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Israelenses x palestinos: a história de um conflito que parece não ter fim

Karina Calandrin, que estuda a disputa há dez anos, explicou na fundação do PSD como a disputa territorial se tornou cada vez mais violenta

    Redação Scriptum     O conflito entre israelenses e palestinos foi tema da mais recente edição do programa Diálogos no Espaço Democrático, produzido pela fundação de estudos e pesquisas do PSD. A doutora em relações internacionais Karina Calandrin fez um detalhado relato da disputa territorial que tem a religião como pano de fundo. O mais recente capítulo desta história ocorreu no início do mês de outubro, quando o grupo terrorista palestino Hamas empreendeu uma série de atentados em solo de Israel. “São dois povos que buscam autodeterminação legítima; um conseguiu se consolidar como um Estado, outro não”, enfatizou ela. Profunda conhecedora do tema, Karina estuda o choque entre israelenses e palestinos há dez anos. Doutora e mestre em Relações Internacionais pelo Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (UNESP, UNICAMP, PUC-SP), ela foi pesquisadora visitante do departamento de Peace and Conflict Management da Universidade de Haifa, em Israel, e do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (IRI-USP). Atualmente faz pesquisa de pós-doutorado no IRI-USP e é também professora do curso de Relações Internacionais na Universidade de Sorocaba (UNISO). Ela foi até a segunda metade do século 19 para explicar a origem do sionismo, movimento que defende o direito à autodeterminação do povo judeu e à existência de um estado nacional judaico independente e soberano no território onde historicamente existiu o antigo Reino de Israel. O sionismo surgiu como uma reação ao antisemitismo europeu e teve no jornalista e escritor austríaco Theodor Herzl, autor do livro Der Judenstaat (O Estado Judeu), seu grande catalisador. Karina destacou que até a Primeira Guerra Mundial, a região disputada por israelenses e palestinos estava sob domínio do Império Turco-Otomano, que se desintegrou após o conflito. Então, foi criada pela Liga das Nações a figura jurídica do Mandato Britânico da Palestina, que passou a administrar o lugar, já com grandes populações judaica e árabe. Segundo a especialista, o conflito entre palestinos e israelenses se tornou sistêmico a partir de 1947, quando os britânicos decidiram deixar a região e entregaram à Organização das Nações Unidas (ONU) a decisão sobre o seu futuro. Foi constituído o Comitê Especial das Nações Unidas para estudar a região. A assembleia da ONU aprovou a proposta deste comitê, de partilhar o território em um Estado judeu e um árabe-palestino. Estima-se que nesta época havia cerca de 650 mil judeus e mais de 1,3 milhão de palestinos ali. A disputa ganhou contornos cada vez mais violentos a partir do dia 14 de maio de 1948. Poucas horas antes do encerramento do Mandato Britânico, Israel declarou a sua independência. No dia seguinte uma coalizão de exércitos da Arábia Saudita, Egito, Iraque, Jordânia, Líbano e Síria atacaram Israel, que venceu a guerra e estendeu seus domínios para territórios ocupados por palestinos. Desde então uma sucessão de guerras e ataques de maior ou menor intensidade construíram a história da região, um conflito que parece longe de terminar de forma pacífica. Depois de sua exposição Karina trocou impressões sobre o conflito com o sociólogo Tulio Kahn, o economista Luiz Alberto Machado e o jornalista Eduardo Mattos.

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As lições de Maquiavel que o Brasil não aprendeu

Para Samuel Hanan, os textos do pensador florentino parecem ter sido escritos como um alerta ao Brasil do século 21

