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Taxonomy - Manchete secundária

Combinação de drogas feita por brasileiros tem ação promissora contra tumores

Pesquisadores usaram dois medicamentos para suprimir tumores de forma não convencional

    [caption id="attachment_38358" align="aligncenter" width="560"] Matheus Henrique Dias é pós-doutorando sênior no Instituto do Câncer dos Países Baixos (NKI).[/caption]   Texto: Estação do Autor com Agência Fapesp / Galileu Edição: Scriptum   Na busca por novas drogas para tratar tumores cancerígenos, pesquisadores brasileiros contribuíram com uma descoberta importante. Uma combinação de duas drogas foi capaz de suprimir tumores de uma forma não convencional. Em vez de inibir a divisão das células tumorais, como fazem os medicamentos mais conhecidos, a estratégia consiste em superativar a sinalização dessas células a ponto de ficarem estressadas. Outra droga, então, ataca justamente essas que estão sob estresse. Reportagem de André Julião para Agência Fapesp, publicada na revista Galileu (assinantes), detalha o trabalho dos cientistas brasileiros que inovou ao superestimular e estressar células tumorais. A experiência deve ser testada em pacientes nos Países Baixos, ainda em 2024. Publicado na revista Cancer Discovery, o estudo tem como primeiro autor Matheus Henrique Dias, atualmente pós-doutorando sênior no Instituto do Câncer dos Países Baixos (NKI). Dias começou a desenvolver o medicamento durante seu pós-doutorado, no Instituto Butantan, com estágio na Universidade de Liverpool, no Reino Unido. O projeto ocorreu no âmbito do Centro de Toxinas, Resposta-Imune e Sinalização Celular (CeTICs), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Durante o processo, os pesquisadores concluíram que as células de câncer passam a proliferar menos não porque são inibidas diretamente por uma droga, como ocorre com os tratamentos mais usados na quimioterapia. Um dos coautores do estudo, Marcelo Santos da Silva, professor do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP), apoiado pela FAPESP, realizava pós-doutorado no Butantan na mesma época que Dias e desenvolveu um ensaio para quantificar o estresse das células tumorais. Marcelo explica que quando superativadas, as células tumorais replicam o DNA ainda mais rápido do que o normal. Como não estão preparadas para lidar com essa velocidade de replicação, acabam gerando danos no DNA, o chamado estresse replicativo. Na USP, Silva pretende aplicar o mesmo princípio do potencial tratamento de câncer para eliminar parasitas causadores de doenças negligenciadas. Isso porque os protozoários causadores da doença de Chagas, e os da leishmaniose, por exemplo, têm um comportamento similar às células de câncer, se replicando muito rápido dentro da célula hospedeira.

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Escolas da Ilha de Marajó não tem saneamento adequado, aponta levantamento

Na ausência de banheiros, as unidades escolares recorrem ao uso de latrinas, geralmente encontradas em estruturas precárias de madeira próximas às escolas

