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Lula e Tarcísio garantem diálogo entre esquerda e direita, diz Kassab

Em entrevista ao Brazil Journal, presidente nacional do PSD diz que importante é que a polarização seja liderada por pessoas que entendam que o País não pode entrar numa guerra fratricida

[caption id="attachment_54757" align="aligncenter" width="763"] Kassab: "À medida em que Lula, como presidente, e governadores como Tarcísio dialoguem, a democracia se fortalece"[/caption] Cristiano Romero, do Brazil Journal Edição Scriptum A polarização extrema da política brasileira ainda não tira o sono de Gilberto Kassab, o influente presidente do Partido Social Democrático (PSD), articulador político do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e seu secretário de Governo e Relações Institucionais. Na sua opinião, a polarização só se torna perigosa quando não há diálogo entre os polos do espectro político. Lula tirou Jair Bolsonaro da Presidência com a menor margem de votos da história. Os dois continuam sendo os líderes mais amados do País e, também, os mais rejeitados. Os ataques de quase seis mil bolsonaristas às sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram o momento mais grave dos 38 anos de redemocratização. Simbolizam uma intolerância que não se via no País desde a ditadura militar. Neste ambiente, não há “pontes” entre os dois polos. Mas Kassab – um negociador por excelência –  enxerga uma saída. “À medida que Lula e governadores como Tarcísio dialoguem, a democracia se fortalece,” disse Kassab em entrevista exclusiva ao repórter Cristiano Romero, do Brazil Journal. Para ele, a polarização não prejudicará o País, “desde que lideranças como Tarcísio e Lula não percam o protagonismo do processo.” “Os dois têm perfil político moderado. Bolsonaro já percebeu que terá sempre o apoio de Tarcísio. E Lula, que tem mais experiência, já deixou claro que não quer entrar numa guerra,” explica. Tarcísio já se reuniu com Lula em Brasília, e no início do mês dividiu um palanque com o presidente em Santos. Em Brasília, até os dois Candangos esculpidos por Bruno Giorgi na Praça dos Três Poderes sabem que quem construiu a ponte entre os dois foi Kassab. É possível que Bolsonaro não esteja satisfeito com a influência de Kassab sobre Tarcísio. Na semana passada, o Estado de S.Paulo informou que o ex-presidente vetou o apoio do PL a candidatos do PSD nas eleições municipais deste ano. “O Bolsonaro não é da política, e eu sou,” diz Kassab. Nesta entrevista, ele diz que não é bolsonarista, mas deixa claro que Tarcísio é leal ao ex-presidente e, em 2026, será candidato à reeleição com o seu apoio. Acrescenta também que caberá a Bolsonaro escolher o candidato presidencial da direita. Indagado sobre o suposto plano de Bolsonaro de dar um golpe de Estado, segundo investigação da Polícia Federal, Kassab diz que, “se ele errou, vai pagar por seus erros.” “Estou torcendo para que tudo seja esclarecido. Quero que ele tenha argumentos para esclarecer. Isso é muito melhor para que os brasileiros continuem acreditando na democracia.” O PSD, fundado por Kassab em 2011, tem hoje o maior número de prefeitos do Brasil (968). No Estado de São Paulo, 51% dos municípios são governados por seu partido. A legenda possui ainda a maior bancada no Senado (15) e, na Câmara, integra o segundo maior bloco em número de votos (143). Abaixo, os principais trechos da conversa. Como o senhor vê a polarização política aguda que o País vive neste momento? A polarização não é um problema em si. O importante é que ela seja liderada por pessoas que entendam que o País não pode entrar numa guerra fratricida. Já não estamos vivendo essa guerra? Não! Quase estivemos. Em qualquer democracia há esse enfrentamento da esquerda contra a direita, com o centro moderando ou tentando moderar. Não temos nada diferente disso ainda. E tem o centro. No Brasil, temos hoje na esquerda e na centro-esquerda um líder, o Lula. Na direita e na centro-direita, outro