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Poder x autoridade

Vilmar Rocha aponta que o poder pode ser conquistado por meio de votos ou da força institucional, mas a autoridade precisa ser construída com coerência, exemplo e credibilidade

Vilmar Rocha, advogado e professor de Direito da Universidade Federal de Goiás, é coordenador nacional de Relações Institucionais do Espaço Democrático Edição Scriptum   Vivemos em uma sociedade onde o poder costuma chamar mais atenção do que a autoridade. É fundamental compreender que esses conceitos têm naturezas e origens distintas. O poder é político; a autoridade é moral e intelectual. A crise que o País atravessa tem origem, em grande parte, na falta de autoridade do presidente Lula. Ele detém o poder político, no entanto, o poder, por si só, não garante legitimidade duradoura. Ele impõe, mas nem sempre convence. Lula já não possui a autoridade necessária para governar — aquela que nasce do reconhecimento coletivo da integridade moral, da coerência ética e da capacidade intelectual de um líder. Um professor respeitado, uma liderança comunitária admirada ou um sábio conselheiro exercem enorme influência mesmo sem qualquer cargo formal de poder, mas porque inspiram confiança e credibilidade. Diversos fatores explicam o esvaziamento da autoridade do presidente, entre eles o fato de ter sido condenado e cumprido pena em um passado recente. Esse passivo corrói a confiança da sociedade em sua liderança. A essa desconfiança somam-se problemas da atual gestão, como a crise institucional que marca a relação entre Executivo, Legislativo e Judiciário. Lula perdeu o protagonismo no debate institucional e passou a ser pautado pelas demandas do Congresso Nacional e até pelo Supremo Tribunal Federal – muitas vezes desalinhadas com os reais interesses da população e mais voltadas à manutenção de privilégios e abuso de competência. Em tempos de crise institucional e desconfiança nas lideranças, a sociedade anseia por figuras com autoridade moral e intelectual. Isso se mostra especialmente verdadeiro em ambientes democráticos, onde o poder político precisa dialogar com a legitimidade ética para se sustentar. Sem autoridade, o poder se fragiliza e degenera em autoritarismo ou oportunismo. Além disso, seu governo voltou a ser marcado por escândalos de corrupção, ineficiência administrativa e episódios de assédio, o que agrava ainda mais a erosão de sua legitimidade. A baixa qualificação do governo tem comprometido a gestão, que enfrenta dificuldades para atrair pessoas competentes dispostas a integrá-lo. Diante da perda de autoridade no cenário interno, Lula investe em agendas internacionais enquanto o País presencia o agravamento da crise institucional e a situação fiscal. Na história brasileira, tivemos presidentes que exerceram o poder com autoridade, como Juscelino Kubitschek e Fernando Henrique Cardoso, para citar exemplos mais recentes. Os maiores avanços do País ocorreram sob lideranças que, além de governarem, souberam inspirar respeito e confiança. A distinção entre poder e autoridade não é apenas conceitual — é determinante para a qualidade da liderança e para a estabilidade de um governo. O poder pode ser conquistado por meio de votos ou da força institucional, mas a autoridade precisa ser construída com coerência, exemplo e credibilidade. Governar apenas com poder, sem autoridade, é governar com fragilidade. E é exatamente esse o impasse que o Brasil enfrenta hoje e que precisamos superar para o bem dos brasileiros.  

Artigo publicado em O Popular, de Goiânia, em 25 de maio de 2025.

  Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

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Lentes de contato permitem enxergar com os olhos fechados

Pesquisadores chineses desenvolveram lentes para perceber radiação infravermelha, invisível ao olho humano, sem a necessidade de energia externa

[caption id="attachment_39797" align="aligncenter" width="560"] Novas lentes de contato não necessitam de bateria e nem de qualquer tipo de alimentação externa[/caption]

Edição Scriptum com ABC Tecnologia

 

Ver o invisível não é mais coisa apenas de história de super-heróis ou filmes de ficção científica. Uma equipe de cientistas da Universidade de Ciência e Tecnologia da China revelou, em artigo publicado na revista Cell, ter criado lentes de contato que permitem aos humanos perceber a luz infravermelha, uma forma de radiação que o olho humano não consegue detectar sozinho. Reportagem de Rodrigo Alonso para o espanhol ABC Tecnologia revela que ao contrário de dispositivos como óculos de visão noturna, que até agora eram utilizados para esse fim, as novas lentes de contato não necessitam de bateria e nem de qualquer tipo de alimentação externa. À primeira vista, se parecem com quaisquer outras lentes de contato.

"Nossa pesquisa abre a possibilidade de dispositivos vestíveis não invasivos fornecerem monitoramento a indivíduos", diz o principal autor do estudo, o neurocientista Tian Xue. "Este material tem muitas aplicações potenciais imediatas. Por exemplo, a luz infravermelha intermitente pode ser usada para transmitir informações em ambientes de segurança; também pode ser útil em trabalhos de resgate, criptografia ou no combate à falsificação", continua o pesquisador.

As lentes são chamadas de UCL (lentes de contato de up-conversion) e são capazes de capturar luz infravermelha. Foram testadas em camundongos e humanos. Em testes com animais, os roedores equipados mostraram reações claras aos estímulos infravermelhos. Por sua vez, os participantes humanos conseguiram ver a luz invisível piscando, como se fosse código Morse. E isso não mudou mesmo quando seus olhos estavam fechados. Pelo contrário, eles viram ainda melhor. "Descobrimos que, ao fechar os olhos, o sujeito recebia essa informação cintilante ainda melhor, pois a luz infravermelha próxima penetra na pálpebra de forma mais eficaz do que a luz visível, então há menos interferência da luz visível", diz Tian Xue.

