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Números indicam que o PIB continuará crescendo pouco

Ao analisar os principais indicadores econômicos, o economista Roberto Macedo faz alerta em reunião semanal de consultores do Espaço Democrático

[caption id="attachment_38125" align="aligncenter" width="560"] Reunião semanal de colaboradores do Espaço Democrático[/caption]   Redação Scriptum   Como já vem ocorrendo desde 1980, a economia brasileira continua apresentando um crescimento insatisfatório, como comprovam o fraco desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos anos, a queda nos investimentos públicos e a falta de impulsos setoriais sustentáveis. O alerta é do economista Roberto Macedo, que foi o palestrante da reunião semanal dos colaboradores do Espaço Democrático na terça-feira (16). Em sua apresentação, Macedo analisou gráficos com os principais indicadores do comportamento da economia brasileira nos anos de 2023 e 2024. De acordo com ele, os números mostram, além do fraco desempenho do PIB, os fatores que contribuem para isso, como “os baixos e cadentes investimentos” e a “clara piora” do quadro fiscal, “ainda não superada pelo tal arcabouço”. Nesse aspecto, destacou a tendência negativa do déficit fiscal nominal e do resultado fiscal primário. No lado positivo, o economista citou a queda da inflação e a redução dos juros, ainda que permaneçam altos. Citou também os resultados da balança comercial e das transações correntes, onde se verifica “que o bom estado do setor externo se mantém, influenciado por mais exportações”. Contudo, concluiu, a tendência geral é de continuidade de crescimento pífio do PIB. “Mas esse é um tema que não recebe a devida atenção da classe política e da sociedade em geral, onde prevalece a preocupação com o horizonte imediato e sem a perspectiva de um olhar mais amplo, seja do passado ou do futuro”. Além de Roberto Macedo, participaram da reunião os cientistas políticos Rubens Figueiredo e Rogério Schmitt, o sociólogo Tulio Kahn, o economista Luiz Alberto Machado, o gestor de saúde pública Januário Montone e os jornalistas Sérgio Rondino e Marcos Garcia de Oliveira.

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Agressivo e vazio, o identitarismo atrasa o País

Em entrevista ao programa de TV da fundação do PSD, o cientista político Carlos Sávio critica a monopolização do debate político pelas questões identitárias

Redação Scriptum

A monopolização do debate intelectual pelo identitarismo, observada nos últimos anos, é um desserviço ao País, pois, apesar de defender causas que têm valor, identitários deixam em segundo plano questões muito mais importantes, como a busca de um projeto nacional, que estabeleça metas e modos para que o Brasil se torne uma nação mais justa, eficiente e moderna.

A opinião é do cientista político Carlos Sávio Gomes Teixeira, entrevistado na terça-feira (9)  pelo programa Diálogos no Espaço Democrático – produzido pela fundação de estudos e formação política do PSD. De acordo com ele, o radicalismo e a agressividade dos defensores das questões de gênero e raça vêm “envenenando” as relações políticas e inclusive favorecendo a ascensão de líderes extremistas, especialmente de direita.

No programa – conduzido pelo jornalista Sérgio Rondino e com a participação dos cientistas políticos Rogério Schmitt e Rubens Figueiredo – Carlos Sávio destacou ainda que os identitários, apesar de se proclamarem defensores das minorias, têm pouca conexão com as pessoas comuns que dizem defender. “A maioria dos integrantes dessas minorias não se identifica com a agenda identitária. Nesse aspecto, os evangélicos, que são os principais adversários do identitarismo, se identificam muito melhor com as aspirações populares, reforçando a importância do empreendedorismo, investindo na auto-estima dos fiéis e, inclusive, garantindo um papel de destaque às mulheres”, explicou.

Carlos Sávio, que é doutor em Ciência Política pela USP e professor associado do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal Fluminense, onde coordena o Laboratório de Alternativas Institucionais, respondeu também a perguntas do sociólogo Túlio Kahn e da secretária nacional do PSD Mulher, Ivani Boscolo. Bacharel e licenciado em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense, Carlos Sávio tem dois mestrados: um em Ciência Política pela USP (2004) e outro em Comunicação, Imagem e Informação, obtido na Universidade Federal Fluminense.