[caption id="attachment_38340" align="aligncenter" width="560"] Em Marajó, 93% das escolas não têm abastecimento público de água para consumo humano e uso geral, e 60% não apresentaram tratamento de esgoto[/caption]   Texto Estação do Autor com Um Só Planeta/globo Edição Scriptum Saneamento básico é sinônimo de uma vida saudável e digna. A falta de água potável e esgotamento sanitário leva, principalmente, à morte de crianças por doenças como diarreia e esquistossomose. Dados do SUS registram mais de 9 mil óbitos de crianças e adolescentes com até 14 anos entre 2018 e 2020, por doenças relacionadas ao saneamento básico no Brasil. A situação é mais crítica nas áreas mais isoladas do país, como a Ilha do Marajó, no Pará, com uma população majoritariamente rural. Conhecida por sua beleza natural e riqueza cultural, a maior ilha fluviomarinha do mundo ilustra o problema da falta de saneamento básico, especialmente nas escolas. Reportagem publicada pelo site Um Só Planeta retrata a falta de saneamento básico na Ilha de Marajó, segundo levantamento inédito coordenado pela ONG Habitat para a Humanidade Brasil, que vistoriou 398 escolas com até 50 alunos de 16 municípios da região. Do total, 93% não têm abastecimento público de água para consumo humano e uso geral, 60% não apresentaram tratamento de esgoto, sendo que 149 não tinham sequer banheiro e 89% não contam com serviço de coleta de resíduos sólidos. São mais de 15 mil crianças e adolescentes impactadas. A Habitat Brasil constatou que o déficit de saneamento, que inclui ainda a destinação adequada de resíduos sólidos e drenagem urbana, afeta não apenas a qualidade de vida, mas também o acesso à educação e à saúde (muitos alunos perdem dias de aula por estarem doentes em casa) e compromete a segurança de estudantes e profissionais impactando negativamente o processo educativo. O levantamento encontrou 88 escolas nas quais a água para consumo humano não recebe nenhum tipo de tratamento e 126 escolas em que o tratamento da água para consumo humano é realizado com aplicação de cloro ou hipoclorito. Os pesquisadores também identificaram que 45% das escolas não têm acesso a energia elétrica. Na ausência de banheiros, as unidades escolares recorrem ao uso de latrinas, geralmente encontradas em estruturas precárias de madeira próximas às escolas, sem um sistema adequado de esgoto, ou até mesmo escolas que não possuem sequer esse tipo de instalação. O projeto da Habitat Brasil irá beneficiar 460 instituições com até 50 alunos e com déficit de abastecimento de água potável e/ou esgotamento sanitário da região.

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Perse pode ser exemplo de negociação entre Executivo e Congresso

Cientista político Rogério Schmitt fez apresentação sobre o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos em reunião semanal da fundação

[caption id="attachment_38331" align="aligncenter" width="560"] O cientista político Rogério Schmitt: programa concedeu a negociação de dívidas com redução de até 100% do valor dos juros, multas e encargos legais[/caption]   Redação Scriptum   O processo de aperfeiçoamento na legislação do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), criado ainda durante o governo de Jair Bolsonaro para aliviar uma das atividades econômicas que mais sofreram durante a pandemia de Covid-19, pode ser considerado um episódio bem-sucedido de negociação entre o governo e o Congresso, no qual as duas partes cederam para chegar a um acordo satisfatório. A avaliação foi feita pelo cientista político Rogério Schmitt nesta terça-feira (19) em apresentação na reunião semanal do Espaço Democrático – a fundação para estudos e formação política do PSD. Schmitt apontou que para encontrar equilíbrio fiscal, em vez de adotar medidas para reduzir as despesas públicas, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva vem atuando na ponta contrária, de aumento de receitas, em especial pelo que o Ministério da Fazenda chama de gastos tributários – isenções, subvenções e desonerações dadas a setores da economia. “Em 2023, segundo levantamento do Tribunal de Contas da União, o total desses gastos tributários foi de R$ 519 bilhões, nos quais se inseriu o Perse”, apontou ele. O cientista político fez o histórico do Perse desde a sua criação, em maio de 2021, por iniciativa do Congresso Nacional. Destinado a empresas dos setores de eventos – espetáculos, casas de shows e buffets, hotelaria, salas de cinema e prestação de serviços turísticos – concedeu a negociação de dívidas tributárias e não tributárias com redução de até 100% do valor dos juros, multas e encargos legais, com parcelamento em até 145 meses, além de parcelamento em até 60 meses para débitos previdenciários. Em dezembro de 2022, no final do seu governo, Bolsonaro baixou medida provisória que zerou pelo prazo de cinco anos as alíquotas de PIS, Cofins, IRPJ e CSLL e redefiniu as atividades econômicas beneficiadas. Com modificações, a MP foi aprovada pelo Congresso, já durante o governo Lula, aumentando de 38 para 44 as atividades econômicas. Até que no final do ano passado Lula baixou a MP 1.202, que entre outras medidas revogou todos os benefícios fiscais do Perse (o IRPJ a partir de 1/1/2025 e a CSLL, o PIS e a Cofins a partir de 1/4/2024). “A revogação unilateral do Perse foi muito mal recebida no Congresso”, disse Schmitt. “E a liderança do governo na Câmara apresentou no final de março um projeto de lei alternativo, que passou a ser negociado”. O cientista político lembrou que o impacto fiscal do Perse provocou grande controvérsia: nas contas do Ministério da Fazenda, a renúncia fiscal teria ficado em R$ 4,4 bi em 2021, mas subido para R$ 10 bi em 2022 e para R$ 13 bi em 2023; nas contas de uma das associações do setor de eventos, a renúncia fiscal em 2023 teria sido de R$ 6,5 bi. “O fato é que após intensa negociação entre Executivo e Congresso a reformulação do Perse foi rapidamente aprovada na Câmara e no Senado e a lei 14.859 foi sancionada sem vetos pelo presidente Lula”, apontou Schmitt. A nova lei limitou o programa. Os benefícios fiscais (alíquotas zero de IRPJ, CSLL, PIS e Cofins) terão um teto de R$ 15 bilhões até dezembro de 2026 (o que vier primeiro) e as atividades econômicas beneficiadas foram reduzidas de 44 para 30. O modelo de negociação, segundo o cientista político, pode ser um caminho para o que considera desafios políticos que precisarão ser resolvidos nos próximos meses, o principal deles a compensação pelas desonerações das folhas salariais dos municípios e também de 17 setores da economia. Participaram da palestra de Rogério Schmitt o cientista político Rubens Figueiredo, o sociólogo Tulio Kahn, os economistas Roberto Macedo e Luiz Alberto Machado, o gestor público Januario Montone e os jornalistas Eduardo Mattos e Sérgio Rondino, coordenador de comunicação do Espaço Democrático.

