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Desaprovação de Lula cresceu entre os mais pobres

Em apresentação na reunião semanal de consultores do Espaço Democrático, o cientista político Rubens Figueiredo analisou as razões da queda na aprovação do governo Lula

[caption id="attachment_38052" align="aligncenter" width="560"] Para Rubens Figueiredo, principal causa para a queda está nas dificuldades enfrentadas pela faixa mais pobre da população, sufocada pelo aumento dos preços dos alimentos.[/caption]     Redação Scriptum   A persistente queda na aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, observada em várias pesquisas de caráter nacional, foi o tema da reunião semanal dos consultores do Espaço Democrático – fundação do PSD para estudos e formação política –, na terça-feira (2). Em palestra do cientista político Rubens Figueiredo, foram apresentados números que, para ele, comprovam que a crescente desaprovação da atual gestão tem força maior nas classes de menor poder aquisitivo. Figueiredo mostrou, por exemplo, que os resultados de pesquisas realizadas em março indicam que Lula tem 35% de aprovação (ótimo e bom), avaliação muito próxima da que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha na mesma altura de seu governo (abril de 2020), quando 33% dos eleitores consideravam sua gestão ótima e boa. O cientista político relacionou fatores que podem ter contribuído para a desaprovação do governo, mas disse acreditar que a principal causa para a queda dos índices de aprovação está nas dificuldades enfrentadas pela faixa mais pobre da população, sufocada pelo aumento dos preços dos alimentos. De acordo com ele, independentemente da inflação para as famílias de menor renda, Lula teria mesmo de enfrentar uma situação mais difícil do que a encarada em seus dois primeiros mandatos.   [caption id="attachment_38053" align="aligncenter" width="560"] Reunião semanal de colaboradores do Espaço Democrático[/caption]   “Pesquisas como a Ipsos internacional indicam que há um maior oposicionismo no mundo, com a sociedade demonstrando ter menos paciência com as ações de governo. Além disso, o próprio Lula já não é o mesmo, depois de ter passado 580 dias na cadeia, e seu governo já nasceu velho, sem novas pautas, batendo nas mesmas teclas do passado, a exemplo do Minha Casa Minha Vida e da Bolsa Família. Há que considerar ainda que, na eleição de 2022, metade dos eleitores não votaram em Lula, mostrando que houve uma mudança qualitativa e quantitativa na sociedade”, explicou. Tudo isso, prosseguiu Figueiredo, leva à situação atual, na qual, em seu terceiro mandato, Lula tem contra si um expressivo movimento de direita (no qual o fator anti-Lula é um eixo fundamental), com grande capacidade de mobilização (que sempre foi um diferencial da esquerda), e um Congresso mais complexo, graças ao crescimento da oposição, e com mais força, em razão de conquistas obtidas na gestão de Bolsonaro, como o orçamento impositivo. O fato, porém, destacou o cientista político, é que dos 160 milhões de adultos brasileiros, cerca de 44 milhões vivem com menos de um salário mínimo por mês e têm de enfrentar uma inflação de alimentos maior do que a inflação geral. “No IPCA-15 (IBGE) de março (0,36%), chamaram a atenção o aumento da cebola (16,64%), ovos (6,24%), frutas (5,81%) e leite longa vida (3,66%)”, lembrou. Assim, disse, “embora pareça que a economia vai bem, com 2,9% crescimento do PIB no ano passado, desemprego mais baixo, inflação controlada e massa salarial de rendimentos do trabalho com aumento real de 11,7% (melhor resultado desde 1995), o consumo das famílias caiu – 0,2% no último trimestre”. Nesse quadro, afirmou Figueiredo, apesar de terem surgido diversas explicações para a queda na aprovação de Lula, a exemplo de suas declarações sobre a situação na Faixa de Gaza, do apoio ao governo Maduro na Venezuela e até da questão do não pagamento de dividendos pela Petrobras, o que está pesando mais no aumento da desaprovação do governo é a opinião dos mais pobres. “Houve queda expressiva na aprovação entre os evangélicos, mas é preciso lembrar que este segmento da população é formado principalmente por famílias de baixa renda. Além disso, as pesquisas mostram que a desaprovação é ainda maior quando se considera a faixa de eleitores com renda de até dois salários mínimos por mês. No caso dos evangélicos, a queda na aprovação entre março de 2023 e março de 2024 foi de -3%. Entre os mais pobres, no mesmo período, a aprovação diminuiu 5%”, concluiu Figueiredo. Participaram da reunião semanal do Espaço Democrático e debateram o tema com Rubens Figueiredo o superintendente da fundação, João Francisco Aprá, a secretária nacional do PSD Mulher, Ivani Boscolo, o cientista político Rogério Schmitt, os economistas Roberto Macedo e Luiz Alberto Machado, o sociólogo Túlio Kahn e os jornalistas Sérgio Rondino e Marcos Garcia de Oliveira.