Com todo esse percurso pelo meio acadêmico, Carlos Sávio diz que é falsa a ideia de que a maioria dos intelectuais e professores de universidades comungam as mesmas propostas e atitudes dos militantes das questões de gênero e raça. “A maior parte dos acadêmicos torce o nariz para o identitarismo, mas os militantes dessa causa são mais agressivos na tentativa de impor suas ideias, sempre muito falantes, gritantes, com certa sanha fascista. Assim, a maioria opta pelo silêncio, porque teme represálias”, conta ele.

Esse, para Carlos Sávio, é o efeito mais nocivo da questão. “O silêncio complacente da maioria dos acadêmicos é grave”, diz, destacando o empobrecimento do debate sobre os grandes problemas do País. Para ele, isso vem ocorrendo no mundo todo, “mas é mais grave no Brasil, que ainda enfrenta questões já resolvidas em outros países”. O cientista político lembra ainda que, com a omissão dos intelectuais, o identitarismo ganha espaço sem oferecer soluções. “Esquerdistas e liberais têm projetos para a nação, mas identitários se limitam a apontar o dedo”, afirma.

 

Leitura recomendada

Sugestões de livros sobre a questão do identitarismo indicados pelo professor Carlos Sávio

Antonio Risério (organizador). A Crise da Política Identitária, Editora Topbooks, 2022.

Francisco Bosco. A Vítima tem sempre razão? Lutas identitárias e o novo espaço público brasileiro. Editora Todavia, 2017.

Mark Lilla. O Progressista de Ontem e o do Amanhã. Desafios da democracia liberal no mundo pós-políticas identitárias. Editora Cia. das Letras, 2018.

Helen Pluckrose e James Lindsay. Teorias Cínicas/Críticas. Como a academia e o ativismo tornam raça, gênero e identidade o centro de tudo – e por que isso prejudica todos. Editora Faro Editorial, 2019.

Alain Finkielkraut. A Identidade Envergonhada. Imigração e Multiculturalismo na França hoje. Editora Difel, 2017.

Antonio Risério. Sobre o Relativismo Pós-moderno e a Fantasia fascista da esquerda identitária. Editora Topbooks, 2019.

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Novo Caderno Democrático mostra bastidores do Plano Real

Já está disponível a íntegra da entrevista do economista Persio Arida, um dos formuladores do plano que mudou a economia brasileira

