca a importância da segurança psicológica para aprender com os erros. Em sua opinião, ela é crucial para que indivíduos e, mais importante, equipes, aprendam com o fracasso, porque, sem ela, as pessoas relutam em reconhecer seus erros, dificultando o aprendizado a partir deles. Em ambientes onde os indivíduos têm medo de serem culpados ou ridicularizados, aprender com o fracasso torna-se quase impossível. Superar o medo profundamente enraizado do fracasso é um dos maiores desafios, afirma a professora da Harvard. Culturas empresariais tradicionais muitas vezes veem o fracasso como um sinal de incompetência, e mudar essa mentalidade requer transformações culturais profundas. Para ela, quando as pessoas hesitam em admitir erros porque temem repercussões em suas carreiras, suas equipes e organizações correm o risco de sofrer falhas evitáveis. Em contraste, quando as pessoas se manifestam, muitas falhas básicas e complexas podem ser evitadas. Para Edmondson, a falha deve ser entendida como uma parte esperada do processo de inovação. Isso não só leva a mais inovação, mas à adoção de métodos de trabalho mais ágeis, em que renovações rápidas são preferidas em relação a projetos rigidamente gerenciados e prescritos, que não deixam espaço para correções de curso. Os líderes precisam construir culturas de resiliência e adaptabilidade, nas quais o fracasso é visto como componente do sucesso.

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Justiça sim, justiçamento não

Vilmar Rocha usa o pensamento de Rui Barbosa para comentar a condenação das pessoas envolvidas nos atos políticos de 8 de janeiro

Vilmar Rocha, advogado e professor de Direito da Universidade Federal de Goiás, é coordenador nacional de Relações Institucionais do Espaço Democrático Edição Scriptum A condenação das pessoas envolvidas nos atos políticos de 8 de janeiro de 2023 merece uma reflexão não apenas pelo fato em si, que adianto não considerar uma tentativa de golpe de Estado, mas invasões e depredações do patrimônio público em Brasília, crimes passíveis de responsabilização, desde que julgados pelo juiz natural. Cabe analisar, ao largo das paixões político-ideológicas, a condução que o STF deu ao caso a partir da interpretação do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, de que o grupo agiu com a intenção de derrubar o governo e dar um golpe de estado. Tal narrativa, avalizada pelos seus pares, carreou o processo para o STF. Moraes, em um ato de abuso de poder, tomou para si e para o Supremo a competência para julgar os participantes dos atos de 8 de janeiro, o que nos leva a dois equívocos jurídicos que comprometem a Justiça. Um diz respeito aos crimes pelos quais foram condenados. Até o momento, os 227 réus foram condenados por associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Não houve tentativa de deposição de um governo legitimamente estabelecido nem de abolição do Estado Democrático. O outro equívoco que aponto aqui é a incompetência da Corte para julgar tais casos, uma vez que a Constituição de 1988 definiu que infrações penais comuns de pessoas que não possuem foro privilegiado não estão dentre as competências do Supremo. A condenação dos envolvidos pelo mais alto tribunal jurídico brasileiro viola o processo legal sob outro aspecto, ao impedir os condenados de recorrer da decisão, porque não há outra instância revisora acima do STF. Diante da usurpação de competência do juiz natural e da condenação por atos que não caracterizam um golpe de Estado, para se fazer Justiça teria o STF de fazer uma autocrítica e autocontenção, propondo uma ampla revisão de todos processos, desta vez na Justiça Federal do DF. Outro instrumento de Justiça seria a anistia, a ser concedida pelo Congresso Nacional, como define a Constituição Federal: cabe ao Congresso Nacional dispor sobre todas as matérias de competência da União, inclusive sobre concessão de anistia. Intempestivamente, Moraes reivindicou para si a palavra final sobre anistia aos presos do 8 de janeiro, o que surpreendeu o mundo jurídico. No Fórum Jurídico de Lisboa, em junho deste ano, o ministro afirmou que quem admite a anistia é a Constituição Federal e quem interpreta a Constituição é o Supremo. Todavia, não cabe uma revisão constitucional nesse caso, uma vez que a Constituição não lista os crimes citados nas condenações como insuscetíveis de graça ou anistia, ademais crimes contra o Estado de Direito e de associação criminosa são considerados hediondos quando “direcionado à prática de crime hediondo ou equiparado”. Coloco-me no dever de lutar pela Justiça e denunciar o justiçamento, pois “a Justiça, cega para um dos dois lados, já não é Justiça”, disse o grande Rui Barbosa. Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.  

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