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Ética e Direito
Escritor e jurista José Paulo Cavalcanti Filho escreve sobre Octávio de Oliveira Lobo, apontado como herói, símbolo e exemplo de um futuro feito com ética cidadã e fé no Direito
José Paulo Cavalcanti Filho, escritor, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e colaborador do Espaço Democrático Edição Scriptum A Faculdade de Direito do Recife homenageou um de seus professores eméritos; com fixação de quadro, pintado pelo grande Roberto Ploeg (pronuncia-se Plur), na Sala dos Professores. Das suas muitas qualidades, tantos já falaram. Do papel relevante, para a democracia, que desempenhou como presidente da OAB de Pernambuco, nos negros anos da ditadura militar. De seu gosto por ser professor, na cadeira de Direito Comercial, especializado em Falências e Recuperação Judicial. De sua especial qualidade no conviver. Tudo muito justo e merecido. Mas prefiro, aqui, citar um traço, nele, que muito apreciava ‒ o compromisso com a ética. Não a “ética das responsabilidades”, de Max Weber, aquela dos homens públicos; equivalente, numa linguagem sindical (se é que isso existe), a uma ética de resultados. Não uma ética onde os fins (o sucesso) justifiquem os meios (as condutas). Não uma ética de aparências, que corresponderia à constatação do amigo Eduardo Galeano ‒ para quem únicos meios que justificam seus fins são "os meios de comunicação". Retraduzindo o conceito, para dar-lhe atualidade, essa ética seria aquela em que ser correto se justificaria por não poder deixar de ser assim. Uma ética que remonte aos seus primórdios. No começo dos tempos, sabemos todos, a vida social era dominada pelas crenças. Sem distinção objetiva entre religião, moral e direito. Até que, entre VII e II AC, veio o que Jaspers definiu como “período axial”. Surgem os primeiros grandes filósofos: Pitágoras, na Grécia; Zaratustra, na Pérsia; Buda, na Índia; Lao-Tsé e Confúcio, na China. Com esse “período axial”, veio também o questionamento dos mitos religiosos. E a compreensão de que nenhum poder político está acima do povo. Era uma ética, em consequência, fundada no bem comum. Por isso, a observação é de Toynbee, não foi casual terem sido contemporâneos o nascimento, na Grécia, da tragédia, da filosofia e da democracia. Essa ética em que todos devem acreditar, portanto, é aquela que retoma seu verdadeiro significado histórico. E que, valendo no passado, possa valer também no futuro. Ocorre ser o homenageado, também, advogado. O que nos remete ao passado. Num Discurso de Paraninfo que fez em 11 de dezembro do negro ano de 1964, louvando democracia e liberdade, disse José Paulo Cavalcanti (meu pai): “Os que forem advogados verão a justiça com suas incertezas, suas alegrias, suas desilusões, seu desespero com a inevitável lentidão do processo. Mas do advogado sobretudo importa dizer que ninguém vê tão de perto o homem, no seu trágico barro, rareado de estrelas”. Há duas maneiras de entender esta frase. Uma primeira, universal e mais abrangente, referindo que a maioria dos homens é barro trágico e apenas uns poucos são estrelas pela vida. Outra, particular e mais íntima, segundo a qual cada um de nós é quase o tempo todo barro, com raros momentos de estrela. E o amigo ainda hoje chorado, por sua trajetória, estaria em ambas as versões. Por ter muitos momentos de estrela em sua trajetória; e por se sobressair do barro trágico que contamina o indeterminado cidadão comum. Como o "caminhante que faz seus caminhos ao andar", usando palavras de Antonio Machado, ele era uma reluzente “estrela no mar”. Por tudo, então, saibam todos e cada um que reverencio essa figura importante, para o Brasil, o professor Octávio de Oliveira Lobo ‒ como herói, símbolo e exemplo de um futuro feito com ética cidadã e fé no Direito. Moldado no barro especial de que são feitas as estrelas. Razão porque ter sido amigo de alguém como ele é razão de orgulho, honra e privilégio. Viva Octávio Lobo! Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
Card link Another linkSaiba quais são os sete empregos que causam mais infelicidade, segundo Harvard
Pesquisa detectou fatores que contribuem para determinar o que pode aumentar ou diminuir a alegria no trabalho
[caption id="attachment_36888" align="aligncenter" width="560"] Estudo conclui que o sucesso profissional é determinado a partir dos relacionamentos positivos que desenvolvemos dentro e fora do ambiente de trabalho.[/caption]
Texto: Estação do Autor com La Nacion/O Globo
Edição: Scriptum
É natural que nas relações pessoais, assim como nas profissionais, busquemos satisfação, felicidade e, consequentemente, mais qualidade de vida. Durante 85 anos, desde 1938, a Universidade de Harvard vem estudando a questão. A partir da análise de mais de 700 profissionais de todo o mundo, a pesquisa detectou fatores que contribuem para determinar o que pode aumentar ou diminuir a alegria no trabalho.
Reportagem do La Nacion publicada no jornal O Globo aponta os sete empregos que podem gerar mais infelicidade, segundo o estudo. A boa notícia é que, em alguns casos, o extremo oposto pode acontecer.
Na maioria das vezes, as profissões mais solitárias são as que mais produzem infelicidade. Ao trabalharmos sozinhos temos a sensação de que o tempo passa mais devagar. Os pesquisadores revelam que a falta de interação social afeta negativamente nossa saúde. Essa situação costuma se agravar quando se adicionam rotações ou turnos noturnos na rotina dos trabalhadores. O estudo conclui ainda que não é o dinheiro que determina o sucesso profissional e sim os relacionamentos positivos que desenvolvemos dentro e fora do ambiente de trabalho. Hábitos saudáveis como exercícios físicos e dietas equilibradas também interferem diretamente para alcançar uma vida mais longa e feliz.