líder, o Tarcísio, pela dimensão do cargo que é o de governador de São Paulo. O líder da direita não é Bolsonaro? Tarcísio não tem como se afastar do ex-presidente. Ele tem que ser leal, afinal foi Bolsonaro que o fez ministro e deu a ele a oportunidade de ser governador, apoiando-o na eleição. Mas o Tarcísio, hoje, como governador de São Paulo, tem identidade e liderança próprias. Porém, o ex-presidente sabe que contará com Tarcísio para o seu projeto nacional. Quanto à polarização, na minha opinião, a estabilidade entre os dois polos da política precisa se consolidar. Por quê? Porque à medida em que for se consolidando, diminui a chance de aparecerem projetos aventureiros. Não se pode ter uma estrutura partidária como tínhamos há alguns anos, com 40 partidos. O Brasil está no rumo certo ao diminuir o número de siglas. Com isso, não haverá mais donos de partidos, mas, sim, líderes. Mas, na tradição brasileira, os partidos têm dono… A redução do número de agremiações partidárias já está acontecendo. Num país como o Brasil, com 156 milhões de eleitores e três ou quatro legendas, os partidos não terão donos. Isso é muito saudável. A centro-direita caminha para ser liderada por Tarcísio nos próximos vinte anos, se ele não errar. E o Lula, com idade mais avançada [78 anos], tem a missão de deixar como legado a organização da centro-esquerda. Este é o rumo do Brasil. O senhor projeta a liderança de Tarcísio, mas políticos próximos de Bolsonaro questionam a lealdade do governador em relação ao ex-presidente. Ninguém pode sonhar em afastar o Tarcísio do Bolsonaro. Assim como não é bom o Geraldo Alckmin se afastar do Lula. Por quê? Porque o Geraldo garante o centro para Lula. O senhor não acha que Bolsonaro se sente ameaçado por Tarcísio, justamente por ele ser o governador de São Paulo? Não, porque Tarcísio é uma pessoa muito correta. Ele jamais deixará de ser grato e leal a Bolsonaro. Isso está claro. O caminho de Tarcísio é ser candidato à reeleição em São Paulo e, com certeza, apoiado por Bolsonaro. Quem governa o Estado de São Paulo costuma logo entusiasmar-se com a possibilidade de, na sequência, eleger-se presidente. Os últimos três governadores do estado – José Serra, Alckmin e João Doria – trilharam esse caminho. Tarcísio não será candidato à presidência em 2026? Está claro que o candidato de Bolsonaro à presidência terá o apoio de Tarcísio. Só falta alguém imaginar que ele vá apoiar o candidato do Lula… Como ele está cuidando de São Paulo, Bolsonaro, o PL e o PP estão cuidando do projeto nacional. Tarcísio será leal a esse projeto e é correto que seja. Em São Paulo, ele tem um arco de alianças que o elegeu, hoje ampliado, e que sob seu comando vai trabalhar para reelegê-lo. E quem deverá ser o candidato da centro-direita e da direita em 2026? Bolsonaro terá um papel preponderante na escolha. Não se pode negar que ele tem hoje entre 20% e 30% do eleitorado e é bem provável que continue tendo esse apoio. A polarização não prejudica o País? Não, desde que lideranças como Tarcísio e Lula não percam o protagonismo do processo. Estamos falando dos líderes que ocupam os dois cargos de poder mais importantes no Brasil. Os dois têm perfil político moderado. Bolsonaro já percebeu que terá sempre o apoio de Tarcísio. E Lula, que tem mais experiência, já deixou claro que não quer entrar numa guerra. Agora, ele é adversário de Bolsonaro. O que puder fazer para derrotá-lo, ele o fará. Isso é da política. Hoje não há diálogo entre os dois polos… À medida em que Lula, como presidente, e governadores como Tarcísio dialoguem, a democracia se fortalece. Certamente o senhor incentiva esse diálogo, afinal foi quem levou o governador para conversar pela primeira vez com Lula. E defendeu isso dentro do governo paulista. Surgiram, inclusive, rumores de que Tarcísio poderia aliar-se ao petista. Essa chance é zero! Fui um dos que ajudaram a construir essa ponte entre o governador e o presidente. Quando houve o episódio de 8 de janeiro e