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O que as pesquisas apontam para a sucessão em São Paulo

Cientista político Rogério Schmitt falou na reunião semanal da fundação de estudos e formação política do PSD

[caption id="attachment_38030" align="aligncenter" width="560"] Para Rogério Schmitt, o prefeito Ricardo Nunes já se credencia como um player competitivo para enfrentar Guilherme Boulos[/caption]     Redação Scriptum   O cientista político Rogério Schmitt, colaborador do Espaço Democrático, fez uma análise das pesquisas eleitorais para a sucessão no município de São Paulo na reunião desta terça-feira (26) da fundação para estudos e formação política do PSD. Uma das conclusões que ele apresentou é que o prefeito Ricardo Nunes (MDB), pré-candidato à reeleição, conseguiu superar a principal barreira que enfrentava – a do pouco conhecimento público – e já se credencia como um player competitivo para enfrentar Guilherme Boulos, pré-candidato do PSOL à prefeitura da maior cidade do País. Schmitt apontou também que a aprovação do atual prefeito, com dois anos e dez meses de governo – ele assumiu o lugar de Bruno Covas (PSDB), que morreu em 16 de maio de 2021, vítima de câncer no aparelho digestivo – vem crescendo de maneira consistente nos últimos meses. Ele mostrou duas pesquisas recentes. A primeira delas do DataFolha, dos dias 7 e 8 deste mês, que detecta a evolução consistente da aprovação do governo do prefeito. De abril de 2022 a março de 2024, a avaliação de ótimo e bom da administração de Nunes subiu de 12% para 29%. No mesmo período, a avaliação regular manteve-se praticamente estável (46% a 43%) e a de ruim e péssimo caiu de 30% para 24%. A outra sondagem mostrada pelo cientista político, que segundo ele confirma o cenário de evolução de sua pré-candidatura à reeleição, foi feita pela Paraná Pesquisas entre 13 e 18 também deste mês de março. Nela, o eleitor é perguntado se aprova ou desaprova a gestão de Nunes. A aprovação, que em dezembro do ano passado era de 55,3%, passou para 59,4% apenas três meses depois. A desaprovação, que era de 41,1%, agora caiu para 36,4%. Schmitt destacou que a forma de avaliação da sondagem da Paraná Pesquisas é um preditor mais robusto das chances de reeleição de um governante. Ele citou um trabalho feito pela Ipsos Public Affairs, importante empresa de pesquisa de mercado, que estudou mais de 400 eleições nos últimos 30 anos. Concluiu que governantes cuja aprovação esteja acima de 40% seis meses antes da eleição saem vitoriosos em 58% das vezes. Se a aprovação é de 45%, a chance vai para 78%, e se está em 50%, sobe para 90%. “Há uma correlação forte entre a taxa de aprovação e as chances de reeleição”, disse. Participaram da reunião semanal do Espaço Democrático e assistiram à exposição de Rogério Schmitt os economistas Roberto Macedo e Luiz Alberto Machado, o sociólogo Tulio Kahn, o cientista político Rubens Figueiredo e os jornalistas Sérgio Rondino e Eduardo Mattos.

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Milícias do Rio são tema de novo Caderno Democrático

Em entrevista, jornalista Rafael Soares conta como as milícias nasceram e se desenvolveram no Rio de Janeiro

