Pesquisar
Taxonomy - Geral
Brasil registra por hora 5 estupros de crianças de até 13 anos
Quadro dramático foi tema de palestra da presidente do Instituto Liberta, Luciana Temer, no Espaço Democrático
Previdência Social exigirá nova reforma rapidamente
Caderno já disponível para download ou leitura on-line traz íntegra da entrevista com um especialista no tema, o economista Fábio Giambiagi
Redação Scriptum O Brasil não vai escapar de uma nova reforma da Previdência Social, que terá de ser feita rapidamente. O alerta é do economista Fábio Giambiagi, personagem da nova publicação do Espaço Democrático – a fundação para estudos e formação política do PSD. O caderno O Brasil precisa discutir uma nova reforma da Previdência, já disponível para leitura on-line ou download, traz a íntegra da entrevista dada por ele, que é um dos maiores especialistas brasileiros no tema, ao programa Diálogos no Espaço Democrático, que pode ser assistido no canal de Youtube da fundação do PSD. Na entrevista conduzida pelo jornalista Sérgio Rondino, Giambiagi lembrou que a reforma da Previdência feita em 2019 foi “extremamente potente” e fez mudanças “poderosas”, mas que todos sabiam que seriam insuficientes e que uma nova reforma seria necessária, talvez na segunda metade da década seguinte. Contudo, disse, houve mudanças bruscas no campo econômico que aceleraram a necessidade de novas alterações na legislação previdenciária. Segundo ele, além do aumento dos gastos por razões demográficas e por má gestão, como no caso do recente escândalo dos descontos não autorizados no pagamento das aposentadorias, houve um grande impacto nas despesas previdenciárias com a aprovação da nova regra do salário mínimo, que passou a ser reajustado anualmente com base na inflação (INPC) do ano anterior e no índice de crescimento do PIB nos dois anos anteriores, limitado a 2,5%.
Card link Another linkPrivatização é a saída para desafios da Petrobras nos próximos anos
Pedro Parente, que dirigiu a empresa em um período crítico de sua história e devolveu a ela uma gestão profissional, falou no Espaço Democrático

Os caminhos para o Brasil após o tarifaço de Trump
O economista Lucas Ferraz analisa, em reunião com consultores e colaboradores do Espaço Democrático, as oportunidades da nova geopolítica global
Redação Scriptum
O brutal aumento de tarifas sobre a importação de produtos brasileiros anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é mais um sinal de alerta para que o Brasil encare com seriedade o cenário de incerteza no comércio global e busque alternativas para continuar se desenvolvendo. A afirmação é do economista Lucas Ferraz, coordenador do Centro de Negócios Globais da FGV e ex-secretário do Comércio Exterior do Brasil, e foi feita durante palestra na reunião semanal dos consultores e colaboradores do Espaço Democrático, a fundação do PSD para estudos e formação política, realizada na segunda-feira (14).
Com o tema “Desafios e oportunidades da nova geopolítica global”, Ferraz, que é consultor do Espaço Democrático, tratou dos principais aspectos das últimas décadas de globalização; dos choques recentes que estão afetando a economia global; e do posicionamento estratégico que deve ser adotado pelos países da América Latina.
Ferraz falou também sobre as tendências para o futuro, que, segundo ele, devem incluir um crescente protecionismo americano, mesmo após a gestão Trump; a forte influência da geopolítica na alocação dos investimentos globais, com a eficiência produtiva dando lugar à resiliência produtiva; a diversificação de parceiros econômicos como estratégia para mitigação de riscos; menor crescimento a longo prazo da economia global, que será menos produtiva; e um custo de fragmentação que pode alcançar 5% do PIB mundial.
O economista mostrou-se preocupado com o tom usado por Trump para anunciar a taxação sobre produtos brasileiros. “Trabalho com comércio exterior há 25 anos e nunca vi nada tão absurdo, anunciado de forma tão grosseira”, disse. Para ele, é difícil compreender porque o Brasil entrou no radar do presidente norte-americano de forma tão violenta. “Não somos um parceiro relevante para os EUA e se, de fato, Trump foi levado a isso nos últimos três meses com base em informações de um deputado brasileiro licenciado, o que fez nesse tempo o corpo diplomático brasileiro em Washington para não deixar colar essa narrativa?”
Em sua opinião, no que se refere à taxação das exportações brasileiras para os Estados Unidos, cabe agora ao governo federal negociar com frieza. “Num mundo absurdo, qual é a melhor atitude a ser adotada pelo Brasil? Para mim, é negociar com pragmatismo e deixar a ideologia fora desse debate”.
Ferraz, contudo, manifestou algum otimismo com a possibilidade de a incerteza provocada por Trump aumentar as oportunidades de acordos setoriais, como vem ocorrendo no caso das conversas entre Mercosul e União Europeia. “O apetite por novas negociações comerciais vem crescendo e o Mercosul pode se beneficiar, mas o bloco carece de dinamismo”, disse, lembrando que “o Brasil, que representa 80% do PIB do bloco, perdeu sua autonomia para parceiros que representam 6% das suas trocas comerciais. Além disso, não há uma estratégia clara de inserção internacional”.
De acordo com ele, o posicionamento estratégico do Brasil e países latino-americanos no cenário global atual deve considerar a necessidade de buscar pragmatismo em relações econômicas e políticas e manter a equidistância entre EUA e China, focando em políticas públicas que promovam suas vantagens comparativas em commodities agrícolas, minerais e energéticas, que trazem a oportunidade para reindustrialização verde e sustentável.
[caption id="attachment_40044" align="aligncenter" width="560"] Reunião semanal de colaboradores do Espaço Democrático[/caption]
Participantes
Após a palestra, Lucas Ferraz debateu o tema com os consultores do Espaço Democrático, que levaram questões sobre o papel da diplomacia brasileira frente às ameaças de Trump e o peso das questões políticas no caso, considerando o papel do Brasil no grupo BRICS. Participaram da reunião, coordenada pelo jornalista Sérgio Rondino, a secretária nacional do Espaço Democrático e do PSD Mulher Ivani Boscolo, os economistas Luiz Alberto Machado e Roberto Macedo, os cientistas políticos Rubens Figueiredo e Rogério Schmitt, o sociólogo Tulio Kahn, os gestores públicos Mário Pardini, Januario Montone e José Luiz Portella, o ambientalista e ex-deputado federal constituinte Eduardo Jorge, o advogado Roberto Ordine, e o jornalista Marcos Garcia de Oliveira.