A situação revolucionária na França durou dez anos (maio de 1789 a novembro de 1799). Neste decênio não se formou uma liderança capaz de estruturar uma forma duradoura de governo constitucional, que era de fato do que se tratava. O conde de Mirabeau (Honoré Riqueti; 1749/1791) encontrou-lhe uma denominação, o que não ocorrera na própria pátria de sua origem, a Inglaterra, ao denominá-la monarquia constitucional. Apesar das sucessivas revoltas, chegou-se a aprovar uma Constituição que não chegaria a vingar. Venceu a corrente que desejava eliminar fisicamente a nobreza, como primeiro passo para criar-se uma nova sociedade. Instaura-se a República, que culmina com a execução do Rei. Segue-se um ano que passou à história com o nome de Terror. Derruba-se esse grupo do poder, aprova-se uma Constituição republicana mas o ambiente é de franca anarquia. Criam-se as condições para a emergência de um governo forte (militar), capaz de restaurar a ordem.
Agrupando-se esquematicamente estes ciclos teríamos a seguinte cronologia:
maio, 1789-setembro, 1791: convocadas pelo Rei, as Cortes (também denominadas Estados Gerais) acabam se transformando em Assembléia Nacional Constituinte. Revolução popular a 14 de julho (denominada Queda da Bastilha). Em agosto, revolta no campo acaba com o regime feudal. A Assembléia aprova várias reformas e concluiu a elaboração da Carta Constitucional em setembro de 1791. Inicia-se a Monarquia Constitucional.
agosto, 1792: queda da Monarquia e proclamação da República.
setembro, 1792-junho, 1793: chamado Governo dos Girondinos, sob o qual tem lugar a execução do Rei.
junho, 1793-julho, 1794: denominado período do Terror pelo fato de que a guilhotina foi acionada com intensidade crescente. Nos dois últimos meses desse ciclo, apenas em Paris foram guilhotinadas 1 300 pessoas.
1795: é aprovada uma Constituição Republicana.
outubro, 1795-novembro, 1799: chamado período do Diretório, de enorme agitação política.
9 de novembro de 1799: golpe de Estado de Napoleão Bonaparte.
Com esse desfecho, a França tornar-se-ia uma ameaça para os principias estados europeus, graças a que Napoleão ressuscitaria a ideia imperial, ao ameaçar anexar diretamente estados vizinhos. A par da repressão interna que lançaria os germes da instabilidade institucional.