Redação Scriptum   A comemoração dos 30 anos do Plano Real, experiência única no mundo e que corrigiu os rumos da economia brasileira, é o tema da mais recente edição da série Cadernos Democráticos, já disponível para download gratuito no site da fundação para estudos e formação política do PSD. A publicação traz a íntegra da entrevista do economista Persio Arida, um dos artífices do plano. Na entrevista aos economistas Roberto Macedo e Luiz Alberto Machado, ao cientista político Rogério Schmitt, ao ex-deputado e coordenador de Relações Institucionais do Espaço Democrático, Vilmar Rocha, e ao jornalista Sérgio Rondino, âncora do programa de entrevistas, Arida contou não só como foi concebida a ideia do Plano Real, mas também algumas histórias de bastidores de alguns dos principais personagens envolvidos no projeto. Economista formado pela USP, ele tem doutorado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), lecionou na própria USP e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), período durante o qual ele e André Lara Rezende, a quem havia conhecido no MIT, estudaram profundamente a hiperinflação brasileira e desenvolveram a Teoria da Inflação Inercial. Foi a partir dela que desenvolveram a ideia de uma reforma no sistema monetário por meio da criação de uma moeda nova, que circularia junto com a da época, o cruzeiro, que aos poucos seria abandonado. A ideia passou a ser conhecida como Plano Larida (acrônimo dos nomes dos dois economistas) e poderia ter sido colocada em prática oito anos antes, em 1986, no governo de José Sarney, quando foi criado o Plano Cruzado. Inflação Apesar do fracasso do Plano Cruzado, que parece ter incutido na classe política o conceito equivocado de que era necessário o congelamento de preços para segurar a inflação – foi assim em todos os planos de estabilização que vieram a seguir, Bresser, Verão, Collor 1 e Collor 2 – o economista acredita que a experiência parece ter fixado no imaginário coletivo a ideia de que era possível, ainda que temporariamente, estancar o processo inflacionário. “A inflação, entre os planos de estabilização, passou a ter uma dinâmica de expectativa pura: o empresário sabia que se ela subisse teria de enfrentar congelamento e aumentava os preços preventivamente – e sempre que a inflação subia os políticos queriam fazer outro congelamento, era a forma de manter a popularidade”, explicou. Este cenário só foi alterado quando Marcílio Marques Moreira assumiu o Ministério da Fazenda, depois de Fernando Collor ter desistido dos planos de estabilização. “A gestão do Marcílio foi a do bom senso, anunciou que não haveria plano, nem congelamento, e assim a inflação deixou de ter esse caráter de expectativa para voltar a ser inercial, ou seja, as condições para a implementação do Plano Larida voltaram”. Na entrevista, Arida falou sobre três dos principais personagens que estiveram envolvidos no processo de criação do Plano Real: o presidente Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e o embaixador Rubens Ricupero, que estava à frente do Ministério da Fazenda quando o plano foi implementado. Fernando Henrique, segundo ele, tem um papel que define como “extraordinário” no processo. “Ele bancou a ideia que, se desse certo, lhe daria capital político excepcional, e se desse errado, seria o seu funeral político”, avalia. “O fato de ele ser um intelectual fez toda a diferença, mas Fernando Henrique também era um político, senador, tinha certa ascendência sobre o Itamar, que o respeitava muito, e muita sabedoria na conversa”, conta. “Fui com ele várias vezes conversar com o presidente, na Câmara, no Senado e ele conduzia a conversa com jeito único”. Dos personagens que se colocaram contra o Plano Real, Arida rememorou uma conversa que teve com o então deputado federal em primeiro mandato Jair Bolsonaro. Ele quis saber se os salários dos militares teriam reajustes reais. “Eu respondi que não e, quando tentei explicar a razão, ele disse que aquilo era o suficiente: ia votar contra, e assim fez”. Futuro Olhando em perspectiva, Arida acredita que o controle da inflação no Brasil do século 21 está intrinsecamente ligado ao sistema democrático. “A inflação em 1970 (durante a ditadura) era de 12% ao ano e em 1980, 10 anos depois (ainda na ditadura) era de 100%; em um sistema democrático, se passasse de 12% para 100%, pode ter certeza de que o governo já teria caído”, diz. “O grande sustentáculo da estabilidade de preços é a opinião pública e no regime democrático, se o presidente deixar a inflação correr solta, não vai ser reeleito, o partido dele não vai se dar bem na eleição”. Arida destaca, porém, outras inquietações que diz ter. “Há um processo de empoderamento do Legislativo, e um processo de judicialização da política que estão tornando o País muito disfuncional”, aponta. “Territórios viraram Estados, Estados foram divididos e com isto ocorreu uma disfuncionalidade de representação enorme – na prática, Norte e Nordeste controlam o Senado e pelo teto controlam a Câmara”. Segundo ele, “há situações institucionais que preocupam, além das econômicas, mas sobre a estabilidade de preços estamos bem porque é um valor público”.  

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Desaprovação de Lula cresceu entre os mais pobres

Em apresentação na reunião semanal de consultores do Espaço Democrático, o cientista político Rubens Figueiredo analisou as razões da queda na aprovação do governo Lula

