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Dois momentos e um profundo contraste
Economista Luiz Alberto Machado usa o filme ‘O sequestro do voo 3751’ como pano de fundo para comentar dois períodos desiguais da economia brasileira
Unesco aponta aumento alarmante de jornalistas mortos em zonas de conflito
A violência provocada pela crise Israel-Palestina já foi responsável por 19 assassinatos na Palestina, três no Líbano e dois em Israel
[caption id="attachment_37672" align="aligncenter" width="1157"] Jornalista em zona de guerra: riscos aumentaram em 2023[/caption]
Texto Estação do Autor com ONU News
Edição Scriptum
O ano de 2023 foi marcado pela morte de jornalistas no exercício da profissão. Segundo a Unesco, os números praticamente dobraram se comparados aos últimos três anos. De um total de 65 assassinatos, pelo menos 38 deles foram em países em conflito.
Reportagem publicada pela ONU News registra o alerta da UNESCO que, ao defender a liberdade de expressão, ressalta a preocupação com intimidações contra a imprensa. As ameaças aos correspondentes e o ambiente hostil geram “zonas de silêncio”, com graves consequências para o acesso à informação. Os jornalistas também enfrentam situações críticas como danos generalizados e destruição de infraestrutura e escritórios de mídia. Entre as ameaças estão ataques físicos, detenção, confisco de equipamentos ou negação de acesso a locais de reportagem.
A diretora-geral da agência, Audrey Azoulay, apelou pela proteção dos profissionais enquanto civis, tal como estipulado no direito internacional. A violência em curso no Oriente Médio é responsável pela maioria das mortes, sendo que a crise Israel-Palestina contribui para o aumento desses números. Segundo a Unesco, foram relatados até agora 19 assassinatos na Palestina, três no Líbano e dois em Israel desde 7 de outubro. Afeganistão, Camarões, Síria e Ucrânia também registraram pelo menos duas mortes cada.
A agência condena e monitora o acompanhamento judicial de cada assassinato, além de promover treinamentos e trabalhar com governos para desenvolver políticas e leis de apoio. A documentação e análise das diferentes formas de ameaças também são tarefa da UNESCO. Em relatório recente foi detectado um aumento global da violência contra jornalistas durante períodos eleitorais, causando especial apreensão por parte da instituição. No próximo ano, 2,6 bilhões de pessoas irão às urnas em mais de 60 países.
As oscilações na popularidade de Lula em 2023
As taxas de aprovação e de reprovação do presidente parecem continuar refletindo a polarização herdada da campanha eleitoral de 2022, escreve Rogério Schmitt
Rogério Schmitt, cientista político e colaborador do Espaço Democrático
Edição Scriptum
O ano de 2023 ainda não acabou, pelo menos formalmente. Mas como já estamos na temporada dos balanços e retrospectivas, também me permito fazer a minha.
Apresentarei a seguir o desempenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao longo do ano, nas pesquisas de opinião pública sobre a popularidade da sua gestão. Mais especificamente, olharei para a clássica pergunta na qual os entrevistados são estimulados a dizer, de forma binária, se aprovam ou se reprovam o desempenho do chefe de governo.
Coletei os dados de 31 pesquisas nacionais (presenciais, telefônicas ou on-line) de popularidade do governo, realizadas por nove institutos diferentes, entre o início de janeiro e meados de dezembro. E calculei médias aritméticas simples mensais para os índices de aprovação e de reprovação ao presidente.
O número de pesquisas realizadas em cada mês variou entre duas e quatro, com uma única exceção. Precisei agrupar os meses de julho e agosto, pois encontrei somente uma pesquisa disponível em cada um deles.
Os resultados consolidados aparecem no gráfico abaixo. Quais são as principais conclusões encontradas?
A primeira e mais clara evidência é que a aprovação ao presidente (a linha azul) se manteve sistematicamente superior à desaprovação (a linha laranja) ao longo de todo o ano de 2023. A taxa de aprovação a Lula oscilou entre um mínimo de 49,4% e um máximo de 58%, enquanto que a taxa de reprovação oscilou entre um mínimo de 32,5% e um máximo de 44%.
A segunda conclusão, bastante visível, é que o período de “lua de mel” do novo presidente com o eleitorado durou somente o primeiro trimestre do governo. Em fevereiro, por exemplo, a taxa de aprovação a Lula superou a taxa de reprovação em cerca de 25 pontos percentuais. De abril em diante, no entanto, as distâncias entre as duas linhas vão diminuindo. Na linguagem popular, a boca do jacaré foi se fechando. Em novembro, por exemplo, o saldo de popularidade do presidente foi de apenas pouco mais de cinco pontos percentuais.
Finalmente, uma terceira e última evidência para a qual gostaria de chamar a atenção nesta retrospectiva é a aparente autonomia dos números de popularidade de Lula em relação às conjunturas política ou econômica mais amplas. As taxas de aprovação e de reprovação do presidente parecem continuar refletindo a polarização herdada da campanha eleitoral de 2022 e não as boas e más notícias vindas da política ou da economia ao longo do ano.
A grande expectativa para 2024 é se os números de (im)popularidade do presidente Lula continuarão sendo reféns daquela polarização ou se irão se descolar dela, passando a refletir, como costuma ser o caso, os avanços e retrocessos em variáveis como inflação, crescimento e emprego. Quem viver, verá.
Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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