Samuel Hanan, engenheiro especializado em economia e colaborador do Espaço Democrático Edição: Scriptum     Nicolau Maquiavel, filósofo italiano considerado o pai da ciência política moderna, viveu apenas 58 anos. Quando ele morreu, em 1527, o Brasil era uma terra recém-descoberta pelos portugueses, que mal haviam iniciado o processo de colonização. Quase cinco séculos depois, a obra de Maquiavel continua a ser estudada e muitos de seus pensamentos seguem reverberando, dado seu caráter profético em relação a regimes políticos, ditaduras de todos os gêneros e desmando de políticos. Boa parte do que escreveu parece ter sido pensado como um alerta ao Brasil do século 21 e, portanto, merece reflexão. “Um povo que aceita passivamente a corrupção e os corruptos não merece a liberdade. Merece a escravidão”, escreveu o filósofo renascentista. No mesmo sentido, disse ainda: “Um país cujas leis são lenientes e beneficiam bandidos não tem vocação para liberdade. Seu povo é escravo por natureza”. É um recado duro e direto, lamentavelmente ainda não assimilado apesar de tanto tempo decorrido. O povo brasileiro parece, de fato, escravizado pela imoralidade pública alimentada pela crise ética nacional e pela leniência com a qual é tratada a questão. Ao longo da história, os escândalos se sucedem e, muito recentemente, o desfecho da Lava-Jato, a maior operação já realizada contra a corrupção, com a anulação de provas contundentes (Suprema Corte, em cumprimento ao quanto disposto em lei, agiu de forma correta, porém, a meu ver, extemporânea) e de condenações confirmadas por colegiados em segunda instância, pintou um retrato bem realista de como o País enfrenta um de seus mais graves problemas nacionais. Por estas razoes é indispensável que se torne imprescritíveis todos os crimes contra a administração pública, aliada a completa revisão da lei da ficha limpa. A leniência se escancara com a alteração da Lei de Improbidade Administrativa, obrigando a demonstração do dolo do agente público para a punição dos malfeitos e, agora, com a movimentação do Congresso Nacional para anistiar os partidos políticos das multas aplicadas por irregularidades no processo eleitoral, flexibilizando a lei aprovada pelos próprios parlamentares. Sabiamente, Maquiavel ainda alertava: “Um povo cujas instituições públicas e privadas estão em boa parte comprometidas não tem futuro. Só passado”. O comprometimento a que se refere o autor de “O Príncipe” obviamente não é com o zelo na utilização dos recursos públicos, com a ética, com a moralidade, com a transparência, com o desenvolvimento e com o bem-estar da população, mas apenas com interesses pessoais ou corporativos. Esse pensamento se complementa com outra afirmação: “Uma nação onde a suposta sociedade civil organizada não mexe uma palha se não houver lucros (vantagens pessoais), não é capaz de legar nada a seus filhos, a não ser dias sombrios”. Nada mais verdadeiro. “Uma pátria onde receber dinheiro mal havido a qualquer título é algo normal não é uma pátria, pois neste lugar não há patriotismo, apenas interesses e aparências”, ensinou ainda o pensador italiano. Mais uma reflexão necessária. A questão é que a sensação de impunidade vai se sedimentando na sociedade brasileira, transparecendo falsamente que o crime compensa. A multiplicação dos malfeitos em todas as esferas sem a correspondente punição apenas serve de estímulo à prática delituosa e ao afrouxamento moral da população. Banaliza o errado e cria complacência coletiva em relação ao comportamento reprovável. E, nesse aspecto, cabe outra lição de Maquiavel: “Um país onde os poucos que se esforçam para fazer prevalecer os valores morais como honestidade, ética e honra são sufocados e massacrados, já caiu no abismo há muito tempo”. Os mais otimistas dirão que ainda não caímos no abismo. Se isso é verdade, estamos bem próximos disso. Permeia a inversão de valores, trazendo à nossa realidade o vaticínio de Rui Barbosa, segundo o qual chegaria o momento em que o homem desanimaria “da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”. “Uma sociedade onde muitos homens e mulheres estão satisfeitos com as sórdidas distrações, em transe profunda, não merece subsistir”, escreveu também Nicolau Maquiavel em seu pensamento crítico do Estado e da sociedade, como se estivesse olhando para um Brasil que ainda nem existia como nação. “Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão”, avisava o pensador florentino. E complementava: “Só tenho compaixão daqueles bravos que se revoltam com esse estado de coisas”. Os brasileiros precisam resgatar a ética e a moralidade e estancar a contaminação provocada pela impunidade para que o País reencontre o rumo de uma nação mais justa, com direitos e deveres verdadeiramente iguais para todos os cidadãos, sem privilégios de qualquer espécie – nem foro privilegiado nem aposentadorias precoces e milionárias, por exemplo - com efetivo combate à corrupção, oportunidades para todas as classes, e redução das desigualdades regionais e sociais. Para evitar o abismo e se libertar da escravidão que o acorrenta ao erro e, assim, transformar-se numa pátria de verdade, com dignidade e orgulho. O caminho da redenção nacional já foi apontado por Maquiavel há quase 500 anos.     Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