Entre os empregos que geram maior insatisfação estão os de entregador e de atendimento aos clientes. A pesquisa explica que isso se deve às interações negativas, uma vez que não é fácil lidar com pessoas impacientes ou com problemas constantes. Robert Waldinger, professor de psiquiatria da Harvard Medical School e diretor do Harvard Study Of Adult Development, cita neste caso os trabalhadores de call centers, que vivem em constante estresse. Afinal, eles passam o dia ao telefone atendendo clientes frustrados e apreensivos. Por outro lado, existem alguns mecanismos para combater a infelicidade nos trabalhos em equipe. O desenvolvimento de vínculos e a possibilidade de encontrar colegas que tenham interesses em comum, estabelecendo trocas saudáveis, pode ser uma alternativa.
Veja quais são as profissões que mais produzem infelicidade, de acordo com o estudo.
- Entregadores
- Motoristas de caminhões de longa distância
- Guardas de segurança
- Trabalhos com horários noturnos, como vigilantes e porteiros
- Trabalhos remotos
- Atendimento ao cliente
- Comércio varejista
Constituição brasileira é traduzida pela 1ª vez para língua indígena
Um grupo de 15 indígenas bilíngues da região do Alto Rio Negro e Médio Tapajós verteu o texto para o nheengatu, única língua ainda viva que descende do tupi antigo
[caption id="attachment_36806" align="aligncenter" width="560"] A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e a ministra Rosa Weber, do STF.[/caption]
Texto: Estação do Autor com Agência Brasil e Supremo Tribunal Federal (STF)
Edição: Scriptum
Promulgada há 35 anos, a Constituição brasileira tem agora uma versão inédita. A Carta Magna, traduzida para o nheengatu, foi lançada marcando a Década Internacional das Línguas Indígenas das Nações Unidas. A cerimônia aconteceu no último dia 19, no município de São Gabriel da Cachoeira (AM), na Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN). Um grupo de 15 indígenas bilíngues da região do Alto Rio Negro e Médio Tapajós foi responsável pela tradução.
Reportagem de Lucas Pordeus León publicada na Agência Brasil destaca a importância histórica dessa iniciativa, patrocinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Também participaram do lançamento da Constituição em Nheengatu a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e a presidente da Funai, Joenia Wapichana.
O último levantamento de línguas indígenas do Brasil registrou que as 305 etnias brasileiras mantêm vivos 274 idiomas no País, segundo o Censo de 2010. Chamada de Língua Geral Amazônica, o nheengatu é a única ainda viva que descende do tupi antigo, tendo traços que a relacionam com o tupi falado na costa brasileira. “(As línguas) conseguiram sobreviver mesmo diante de sucessivos ataques desde o início do processo de colonização desse território, que já era casa de inúmeros povos indígenas antes de ser chamado de Brasil. Por isso, preservar e valorizar a diversidade linguística brasileira é fundamental para a construção de uma sociedade plural e inclusiva”, destacou a ministra do STF Rosa Weber.
Para Lucas Marubo, do povo marubo, a tradução abre um precedente para que outros povos também tenham seus direitos traduzidos. Marubo considera esse um “momento histórico para os povos indígenas”. Já a tradutora Inory Kanamari, do povo kanamari, lembrou que é a primeira indígena da sua etnia a exercer a advocacia. “Estamos num país com diversidade imensa e não escuto nossas línguas nos espaços. A gente precisa fazer parte”, concluiu Inory.
A mudança climática está afetando o solo e a fundação de prédios urbanos
Já é possível quantificar deformações na superfície subterrânea, causadas por altas temperaturas, e seu efeito na construção civil
[caption id="attachment_36694" align="aligncenter" width="560"] Conforme o solo esquenta, ele também se deforma. Isso faz com que a fundação de prédios e o solo ao redor se movimentem.[/caption]
Texto: Estação do Autor com Revista Galileu/Globo
Edição: Scriptum
As consequências da mudança climática não estão apenas na superfície da terra. O aumento da temperatura ameaça também o subterrâneo das grandes cidades. Fundações de edifícios vem sendo afetadas por ilhas de calor que provocam mudanças no solo.
A relação entre a mudança climática e a mudança no solo de áreas urbanas foi objeto de estudo inédito realizado por pesquisadores da Universidade Northwestern, nos EUA. Reportagem publicada na revista Galileu (assinantes) mostra detalhes do trabalho que tornou possível quantificar deformações na superfície subterrânea, causadas por altas temperaturas e seu efeito na construção civil.
Análise publicada no periódico Communications Engineering aponta que, conforme o solo esquenta, ele também se deforma. Isso faz com que a fundação de prédios e o solo ao redor se movimentem. A ocorrência de expansões e contrações pode, assim, causar rachaduras. Pesquisadores supõem que vários edifícios já devem ter tido problemas e outros terão como resultado do aumento das temperaturas, esperado para os próximos anos.
A equipe de Alessandro Rotta Loria, engenheiro da Universidade Northwestern e líder do estudo, instalou uma rede sem fio de mais de 150 sensores de temperatura na superfície e no subsolo da região central de Chicago. Paralelamente, o mesmo procedimento foi aplicado em uma área verde, distante de edifícios e sistemas de transporte. Os dados coletados indicaram que as temperaturas do subsolo da região chegam a ser 10ºC mais quentes do que as da área verde. O engenheiro acredita que o fenômeno não chega a ser perigoso para a segurança das pessoas. No entanto, poderá afetar operações normais dos sistemas de fundação e a infraestrutura geral.