[caption id="attachment_38052" align="aligncenter" width="560"] Para Rubens Figueiredo, principal causa para a queda está nas dificuldades enfrentadas pela faixa mais pobre da população, sufocada pelo aumento dos preços dos alimentos.[/caption]     Redação Scriptum   A persistente queda na aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, observada em várias pesquisas de caráter nacional, foi o tema da reunião semanal dos consultores do Espaço Democrático – fundação do PSD para estudos e formação política –, na terça-feira (2). Em palestra do cientista político Rubens Figueiredo, foram apresentados números que, para ele, comprovam que a crescente desaprovação da atual gestão tem força maior nas classes de menor poder aquisitivo. Figueiredo mostrou, por exemplo, que os resultados de pesquisas realizadas em março indicam que Lula tem 35% de aprovação (ótimo e bom), avaliação muito próxima da que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha na mesma altura de seu governo (abril de 2020), quando 33% dos eleitores consideravam sua gestão ótima e boa. O cientista político relacionou fatores que podem ter contribuído para a desaprovação do governo, mas disse acreditar que a principal causa para a queda dos índices de aprovação está nas dificuldades enfrentadas pela faixa mais pobre da população, sufocada pelo aumento dos preços dos alimentos. De acordo com ele, independentemente da inflação para as famílias de menor renda, Lula teria mesmo de enfrentar uma situação mais difícil do que a encarada em seus dois primeiros mandatos.   [caption id="attachment_38053" align="aligncenter" width="560"] Reunião semanal de colaboradores do Espaço Democrático[/caption]   “Pesquisas como a Ipsos internacional indicam que há um maior oposicionismo no mundo, com a sociedade demonstrando ter menos paciência com as ações de governo. Além disso, o próprio Lula já não é o mesmo, depois de ter passado 580 dias na cadeia, e seu governo já nasceu velho, sem novas pautas, batendo nas mesmas teclas do passado, a exemplo do Minha Casa Minha Vida e da Bolsa Família. Há que considerar ainda que, na eleição de 2022, metade dos eleitores não votaram em Lula, mostrando que houve uma mudança qualitativa e quantitativa na sociedade”, explicou. Tudo isso, prosseguiu Figueiredo, leva à situação atual, na qual, em seu terceiro mandato, Lula tem contra si um expressivo movimento de direita (no qual o fator anti-Lula é um eixo fundamental), com grande capacidade de mobilização (que sempre foi um diferencial da esquerda), e um Congresso mais complexo, graças ao crescimento da oposição, e com mais força, em razão de conquistas obtidas na gestão de Bolsonaro, como o orçamento impositivo. O fato, porém, destacou o cientista político, é que dos 160 milhões de adultos brasileiros, cerca de 44 milhões vivem com menos de um salário mínimo por mês e têm de enfrentar uma inflação de alimentos maior do que a inflação geral. “No IPCA-15 (IBGE) de março (0,36%), chamaram a atenção o aumento da cebola (16,64%), ovos (6,24%), frutas (5,81%) e leite longa vida (3,66%)”, lembrou. Assim, disse, “embora pareça que a economia vai bem, com 2,9% crescimento do PIB no ano passado, desemprego mais baixo, inflação controlada e massa salarial de rendimentos do trabalho com aumento real de 11,7% (melhor resultado desde 1995), o consumo das famílias caiu – 0,2% no último trimestre”. Nesse quadro, afirmou Figueiredo, apesar de terem surgido diversas explicações para a queda na aprovação de Lula, a exemplo de suas declarações sobre a situação na Faixa de Gaza, do apoio ao governo Maduro na Venezuela e até da questão do não pagamento de dividendos pela Petrobras, o que está pesando mais no aumento da desaprovação do governo é a opinião dos mais pobres. “Houve queda expressiva na aprovação entre os evangélicos, mas é preciso lembrar que este segmento da população é formado principalmente por famílias de baixa renda. Além disso, as pesquisas mostram que a desaprovação é ainda maior quando se considera a faixa de eleitores com renda de até dois salários mínimos por mês. No caso dos evangélicos, a queda na aprovação entre março de 2023 e março de 2024 foi de -3%. Entre os mais pobres, no mesmo período, a aprovação diminuiu 5%”, concluiu Figueiredo. Participaram da reunião semanal do Espaço Democrático e debateram o tema com Rubens Figueiredo o superintendente da fundação, João Francisco Aprá, a secretária nacional do PSD Mulher, Ivani Boscolo, o cientista político Rogério Schmitt, os economistas Roberto Macedo e Luiz Alberto Machado, o sociólogo Túlio Kahn e os jornalistas Sérgio Rondino e Marcos Garcia de Oliveira.

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