os governadores foram chamados, fui uma das vozes dentro do governo defendendo essa posição, de que Tarcísio fosse a Brasília. E depois, quando a ministra Rosa Weber [então presidente do STF] ligou, a reunião ganhou um caráter ainda mais institucional. Mais tarde, ele teve aquela audiência com Lula. Na sua visão, Lula está preparando a esquerda para um futuro sem ele? Acho que ele é candidato à reeleição em 2026, mas está construindo o seu legado. Está procurando trazer o Guilherme Boulos [pré-candidato à prefeitura de São Paulo], que era um líder desgarrado, para perto. Está sabendo dar projeção nacional ao Fernando Haddad [ministro da Fazenda], ao Rui Costa [ministro da Casa Civil], entre outros. São lideranças que terão no mínimo 20 anos pela frente na política. Lula também está criando pontes com o centro através de Geraldo Alckmin. Qual é o seu papel e o do PSD neste momento em que predomina a falta de diálogo? Não se consegue fazer uma ponte entre dois projetos ruins. A ponte será boa para o Brasil se Tarcísio for um bom governador para São Paulo e Lula um bom presidente para o Brasil. Acho que os dois estão indo bem, cada um com as suas circunstâncias, as suas dificuldades, ambos com falta de recursos. Isso é muito ruim, afinal é um País com muitas carências. A falta de recursos desgasta o governante. Apesar dessas dificuldades, as próprias pesquisas de opinião têm sido muito positivas em relação a Tarcísio e Lula. O senhor diz que a consolidação dos campos da esquerda e da direita evitaria o florescimento de aventureiros. A eleição de Bolsonaro em 2018 não foi uma aventura? Na verdade, Bolsonaro foi a alternativa que o brasileiro encontrou para tirar o PT do poder. Ele foi o único que combateu o governo do PT. Foi inteligente e competente ao enxergar que o Brasil não queria mais o PT. Ele começou a correr o Brasil com esse discurso e venceu as eleições. E perdeu uma grande oportunidade. Qual? O governo dele teve méritos e erros que, na minha avaliação, foram erros que ele mesmo cometeu. Dá para falar que Paulo Guedes foi um mau ministro? É claro que não. Durante a Covid, ele deixou o Brasil de pé. As circunstâncias e os erros de Bolsonaro o levaram a ter um desgaste, e ele não teve apoio da política porque sempre negou a política. O senhor foi ministro do governo Dilma, e hoje está no governo de São Paulo. Qual é a relação que o senhor tem com Lula? É uma relação muito boa. O Lula sabe da minha correção e tem consciência de que o meu campo é na centro-direita e não na centro-esquerda. Mas temos e já tivemos alianças táticas importantes. Quando e onde? Na montagem do PSD, fizemos uma aliança e apoiamos a Dilma para presidente, de cabeça erguida e sem nenhum fisiologismo. Hoje o PSD dá uma contribuição para a governabilidade. O Lula sabe que eu, apesar de presidente nacional do partido, em São Paulo estou com Tarcísio e não com o PT. Lula respeita isso. Como o PSD atua no Congresso em relação ao governo Lula? No Congresso, o PSD é liderado pelo senador Otto Alencar, que é aliado do PT na Bahia e vice-presidente nacional do partido, e pelo deputado Antônio Brito, também aliado do PT baiano e vice-presidente nacional da legenda. Os dois lideram e coordenam as bancadas para dar governabilidade. Lula sabe que a minha prioridade é trabalhar pela governabilidade, o equilíbrio e o fortalecimento da democracia. O senhor construiu o PSD num Estado onde o PFL e, depois, seu sucedâneo, o DEM, nunca foram fortes. Como foi isso? O PSDB era tão forte em São Paulo que estrategicamente preferimos construir o partido em outros Estados. Na hora em que o PSDB tropeçou em São Paulo, naturalmente, dentro da base do Tarcísio, o partido que tinha mais afinidade com as lideranças do PSDB era o PSD. Modéstia à parte, como líder no Estado e há quase 40 anos convivendo com essas lideranças político-partidárias paulistas, eu e o PSD tivemos mais facilidade em atrair esses líderes, que se sentiram mais confortáveis em deixar o PSDB e vir para