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Estudo aponta que apenas 0,001% do fundo do mar foi visualizado até hoje

Explorar um único quilômetro quadrado de fundo marinho profundo pode custar de US$ 2 milhões a US$ 20 milhões; EUA, Japão e Nova Zelândia lideram pesquisas

[caption id="attachment_39778" align="aligncenter" width="560"] Pesquisadores descobrem cerca de 100 novas espécies em expedição ao fundo do mar na Nova Zelândia[/caption]   Texto Estação do Autor com The New York Times/O Globo Edição Scriptum   Para determinar até onde os olhos humanos alcançaram o fundo do mar, pesquisadores coletaram mais de 43.000 registros de mergulhos avaliando fotos e vídeos. O resultado indica que foram documentados visualmente cerca de 3.800 quilômetros quadrados, ou apenas 0,001% das profundezas do mar. O relatório divulgado pela revista Science Advances chega no momento em que diversos países debatem se devem ou não iniciar a mineração industrial do leito marinho em busca de minerais críticos. Em reportagem de The New York Times publicada no jornal O Globo (assinantes) cientistas alertam serem necessárias mais pesquisas sobre o mundo submarino para realizar atividades extrativas com responsabilidade. Katy Croff Bell, exploradora dos oceanos profundos que liderou a pesquisa e fundadora da Ocean Discovery League, organização que promove a exploração do leito marinho, acredita que aprender mais sobre o mar profundo é essencial para entender como as mudanças climáticas e as atividades humanas estão afetando os oceanos. A era da documentação visual incluída no estudo começou em 1958, com o submersível de águas profundas Trieste. As imagens coletadas desde então permitiram que biólogos descobrissem novos organismos e observassem como interagem entre si e com os ambientes, oferecendo insights sobre os ecossistemas oceânicos. Obter imagens do fundo marinho também ajuda os geólogos. Ver afloramentos rochosos em fotos e vídeos permitiu aos cientistas aprender como funcionam processos fundamentais da Terra. Isso também ajuda empresas a avaliar locais potenciais para mineração e atividades de petróleo e gás. Mas alcançar o fundo do mar é caro e leva tempo. Explorar um único quilômetro quadrado de fundo marinho profundo pode custar de US$ 2 milhões a US$ 20 milhões, estima Bell. As missões podem levar anos para serem preparadas e apenas horas para darem errado. E uma vez iniciado o mergulho, o progresso é lento. Um robô subaquático conectado a um navio tem raio de exploração limitado, movendo-se lentamente, e reposicionar o navio é uma tarefa trabalhosa. O estudo também descobriu que países de alta renda lideraram 99,7% de todos os mergulhos em águas profundas, com os Estados Unidos, Japão e Nova Zelândia no topo da lista. A maioria dos mergulhos ocorreu dentro de 200 milhas náuticas desses três países. Isso significa que um pequeno grupo de nações lidera os mergulhos, o que pode influenciar o que é pesquisado e onde, afirmam os autores.  

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Como Itália, Reino Unido e Portugal restringem nacionalidade e imigração

Países europeus estão adotando procedimentos mais duros para a entrada de estrangeiros

[caption id="attachment_39773" align="aligncenter" width="560"] Nos últimos dois meses, Itália e Reino Unido anunciaram mudanças em regras de procedimentos de obtenção de vistos de trabalho, de residência ou de cidadania.[/caption]       Texto Estação do Autor com BBC News Brasil Edição Scriptum A partir desse ano as restrições para a entrada de imigrantes em países europeus estão mais rígidas. Nos últimos dois meses, Itália e Reino Unido anunciaram mudanças em regras de procedimentos de obtenção de vistos de trabalho, de residência ou de cidadania.  Já o governo de Portugal anunciou que pretende enviar um projeto para discussão no Parlamento após eleições que serão realizadas no próximo domingo (18). Reportagem publicada no site BBC News traz mais detalhes sobre as medidas adotadas em parte do continente europeu para conter os movimentos imigratórios. Na Itália, o objetivo é estabelecer limites e "evitar abusos", como a "comercialização de passaportes". Ao anunciar mudanças na cidadania italiana, em março, o vice-primeiro-ministro Antonio Tajani mostrou propagandas de empresas do Brasil que ofereciam até "desconto Black Friday". Uma das principais mudanças na regra é que a partir de agora apenas pessoas com pelo menos um dos pais ou um dos avós nascidos na Itália poderão se tornar cidadãos daquele país. Anteriormente, não havia essa regra. Se a pessoa interessada em obter essa documentação conseguisse comprovar um vínculo com alguém nascido na Itália ela tinha direito à cidadania. No Reino Unido, entre as ações do governo britânico para reduzir "significativamente" o número de imigrantes, o premiê Keir Starmer vai propor testes de inglês para todos os requerentes de visto, além de um caminho mais longo para a obtenção de status de residente permanente. Em Portugal, ao contrário do Reino Unido e Itália, as propostas ainda estão em análise. Não há detalhes sobre o novo prazo ou como as medidas seriam aplicadas, mas acredita-se que a mudança afetaria milhares de brasileiros que moram atualmente naquele país. Neste mês, o governo anunciou que vai notificar 18 mil imigrantes em situação ilegal para que saiam de Portugal.  O ministro da Presidência do governo português, António Leitão Amaro, afirmou que os imigrantes que deverão deixar o país tiveram os seus pedidos de residência negados pela Agência para a Integração, Migrações e Asilo (Aima), depois de um período de análise, por não cumprirem as regras locais.

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