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Após 35 anos, São Paulo revigora o SUS

Eleuses Paiva, liderança do PSD e secretário de Saúde do Estado de São Paulo, escreve sobre a nova tabela SUS Paulista, que vai complementar valores pagos pelo Ministério da Saúde

  Eleuses Paivasecretário da Saúde do Estado de São Paulo Edição Scriptum   Em outubro comemoramos os 35 anos da promulgação da Constituição Federal de 1988, que, além de estabelecer as bases do Estado democrático de Direito e de assegurar os diretos individuais, criou o SUS (Sistema Único de Saúde). Depois três décadas e meia, podemos afirmar que o SUS é a maior política pública de inclusão social do povo brasileiro e a de maior generosidade. Ultrapassamos o tempo do abandono, em que apenas os grupos sociais de maior poder aquisitivo tinham acesso aos serviços de saúde, restando à população mais carente o "título" de indigentes perante o Estado. Entretanto, temos que reconhecer que persistem enormes desafios. Para a população, o maior deles é a dificuldade de acesso aos serviços de saúde. Isso fica evidente quando observamos as enormes filas para a realização de consultas e exames especializados, além de cirurgias eletivas. É necessário também enfrentar o grave problema do subfinanciamento da saúde, mas não apenas alocando mais recursos na área. É preciso fazê-lo de modo criativo e estruturante. Desse modo, e reconhecendo a importância estratégica das Santas Casas e filantrópicas, o governador Tarcísio de Freitas apresentou e detalhou nesta segunda-feira (16) a nova Tabela SUS Paulista, que complementa com recursos do Tesouro do Estado os valores pagos pelo Ministério da Saúde, que estão defasados — alguns não são ajustados há mais de duas décadas — e tornam inviável a prestação de serviços ao SUS. A iniciativa faz parte da celebração dos 35 anos do SUS, incluindo o reconhecimento a instituições e profissionais dedicados à melhoria da saúde pública no Brasil, com a homenagem, mediante entrega da Medalha Walter Leser, aos institutos Butantan, Todos pela Saúde e OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde), além de 28 pessoas com relevantes serviços prestados ao SUS, entre as quais o ex-ministro José Serra e, como homenagem póstuma, o doutor Luiz Roberto Barradas, o professor Paulo Elias, a doutora Núbia D’Ávilla e a professora Regina Marsiglia. O Governo de São Paulo tem tomado decisões inovadoras e corajosas para assegurar o adequado e oportuno acesso ao SUS a todos os brasileiros que vivem em São Paulo. Enquanto busca organizar redes regionais de assistência, promovendo a integração dos serviços e a articulação entre os municípios e o Governo do Estado, o Projeto de Saúde Digital, apoiado nos pilares de conectividade, inclusão, segurança, arquitetura de dados, interoperabilidade e utilização de tecnologias emergentes, vai entregar para a população mais acesso e agilidade na prestação de serviços de saúde. Debates públicos sobre os avanços e desafios do SUS, com foco no apoio à gestão municipal da saúde, também estão por vir. Não vamos parar por aí. Políticas de reestruturação da nossa rede própria, de administração direta e sob gestão de organizações sociais de saúde também estão sendo formuladas. Temos, sim, muito o que comemorar. O Brasil evoluiu bastante em termos de saúde pública. Conseguimos fortalecer o sistema de saúde com a participação de todos os municípios. Embora ainda haja muito o que fazer, avançamos bastante nas medidas de promoção da saúde e de prevenção de doenças. O Governo de São Paulo assume o protagonismo no encaminhamento de soluções que possam levar o SUS a superar esses desafios e a proporcionar à população de São Paulo um sistema público de saúde de qualidade. Viva a Constituição de 1988! Viva os 35 anos do SUS!  