o PSD. Os outros partidos ou não tinham cacoete político – como as bases bolsonaristas que vieram de movimentos distintos da política e ainda estão aprendendo a construir a política partidária – ou são ligados às igrejas. O crescimento do PSD foi natural e dentro da base de Tarcísio. Ninguém questiona a lealdade do PSD e a minha ao Tarcísio. Isso é público e foi dito, inclusive, ao Lula. Nós entendemos que Tarcísio é um bom caminho para o Brasil no futuro, mas não em 2026. Como o senhor define, então, o PSD? O PSD está se consolidando como um partido de centro, com uma relação de respeito com a esquerda e em parceria com a direita. Ideologicamente, o partido está no campo da centro-direita. O PSD, porém, tem inteligência para compreender que em alguns Estados há lideranças que são de centro, mas que, ao longo de sua história, construíram parcerias com a esquerda. Onde? Na Bahia, por exemplo. Otto Alencar não é de esquerda. Antônio Brito também não é. Os dois têm uma relação sólida com o PT da Bahia. Pergunto a você: eu deveria expulsar o Otto do partido? Imagina! É o contrário. Tenho que respeitar isso. Ele é vice-presidente, o número 2 do partido desde a sua fundação. Otto, além de tudo, não é fisiológico. Ele foi contra a participação do PSD no governo Bolsonaro. Acho até que o Bolsonaro não teve a habilidade de conquistá-lo ou tê-lo mais próximo. Não pode haver essa aversão: “Ah, o cara é de esquerda, eu não quero saber”. É o que está acontecendo no Brasil hoje e vice-versa? É, mas é preciso trabalhar para reverter isso, o que venho fazendo. Não sou de esquerda, mas entendo ser importante cultivar relações com o PT e outros partidos de esquerda. No caso específico do atual governo, Lula ganhou a eleição. Eu não vou trabalhar para ele dar errado. Aqui em São Paulo, o outro lado da moeda prevalece. Somos governo e procuramos conviver com os partidos e parlamentares da oposição. Entre o governador e a oposição feita pelo PT? O PT é nosso adversário, mas existe diálogo. Petistas são recebidos aqui no Palácio pelo governador. São deputados eleitos, embora sejam nossos adversários. O MST, por exemplo. Temos profunda discordância com ações que o MST promove. O governador já deixou isso claro. Agora, não é por isso que deixaremos de autorizar o uso do Parque Estadual da Água Branca [localizado no bairro da Barra Funda, na capital paulista], onde eles montaram a sua feira de produtos agrícolas, como foi feito no ano passado. O governador Tarcísio já deixou claro, por outro lado, que irá agir com muito rigor contra invasões de terras. São Paulo dá um exemplo de diálogo e a gente quer levar esse modelo para o Brasil. Felizmente, o presidente Lula também pensa assim. O senhor se considera um bolsonarista? Não, não sou! Eu sou da política, mas é importante deixar claro o seguinte: eu não sou contra Bolsonaro. Não posso ser contra ele porque o meu líder, que é o governador de São Paulo, é aliado dele. Aqui em São Paulo, ajudei a eleger Tarcísio, que, por sua vez, ajudou Bolsonaro. A campanha de Tarcísio foi feita dentro da sede do PSD, que levou o nome de Bolsonaro. As reuniões políticas realizadas na minha casa foram inúmeras e em todas elas o Tarcísio fez campanha por Bolsonaro. Qual é a divergência entre o senhor e o ex-presidente? A divergência é que Bolsonaro não é da política e eu sou. Diante das gravações que mostram Bolsonaro supostamente articulando um golpe de Estado antes de deixar a presidência, o senhor não acha que ele representa uma ameaça à democracia? Se ele errou, vai pagar por seus erros. Não estou entre os que torcem para que ele se dê mal. Estou torcendo para que tudo seja esclarecido. Quero que ele tenha argumentos para esclarecer o que aconteceu. Isso é muito melhor para que os brasileiros continuem acreditando na democracia. Tem que dar a Bolsonaro todo o direito ao esclarecimento, isso é importante para o País e eu torço para que o faça, porque ele tem um papel relevante ao liderar a direita no Brasil.  