Redação Scriptum O surgimento e crescimento do fenômeno das milícias no Estado do Rio de Janeiro é o tema da mais recente edição da série Cadernos Democráticos, já disponível para leitura on-line ou download gratuito no site da fundação para estudos e formação política do PSD. A publicação traz a íntegra da entrevista do jornalista Rafael Soares para o programa Diálogos no Espaço Democrático, disponível no canal de Youtube da fundação. Repórter do jornal O Globo, ele é autor do livro Milicianos: Como agentes formados para combater o crime passaram a matar a serviço dele (Editora Objetiva, 320 páginas). Na entrevista concedida ao sociólogo Tulio Kahn e aos jornalistas Sérgio Rondino e Eduardo Mattos, Soares detalha como as milícias, que nasceram no bairro de Rio das Pedras, na zona Oeste do Rio – pelas mãos de comerciantes que queriam se defender de bandidos – foram capturadas por ex-policiais, que trocaram a farda pelo crime. “O Estado tem grande responsabilidade no fato de policiais civis e militares se juntarem ao crime”, diz o jornalista. [caption id="attachment_38020" align="alignright" width="411"] O jornalista Rafael Soares[/caption] Ele usa como exemplo do seu argumento o ex-policial militar Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora carioca Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, que denunciou os mandantes do crime recentemente. “O Lessa era considerado uma lenda na corporação, um cara que teve carreira meteórica, que foi de soldado a sargento em dois anos, o que aconteceu em razão dos muitos elogios, congratulações, gratificações por bravura, ou seja, a ficha dele era a de um robocop”, conta. “Mas quando comecei a apurar detalhadamente as ocorrências que alavancaram essa carreira meteórica, percebi que em todas elas havia suspeitas ou indícios de violações aos direitos humanos: tortura, execução, desvio de drogas ou armas; casos que não foram investigados como deveriam pela PM”. Para o jornalista, na época em que Lessa foi envolvido nesses muitos casos o Estado tinha como saber o modus operandi dele. “A política de segurança pública do Rio, e não estou me referindo a apenas um governo, deu faca e queijo na mão para o Lessa, que virou um criminoso porque o Estado formou ele para isso, fechando os olhos para os crimes que ele cometia e incentivando a cometer esses crimes com elogios, promoções”.

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Debate sobre a licença paternidade avança no Congresso

Programa de TV da fundação do PSD entrevista Rodolfo Canônico, especialista em políticas públicas para a família

 

    Redação Scriptum   Com 35 anos de atraso, o Congresso Nacional tem a oportunidade de dar ao País uma legislação moderna de licença paternidade, instrumento criado pela Constituição de 1988, mas que ainda hoje é concedido com base em um Ato das Disposições Constitucionais Transitórias: período de cinco dias, até que uma nova lei discipline o benefício. Em dezembro do ano passado, ao julgar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão apresentada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu que há omissão do Poder Legislativo na regulamentação do benefício, que pelo artigo 7 da Constituição é um direito dos trabalhadores urbanos e rurais no Brasil. E deu o prazo de 18 meses para que o Congresso regulamente a lei. “Há uma janela de oportunidade para o debate da licença paternidade e até a eventual aprovação da regulamentação de um modelo mais atualizado, com um prazo mais generoso, para que os pais possam estar com os seus filhos no nascimento ou adoção de uma criança”, diz Rodolfo Canônico, diretor-executivo e cofundador da Family Talks, organização da sociedade civil que integra o Grupo de Trabalho criado na Câmara dos Deputados – formado por parlamentares, ongs, representantes do empresariado e de órgãos públicos – para debater o tema e elaborar uma proposta para tramitação legislativa. Entrevistado pelo programa Diálogos no Espaço Democrático – produzido pela fundação de estudos e pesquisas do PSD e disponível em seu canal do Youtube – Canônico, que é especialista em políticas públicas para a família pela Universidade Internacional da Catalunha, é taxativo sobre o tema: “A sociedade tem uma demanda real”. Na entrevista concedida aos jornalistas Sérgio Rondino – âncora do programa Diálogos no Espaço Democrático e Eduardo Mattos e ao cientista político Rogério Schmitt, Canônico destacou que os benefícios da ampliação da licença paternidade são muito superiores aos custos para a sociedade – argumento que sempre permeia as discussões. “Na perspectiva da criança, nessa primeiríssima infância, dar mais tempo para a convivência com o pai contribui muito para o desenvolvimento, já há muitos estudos sobre isto”, aponta ele. “E também há muitas evidências sobre o desenvolvimento do próprio pai”. Um dos modelos em discussão neste grupo de trabalho é o conhecido como licença parental, adotado em vários países europeus – na América Latina, apenas o Chile tem experiência com este formato – que permite ao casal dividir o período legal de licença. Canônico considera que há vantagens interessantes no modelo. “Permite maior autonomia da família na decisão de como usufruirá a licença, ao contrário do que acontece atualmente”, diz ele. Canônico destaca um outro ponto positivo, a exemplo do que acontece na Suécia: “A paternidade parental foi introduzida a partir de uma certa perspectiva de gênero, partindo da compreensão de que o principal motivador da diferença salarial entre homens e mulheres no mercado de trabalho é o exercício da maternidade, a ideia de que as mulheres têm maior envolvimento na tarefa de cuidar do que os homens e isto cria uma sobrecarga que gera um efeito no mercado de trabalho”. Segundo ele, o objetivo do legislador sueco foi promover maior participação do homem na vida familiar, para reduzir a desigualdade. “E este efeito aconteceu”, diz ele. “Este indicador, da tarefa de cuidar, existe no Brasil, é medido pelo IBGE, e nós sabemos que aqui as mulheres dedicam o dobro do tempo do homem”.

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