Artigo publicado originalmente no jornal Folha de S.Paulo em 16 de outubro de 2023.

  Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

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Autismo e a necessidade urgente de políticas públicas de apoio e inclusão

Vereador paulistano coronel Salles escreve que o autismo é parte valiosa da diversidade humana e as políticas públicas são fundamentais

  Coronel Marcelo Sallesvereador pelo PSD em São Paulo Edição Scriptum   Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), o transtorno do espectro autista (TEA) se refere a uma série de condições caracterizadas por algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicação e na linguagem, e por uma gama estreita de interesses e atividades que são únicas para o indivíduo e realizadas de forma repetitiva. O autismo é uma parte da diversidade humana que merece compreensão, respeito e apoio. No entanto, apesar dos desafios que as pessoas com autismo e suas famílias enfrentam, muitas vezes encontram obstáculos no acesso a serviços adequados e na busca pela inclusão na sociedade. É precisamente nesse ponto que se torna evidente a necessidade crucial de políticas públicas bem delineadas e eficazes. Preparativos estão em andamento para um evento notável de conscientização e inclusão na cidade de São Paulo: a 1ª Conferência Municipal do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Este evento, que representa um marco significativo para a causa, está marcado para o próximo sábado (21), que promete ser memorável. A conferência ocorrerá na Câmara Municipal de São Paulo, das 8h às 13h. Com o crescente número de diagnósticos, a sociedade como um todo tem a responsabilidade de se unir para compreender, apoiar e promover a inclusão das pessoas no espectro autista. Esta conferência pioneira surge para preencher uma lacuna vital em São Paulo, reunindo especialistas, pais, familiares e membros da comunidade para discutir, aprender e agir em prol da causa do autismo. Por meio de palestras, painéis de debate e compartilhamento de experiências, o evento tem alguns objetivos principais:

  • Conscientizar a sociedade: desmitificar o autismo, combatendo mitos e estereótipos prejudiciais associados à condição.
  • Compartilhar conhecimentos: promover discussões sobre as nuances do TEA, abordar os mais recentes avanços terapêuticos e apresentar as melhores práticas de intervenção.
  • Incentivar a inclusão: reforçar a importância de incluir pessoas autistas em todos os aspectos da sociedade, como educação, trabalho e vida comunitária.
  • Estimular a participação ativa: criar um espaço onde as vozes das pessoas autistas e de suas famílias sejam ouvidas, incentivando a atuação nas políticas públicas relacionadas ao TEA.
O evento contará com a presença de especialistas renomados no campo do Transtorno do Espectro Autista, assim como representantes de organizações não governamentais e órgãos públicos dedicados à causa. Esta conferência representa uma oportunidade única para todos que desejam compreender melhor o autismo e contribuir para uma sociedade mais inclusiva e empática. As vagas para participação presencial são limitadas, mas também oferecemos a opção de acompanhamento on-line. Para mais informações e inscrições, visite o site oficial do evento. Quando as políticas públicas são implementadas de forma eficaz, todos saem ganhando. Pessoas com autismo têm a oportunidade de alcançar seu potencial máximo, enquanto a sociedade como um todo se beneficia da diversidade de talentos e perspectivas que esses indivíduos trazem. A falta de políticas públicas adequadas para o autismo afeta não apenas o indivíduo, mas também representa um custo para a sociedade. Isso inclui custos sociais e econômicos associados à exclusão, desemprego e falta de tratamento adequado. Em resumo, o autismo é uma parte valiosa da diversidade humana, e as políticas públicas são fundamentais para garantir que todos tenham a oportunidade de participar plenamente da sociedade. É hora de reconhecer essa necessidade e trabalhar juntos para criar um mundo mais inclusivo e acolhedor para todos.   Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

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