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Canadá 4 x 0 Brasil

Luiz Alberto Machado e Paulo Galvão Jr. escrevem que o Brasil, com população de 203 milhões de habitantes, não tem nenhum ganhador do Nobel, enquanto o Canadá, com população de 40,5 milhões , tem mais de 20

Luiz Alberto Machado, economista e colaborador do Espaço Democrático, e Paulo Galvão Jr., economista Edição Scriptum Enquanto o Brasil, com população estimada de 203 milhões de habitantes, não possui nenhum brasileiro laureado com o Prêmio Nobel, o Canadá, com população estimada de 40,5 milhões de habitantes, possui mais de duas dezenas de laureados, sendo quatro dos quais na categoria de ciências econômicas. O presente artigo fornece informações sobre os quatro economistas nascidos no Canadá, o segundo maior país do mundo em extensão territorial, ganhadores do Prêmio Nobel de Economia: William Vickrey (1996), Myron Scholes (1997), Robert Mundell (1999) e David Card (2021). O Prêmio Nobel de Economia é oficialmente conhecido como Prêmio do Banco Real Sueco de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel e outorgado anualmente pela Academia Real das Ciências da Suécia a intelectuais do campo das ciências econômicas[1]. O primeiro prêmio foi entregue em Estocolmo, em 1969, aos economistas Ragnar Frisch e Jan Tinbergen, por terem desenvolvido e aplicado modelos dinâmicos para a análise dos processos econômicos. Cada premiado leva uma medalha, um diploma e um prêmio em coroas suecas que tem variado conforme os anos. William Vickrey, que nasceu em 21 de julho de 1914, em Vitória, a capital da província de British Columbia, no Canadá, recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 1996, juntamente com o economista americano James Mirrlees, “por suas contribuições fundamentais para a teoria econômica dos incentivos sob a informação assimétrica”, através da teoria dos leilões, com aplicações significativas em diversos campos, incluindo finanças públicas, e na sua pesquisa em economia da informação assimétrica. Depois de obter seu bacharelado em Matemática na Universidade de Yale, em 1935, Vickery concluiu seu mestrado em 1937 e doutorado em 1948, em Ciências Econômicas, na Universidade de Columbia, onde permaneceu durante a maior parte de sua carreira. Curiosamente, William Vickery morreu três dias antes do anúncio do Prêmio Nobel de Economia de 1996, de insuficiência cardíaca, enquanto viajava para uma conferência de acadêmicos. Seu colega do Departamento de Economia da Universidade de Columbia, C. Lowell Harriss aceitou o prêmio póstumo em seu nome. Chamam muita atenção as reflexões críticas do pensamento do professor William Vickrey: “Os déficits não produzem por si mesmo inflação, nem um orçamento equilibrado garante um nível de preços estável”. Em seguida: “Quase todas as despesas educacionais devem ser consideradas despesa de capital, quer proporcione um retorno futuro sob a forma de renda tributável aumentada ou em termos de uma qualidade de vida melhorada”. Myron Scholes, que nasceu em 1º de julho de 1941, em Timmins, na província de Ontário, no Canadá, foi agraciado com o Prêmio Nobel de Economia em 1997, juntamente com o economista americano Robert C. Merton, por seu trabalho revolucionário na área de finanças, “pela nova metodologia para determinação do valor de derivativos”, especificamente, pela criação de um modelo para precificação de opções financeiras, conhecido como o Modelo de Precificação de Opções de Black-Scholes. O economista Myron Scholes é PhD pela Universidade de Chicago, onde lecionou de 1973 a 1983. Nessa época deu aulas também no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e lá conheceu o professor Fischer Black. Passou a pesquisar com ele uma fórmula para estimar o valor de opções de ações nos mercados financeiros. Denominada de Black-Scholes, sobrenome dos dois pesquisadores, ela foi publicada em 1973 e, posteriormente, aperfeiçoada por Robert Merton. A partir de 1983, Scholes assumiu o cargo de professor titular de finanças da Escola de Negócios, dando aulas de legislação na Escola de Direito na Universidade de Stanford. Deixou a universidade em 1996, para dedicar-se integralmente à Long Term Capital Management, empresa especializada em gerenciar investimentos criada por ele em 1994. O Modelo de Black-Scholes tornou-se uma ferramenta fundamental na avaliação de derivativos financeiros, proporcionando uma abordagem matemática para estimar o valor de opções de compra e venda. A contribuição de Scholes e Merton foi crucial para o desenvolvimento da teoria financeira moderna e teve um impacto significativo nos mercados financeiros. O professor Myron Scholes é consultor em várias instituições financeiras e continua a partilhar a sua experiência e o seu vasto conhecimento por meio de palestras para grupos acadêmicos e organizações empresariais em todo o planeta. Robert Mundell, que nasceu em 24 de outubro de 1932, em Kingston, na província de Ontário, no Canadá, recebeu o Nobel de Economia em 1999, por sua análise das políticas monetárias e fiscais sob diferentes regimes cambiais e pela análise das áreas monetárias ótimas. Ao longo de sua carreira acadêmica foi professor da Universidade de Stanford, da Universidade Johns Hopkins, da McGill University, do Brookings Institute e da Universidade de Chicago, tendo lecionado, desde 1971 na Universidade de Waterloo e desde 1974 na Universidade de Columbia, em Nova York. Mundell se tornou conhecido por seu trabalho em economia internacional e, em particular, por suas contribuições para a teoria das áreas monetárias ótimas, que examina as condições sob as quais a adoção de uma moeda única em uma região geográfica pode ser economicamente eficiente. Suas ideias e pesquisas tiveram impacto significativo nas políticas econômicas globais e nas discussões sobre integração econômica e moedas comuns como o euro na União Europeia (UE). David Card, nascido em 1956, em Guelph, província canadense de Ontário, foi laureado com o Nobel de Economia em 2021, dividindo o prêmio com o norte-americano Joshua Angrist e o holandês Guido Imbens, “por suas contribuições para a pesquisa empírica em economia do trabalho”, particularmente por seus estudos sobre o impacto do salário-mínimo e da imigração. O economista David Edward Card é professor de Economia na Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, e suas pesquisas abrangem salário-mínimo, educação, desigualdade, formação profissional, questões relacionadas com o gênero e imigração, sobretudo na comparação entre os Estados Unidos e o vizinho Canadá. Além disso, escreve artigos e participa de palestras sobre Economia Comportamental. Dos quatro economistas canadenses, Robert Mundell (1932-2021), que não se naturalizou americano como William Vickery, Myron Scholes e David Card, é o mais conhecido pelos economistas brasileiros por ser o mentor intelectual do euro e da macroeconomia aberta. Ele foi o terceiro economista canadense a ganhar o Nobel de Economia e sua visão macroeconômica é muito conhecida através do Modelo Mundell-Fleming. Em suma, esses quatro economistas canadenses foram reconhecidos por suas notáveis contribuições para a compreensão e o avanço da teoria econômica em diversas áreas, entre as quais destacam-se finanças, teoria dos leilões, políticas monetárias e fiscais, taxas de câmbio e economia do trabalho.   [1] Entre os ganhadores do Prêmio Nobel de Economia encontram-se alguns não economistas, entre os quais destacam-se o matemático John Nash, que dividiu o Prêmio em 1994 com John Harsanyi e Reinhard Selten, pela análise pioneira de equilíbrio na teoria de jogos não cooperativos, e o psicólogo Daniel Kahneman, que dividiu o Prêmio em 2002 com Vernon Smith, por ter integrado insights de pesquisa psicológica em Ciência Econômica, especialmente sobre o julgamento humano e tomada de decisão sob incerteza.   Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