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Coqueluche, a doença que voltou a preocupar o mundo

Também conhecida como tosse comprida, é uma infecção respiratória caracterizada por crises de tosse seca, podendo atingir traqueia e brônquios

[caption id="attachment_38316" align="aligncenter" width="560"] De 2019 a 2023, todas as unidades federativas do País notificaram casos de coqueluche.[/caption]   Texto: Estação do Autor com Agência Brasil Edição: Scriptum   A coqueluche está de volta e preocupa agentes de saúde no mundo todo. União Europeia, China e Bolívia registram aumento de surtos da doença. No Brasil, ainda que tenha havido uma queda de casos durante a pandemia de Covid-19, hoje, em alguns Estados, o número volta a crescer. Reportagem de Paula Laboissière para a Agência Brasil mostra o que é, quais são os sintomas e a importância da vacina para controlar a doença. Causada pela bactéria Bordetella Pertussis, a coqueluche, também conhecida como tosse comprida, é uma infecção respiratória caracterizada por crises de tosse seca, podendo atingir traqueia e brônquios. Os casos tendem a se alastrar mais em épocas de clima ameno ou frio, como primavera e inverno. De 2019 a 2023, todas as unidades federativas do País notificaram casos de coqueluche. Pernambuco confirmou o maior número (776), seguido por São Paulo (300), Minas Gerais (253), Paraná (158), Rio Grande do Sul (148) e Bahia (122). No mesmo período, foram registradas 12 mortes pela doença. Em 2024, os números continuam altos. A Secretaria de Saúde de São Paulo notificou 139 casos de janeiro até o início de junho. Um aumento de 768,7% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando houve 16 registros da doença no Estado. Por conta do aumento de surtos de coqueluche, o Ministério da Saúde recomenda ampliar, em caráter excepcional, e intensificar a vacinação contra a doença no Brasil. Reforçando o pedido para que Estados e municípios fortaleçam ações de vigilância epidemiológica. A principal forma de prevenção da coqueluche é a vacinação de crianças menores de 1 ano, com a aplicação de doses de reforço aos 15 meses e aos 4 anos, além da imunização de gestantes e puérperas e de profissionais da área da saúde. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar. Em alguns casos, a transmissão pode ocorrer por objetos contaminados. Os sintomas são parecidos com os de um resfriado e incluem mal-estar geral, corrimento nasal, tosse seca e febre baixa. No estágio intermediário da doença, a tosse passa de leve e seca para severa e descontrolada, podendo comprometer a respiração. As crises de tosse podem provocar ainda vômito ou cansaço extremo. Geralmente, os sinais e sintomas da coqueluche duram entre seis e dez semanas.

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