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Planos fechados de previdência: o que muda com a adesão automática

Para o economista Roberto Macedo, novidade é importante para incentivar o trabalhador a fazer poupança previdenciária. Ouça

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Estudante mineira de 17 anos é a mais jovem a entrar na lista da Forbes Under 30

Millena Xavier e o amigo Lucas Tejedor desenvolveram a ONG Prep Olimpíadas, que estimula a participação de jovens em olimpíadas científicas

[caption id="attachment_37859" align="aligncenter" width="646"] Milena Xavier: "Abrir portas para que jovens como eu enxerguem oportunidades”[/caption]     Texto Estação do Autor com g1 Edição Scriptum Nascida em Juiz de Fora, a mineira Millena Xavier ganhou destaque como a mais jovem estudante a fazer parte da lista da Forbes Under 30, na categoria Ciência e Educação. Desde 2014 o ranking reconhece jovens empreendedores, criadores e game-changers de até 30 anos que revolucionam os negócios e transformam o mundo. Ela e o amigo Lucas Tejedor desenvolvem a ONG Prep Olimpíadas, que estimula a participação de jovens em olimpíadas científicas. Reportagem de Ana Clara Ciscotto e Victória Jenz para o site g1 dá mais detalhes sobre a trajetória da estudante que já coleciona 38 premiações em competições científicas, sendo três ouros nas Olimpíadas Brasileiras de Tecnologia e Informática. A ideia do projeto surgiu após Millena perceber que alguns estudantes tinham dificuldades em se inscrever nas competições científicas e encontrar materiais necessários para os estudos. A ONG Prep Olimpíadas, que utiliza ferramentas de Inteligência Artificial para buscar vagas em processos e conteúdos, já impactou cerca de 60 mil jovens em situação de vulnerabilidade social. “Quero estudar em Stanford, montar a minha própria empresa e ajudar jovens que desejam estudar fora por meio de uma Fundação Social, assim como estão me ajudando atualmente. Espero poder abrir portas para que jovens como eu enxerguem essas oportunidades, que antes eram ocultas”, declara a jovem.

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